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Mostrando postagens de novembro, 2012

Dúvida

Júlio César Anjos As minhas decisões são como uma moeda jogada ao ar. Só quero manter-me vivo enquanto o metal não sofre queda ao chão e define-me entre cara ou coroa. O girar da redondinha, a apreensão em esperar, especulações sobre acontecimentos, muita coisa acontece até o baquear do níquel, até mesmo pensamentos longínquos em um curto espaço de tempo. A solução fica por conta somente em aguardar, mentaliza a conclusão a chegar e termina com o resultado esperado: um lado ficou para cima e o outro para baixo. A face para cima é vencedora, cara ou coroa, não importa, se der para ver o desenho do gravame cunhado a probabilidade se concretiza, apareceu o ganhador. Enquanto a moeda perfaz a balística, um filminho aparece nos pensamentos, são outras probabilidades além da moedinha, sobre amor, sexo, trabalho, religião, cotidiano em geral. A teoria da relatividade paralisa o tempo, o documentário da vida, como biografia própria, anuncia visualizações de tudo o que consta nos an

Arrecadação e Público total da série B 2012

Por: Júlio César Anjos A gráfico 1 mostra as maiores arrecadações totais de 6 (seis) clubes brasileiros da série B 2012. A escolha de 6 clubes se deu através de serem justamente os clubes que romperam a marca de mais de 1 milhão de reais em bilheteria, mostrando serem os clubes que mais tiveram incremento de receita por venda de ingresso. Figura1: O detalhe curioso é que dos 6 clubes que arrecadaram mais, 3 clubes (Paraná, Ceará e Joinville) não conseguiram subir á primeira divisão, caindo por terra o fator de bilheteria como aspecto fundamental pelo acesso, já que o Atlético, com arrecadação baixa, conseguiu o acesso, deixando os clubes de boa vendagem mantidos na segunda divisão do campeonato brasileiro, no ano que vem. Já o gráfico 2 mostra os 5 clubes que mais tiveram torcedores nos estádios, são os maiores públicos totais da série B 2012. Novamente, o Atlético não aparece na lista dos 5 maiores públicos, mostrando que mesmo não obtendo arrecadação e

O alento do cata-vento

  Por: Júlio César Anjos Cata-vento, um instrumento que aparece desde cidades que precisam da turbina de energia até crianças de colo que o fazem de brinquedinhos de passatempo. Alguns são belos, outros são funcionais, mas o fato é que o cata-vento é muito utilizado desde a antiguidade até hoje. O vetor é o motor de mudanças de paradigmas, gira em sentidos diferentes, se mexe ao compasso da força do ar, por isso que cata-vento parado é sinal de vento que não brisa. O sopro é fraquinho, energia que não se vinga, o que faz as articulações ficarem inertes por falta de oxigenação. Inanição de movimento, o alento é somente ver que o grande catalisador de energia está inativo, virou somente obelisco descuidado, largado e deixado à revelia, ao tempo, em uma cidade qualquer, ou deixou de ser atraente como brinquedo da criança que não gostou do aparelho. O bom é ver cata-vento ativo, a ventania tomou conta do trabalho, que produziu energia, força viva e determinante para continu

A causa da guerra sem causa

Por: Júlio César Anjos Recentemente palestinos e israelenses estão guerreando por vários motivos, muitas divergências que, salvo casos raros, em muitas situações não possuem “nexo algum”. Tão sem sentido que as pessoas de fora apontam as banalidades como: Religião, espaçamento geográfico (mapa político), e animosidade oriunda de tradição. A única situação que faz sentido lutar é manter os usos e costumes de um povo, mas já são tantas as mudanças de outrora para os dias atuais que também torna irrelevante digladiarem-se por causa de cultura. As mortes estatisticamente aumentam. A região que até então era pacífica passa a ser idílica, com turbulências em cada momento, a todo instante, o que pode eclodir uma luta qualquer. Diante disso, a fronteira sofre tensão por parte dos vizinhos de limítrofe, cada cidadão é considerado suspeito, inimigo, contrário ao futuro que cada lado assim almeja.  O levante causa terrorismo, os cidadãos não conseguem mais dormir, trabalhar, comer, vi

