Pular para o conteúdo principal

Da inatividade até a ida


Por: Júlio César Anjos

Nenhum movimento, nem som, e muito menos essência. O conceito está inativo, sem ação ou reação, não se propaga nada, apenas não se tem existência. Tudo muda quando o status quo é quebrado, o paradigma deixa de ser regra, inexplicavelmente muda, pois alguma coisa o empurrou, tornando inatividade em natividade.

Nasce então à concepção, germinar a terra (parábola da religião), ou empurrar o carro (parábola da física), não importa, o que fica claro é a ação. Gestão vem da gestação, é preciso gerenciar uma empresa assim como um feto que está para nascer, deve haver a praxe: do zelo, do carinho, do esforço de conhecimento e suor, para estabelecer um procedimento. O embrião assim surge, inicia-se o processo de um novo, que progredirá pelo avanço de algo que de repente surgiu.  E após o surgimento de algo pela natividade, eclode então a atividade.

 Estar ativo é ter combustível para queimar, é estar lá, praticar alguma coisa, uma atividade que passa a ser rotineira pelo vício.  Ato contínuo, assim surge a evolução, dada a determinado mecanismo, usufruto do aflorar emerge do verossímil do novo, existe pelo simples fato de se movimentar.   Atividade possui dois pilares, bases que sustentam a tese, o tempo e a funcionalidade.

O que se chama de tempo é contado por idade e o que se conceitua por funcionalidade chama-se vida.  Por isso que a idade e a vida são subordinadas à atividade, pois sem funcionar e sem o tempo passar, não há movimento. Continuidade em manter-se sustentado por um longo período, por isso que o relógio é mais um “staff” da vida do que qualquer outra coisa, pois se a vida para, o tempo daquela coisa que surgiu não precisa mais ser contada por ponteiro de relógio. Então, para a atividade o tempo é menos importante que a vida.

A vida é o teatro ao ar livre, a paródia da ironia, sempre ligado pelo combustível, atende necessidades e desejos da rotina.  Agora aparecem movimentos, sons, gostos, experimentos, inovações... A essência! O espetáculo da sustentação, o palco da natureza, dramaturgia das plenitudes, magnitude de estar vivo. Mas o tempo, que já fora falado, está em staff à vida, faz a contagem de período, e mostra que o ponto do ciclo está chegando ao fim, o que se viu até ali, será gozada até a ida.

  O cansaço abate sobre a massa, fadiga de um longo caminho percorrido, está na hora de parar com as ações, degenerar até chegar ao fim. Já foi visto de tudo, as cores, as luzes, os sabores, os barulhos, as sensações, deveras ficou registrado, está na hora de partir, ir para o desconhecido. Da inatividade até a ida, teve de tudo, nascimento, ações, cronômetros, funcionalidades, lembranças, à imutabilidade... Acabou, tornou-se inativo, assim como do nada surge uma vida, do nada surge o universo. Inatividade: o prefixo, o sufixo, e o radical para tudo, desde o nascer até o partir.



Licença Creative Commons
O trabalho Da inatividade até a ida de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.

Comentários