A Cereja

Por: Júlio César Anjos     Certa vez, o dono de uma confeitaria, com problemas de mercado, resolveu inovar, dispondo da ferramenta marketing, a fim de impulsionar as vendas. Começa a implantar um sistema qualquer já estudado previamente,  utilizando mecanismos para chamar a atenção sobre o varejo, ao atribuir diferenciais perante os concorrentes imediatos. Mas Felipe não imaginava a tamanha repercussão que causaria por causa do novo método que constituíra, deixando todo o mundo perplexo. Felipe acorda cedo, abre a loja, e mostra à primeira freguesa o novo bolo que acabara de ser feito. O doce custa R$ 16,00 (Dezesseis reais), R$ 15,00 (Quinze reais) a Cereja e R$ 1,00 (Um Real) o bolo. A cliente fica curiosa por verificar tal situação e pergunta ao confeiteiro se realmente seriam esses os valores, e o dono do estabelecimento diz que é exatamente o que está aparecendo, a cereja custa muito mais do que o bolo. A cliente pergunta se pode ser feita a venda somente do bolo, sem

Sociedade dos Urubus livres

Por: Júlio César Anjos Um Urubu voa meio ao horizonte sem fim, viaja pela brisa que refresca, tateia o ar em direção ao desconhecido, movimenta-se ao planador, observa os acontecimentos ao redor, investiga possibilidades, caça oportunidades, vive sem limites. A solidão conforta o grande pássaro negro, animal que não é muito chegado à multidão, gosta de divagar sozinho sobre as peculiaridades de sobrevivência, como a segurança perante os predadores à noite, a alimentação padrão e a mudança do ambiente. As coisas mudam. O ambiente que outrora era recheado de terreno descampado, agora faz inversão causada pela degradação, o grande pássaro negro se abriga em prédios abandonados. É lá em cima, na caixa d’água, que o Urubu da cidade espreita a alimentação (geralmente ratazanas mortas), o cardápio unificado, padrão. O requinte da ave é um cardápio de raras possibilidades, dejetos em decomposição e nada mais. O Urubu sente a falta de um aperitivo mais refinado, com gosto extravagan

Honestar

Por: Júlio César Anjos Honestidade é uma palavra muito bonita, sempre é proferida para bradar a qualidade do sujeito, como se fosse algo estupendo, uma atitude magnânima auferida por alguém. Na língua vernácula, a palavra honestidade significa a qualidade do sujeito, do pronome, mas ser honesto poderia ser uma ação, poderia ser um verbo, por que não? A Palavra honestar deveria ser conjugada pelas pessoas, pois, por exemplo, as pessoas amam porque agem, e são bonitas porque a natureza assim as determinou. Se levar a cabo que o adjetivo honestidade é igual à qualidade que se dá às coisas, então poderíamos dizer que é da natureza ser daquele modo, e, assim sendo, não seria pecado deixar de agir, a honestidade então é pouco determinante na sociedade, já que não é uma atitude, é apenas algo que molda credenciais.  Um indivíduo nasce bonito ou feio, é do existir, não é uma atitude, uma ação que faz a pessoa ficar bonita do nada, é algo estático, que é definido pelas pessoas do mei

Da inatividade até a ida

Por: Júlio César Anjos Nenhum movimento, nem som, e muito menos essência. O conceito está inativo, sem ação ou reação, não se propaga nada, apenas não se tem existência. Tudo muda quando o status quo é quebrado, o paradigma deixa de ser regra, inexplicavelmente muda, pois alguma coisa o empurrou, tornando inatividade em natividade. Nasce então à concepção, germinar a terra (parábola da religião), ou empurrar o carro (parábola da física), não importa, o que fica claro é a ação. Gestão vem da gestação, é preciso gerenciar uma empresa assim como um feto que está para nascer, deve haver a praxe: do zelo, do carinho, do esforço de conhecimento e suor, para estabelecer um procedimento. O embrião assim surge, inicia-se o processo de um novo, que progredirá pelo avanço de algo que de repente surgiu.  E após o surgimento de algo pela natividade, eclode então a atividade.  Estar ativo é ter combustível para queimar, é estar lá, praticar alguma coisa, uma atividade que passa a ser r

Chinfrim

Por: Júlio César Anjos Nem o céu que faço desdém, nem o inferno que não me convém, nem mais e nem menos, apenas o igual mais-ou-menos. Estou, hoje, preso à monotonia cansativa, exaustão do vácuo, da falta de preenchimento, da rotina normal. É o clichê clássico, o status quo do hábito. O abundante eu nunca tive e o escasso não experimentei, mantenho a continuidade do equilíbrio “xarope”. Aprecio o chato dividido, nem a alegria exorbitante, nem a tristeza horripilante, apenas a mesmice convencional. O espaço é milimetricamente medido, a mensuração se faz pela eficiência de ocupação, pois adapto-me entre os pontos eqüidistantes do supérfluo e da carência. A minha agenda é o copo da dúvida, por ter alguns afazeres, alguns dizem que está meio cheio. Contudo, por não estar preenchido, outros dizem que está meio vazio. Mas a agenda copo, neste contexto, está meio a meio, mesmo que muita gente não veja a verdade, a metade existe. A minha vida está equilibrada, sem sal nem açúca

Autocontrole

Por: Júlio César Anjos Um monge do alto da montanha movimenta as entranhas do plexo solar, faz esforço para criar o grunhido: “huuuuuummmmmm”, agita o diafragma, e o pomo de adão se remexe como se fosse um sino de mordomo. O líder espiritual está zen, em transe, transa com o "além", nada o perfura, o abala, ou o atinge. Está em autocontrole. O autocontrole não é ir buscar o além, é relaxar e esperar que o outro mundo chegue à propriedade material do corpo. Se o espírito tiver que transitar os intramuros dos “mundos”, então isso não é autocontrole, é impulso de viagem. Ficar em transe é acalmar os cachorros, desligar a sirene de monitoramento e dar folga para o segurança do espírito; não é relaxar o corpo até o ponto da alma, do nada, começar a fazer uma viagem espiritual, como se fosse o Delorean (carro do de volta para o futuro) do desconhecido. Um viciado, por exemplo, ao buscar droga pelo vício desencadeia o estímulo que a afobação proporciona, por isso que

Ao meu amigo Barnabé

Por: Júlio César Anjos Sabe como é, Barnabé, tudo parecia decepção, aconchego no palheiro, triste é o cativeiro, do  sequestro  de um prisioneiro só. Agora, Barnabé, a solução é somente prestigiar a imensidão da noite estrelada. Barnabé... Eu já contei para você que o feno dá muita coceira? Pois é, você já sabia, né? Ah, amigo barnabé! Que triste esse tempo em que ficamos conversando, pois só nos juntamos quando a coisa está ruim. Barnabé escute-me, o outro lado da porteira é tudo besteira, só futilidade e nada mais. Barnabé acredita em mim, o sucesso naquelas bandas é artificial, não é algo contínuo, tem um fim.  Como ousa pensar isso Barnabé? É tudo uma loucura aquele lugar, não tem como se estabelecer de maneira harmoniosa, o caos deflagra a região. Poxa, Barnabé, estou falando para você que são todos esquisitos, estranhos, bem diferentes dos daqui. Barnabé, você quer mesmo trocar o tratamento VIP que o ofereço para tentar a sorte em outro lugar? Não faça isso comigo,

A Churrasqueira

A Churrasqueira Pedro é um homem de meia idade, confortável na área financeira, inquietante social, busca sempre melhorar o que pode mudar, sem pestanejar, age de forma pacífica às atenuantes da vida. O lobo vive em um condomínio de classe média, mas ele, Pedro, é classificado como média alta. Sempre sonhador Pedro entende que pode transformar o condomínio em que mora, lugar pontual, próximo aos olhares dele, levanta o semblante por ver a queda de manutenção da área comum, do quintal, embora a área residencial, aspecto privativo, esteja impecável. Pedro toma a decisão irrevogável, pretende alterar a churrasqueira mais próxima à residência, são 10 (dez) equipamentos no geral, a fim de mostrar que ações individuais podem mudar o todo, pelo simples fato de aparentar-se como um exemplo aos demais. Assim, o homem começa a fazer a construção da melhoria por conta própria. O inicio da obra causa comoção por parte dos que não queriam tal iniciativa, muitas indagações persistiam, mas