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Mostrando postagens de abril, 2016

A “Traição” dos Elegantes

Por: Júlio César Anjos Há um conto [em que deu o nome ao livro] de Rubem Braga chamado “A traição das Elegantes”, em que o escritor critica o ensaio fotográfico da revista Manchete, em 1967, cujo continha o seguinte título: “As mais elegantes”. Certamente Braga enxergava a subversão na indumentária e da moda decadente nascente daquela época. A idiossincrasia do cronista nascido em Cachoeiro de Itapemirim não é diferente do infortúnio acometido aos dias atuais, como se Rubem Braga tivesse uma cosmovisão de uma destruição do vestuário - e também do aspecto cultural - nacional. Talvez, hoje em dia, o único lugar onde a categoria “profissional” se vista bem, seja o congresso nacional, com os pinguins de bom refino que, de “O Picolino”, estão a “trair” a atual presidente pelo impeachment. É, definitivamente, a “Traição” dos elegantes. O Brasil nunca foi e talvez nunca será plenamente desenvolvido, em que somente a dúvida embasa que o feitiço é de ser sempre o país do futuro. Porque

A Traição das Elegantes - Rubem Braga

Por: Rubem Braga AS FOTOS estão sensacionais, mas algumas das elegantes não “souberam posar" — confessou Ibrahim Sued a respeito da reportagem em cores sobre as "Mais Elegantes de 1967", publicada em Manchete. A verdade é mais grave, e todos a sentem: as "Mais Elegantes" estão às vezes francamente ridículas, às vezes com um ar boboca e jeca, às vezes simplesmente banais. A culpa não será de Ibrahim, nem do fotógrafo, nem da revista, nem das senhoras; o que aconteceu é misterioso, desagradável, mas completamente indisfarçável: alguém ou, digamos, Algo, Algo com maiúscula, fez uma brincadeira de mau gosto, ou talvez, o que é pior, uma coisa séria e não uma brincadeira; como se fossem as três palavras de advertência que certa mão traçou na parede do salão de festim de Baltazar; apenas não escreveu nas paredes, mas nas próprias figuras humanas, em seus olhos e semblantes, em suas mãos e seus corpos: "Deus contou o dia de teus reinos e lhes marcou o fi

Temer e as Verves Políticas

Por: Júlio César Anjos Já está definido: a Dilma não vira o semestre. Neste sentido, a disputa eleitoral do impeachment é como se fosse daquele político líder nas pesquisas eleitorais, concorrendo um pleito em que o oponente é fraquíssimo, na qual só um milagre poderia reverter vitória na urna. Portanto, Temer é o presidente do Brasil. Por isso que já articula estratégia e ações para governabilidade, começando a caçar nomes de peso para fazer um bom mandato, mesmo sendo de uma gestão temporária. Diante disso, a oposição sinaliza que somente apoiará o governo do PMDB informalmente; enquanto que o Brasil fica em “stand-by” por causa das dúvidas e indefinições. O futuro presidente fará um governo Sarney ou Itamar? O fato é que o Temer tentará fazer o mais difícil, um governo com identidade, chamado plano Temer. Só não se sabe se irá funcionar. A caneta da Dilma já não tem mais tinta. A ex-presidente em atividade já deve até mesmo começar a limpar as gavetas, pois a saída, nesse m

O Caminho do Meio

Por: Júlio César Anjos Há um comportamento no futebol sabido por muita gente, no qual time que tem torcida muito saudosista é porque não está levantando taça na atualidade. Pois, tem que recorrer ao antigo para refrescar o presente. O que é evidente. E isso constitui que lembrar o passado, seja estudando história ou trazendo em voga situações dos tempos que não voltam mais, é a coisa mais normal feita pela civilização. É apreciar o que a humanidade já fez de bom – e de ruim – em agraciar com os dias atuais, mas sempre olhando o porvir que está a emergir. Todavia, na política, individuo qualquer achar que conseguirá resgatar o passado nos mesmos moldes para a contemporaneidade, ou somente viver no pretérito achando que o antigo é fenomenal – como fora perfeitamente explicada tal condição no filme meia-noite em Paris, de Woody Allen –, é excentricidade que beira à loucura. O que foi transcorrido não volta mais! Ainda bem. Diante tal infortúnio, há um ensinamento budista que expr

O Seletor do Crime

Por: Júlio César Anjos Havia uma época, em teoria, que existia o tal do “engavetador geral da república”. O PT, eterna oposição, saia às ruas sempre gritando: “Engavetador!”, para o representante do ministério público que deixava de exercer a função de indiciar bandidos, por fingir que não existia certa demanda jurídica. O povo, é claro, não entendia nada nos termos técnicos, compreendia apenas as situações de práxis popular, traduzindo o jargão politico como a justiça acobertando ladrão de colarinho branco.  Se existiram ou não os engavetadores, não se sabe. O que se sabe é que se fosse fato tal condição, o procurador sempre arquivava o lote todo, dando lógica ao termo engavetador. Janot, ao indiciar apenas Eduardo Cunha, não se mostrou um mero engavetador; mas apresentou-se como uma espécie de Seletor do Crime. E isso é grave, tanto no sentido jurídico quanto nas verves políticas. Janot terá que se explicar. Janot quebrou acordo tácito do místico “engavetador” de fingir que

Votação do Impeachment na Câmara – Considerações

Por: Júlio César Anjos Ponto alto: Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco . Óbvio. Decepção – Os dois ausentes. Uma é grávida; mas e o outro?  Anibal Gomes, do PMDB do Ceará, por ter sido faltoso,   deve se ausentar da política para sempre. Ponto baixo: O Jean Wyllys parece que cuspiu no Bolsonaro. Assim não, deputado. O melhor deputado de todos: Deputado Federal Lázaro, do PSC da Bahia. Sucinto, disse que a “soberba precede a queda”. Perfeito! E ainda disse que qualquer um pode sofrer essa húbris. O que é fato. Por isso que foi melhor deputado deste importante dia (17/04/16). E com certeza teria meu voto na próxima eleição, se fosse candidato da minha região. Fica a dica para os baianos. Esse embate também não é um fla-flu. É apenas uma tomada de decisão para modular os rumos da nação.  Mas o brasileiro é sentimental, impulsionado pelas paixões, por isso que essa votação parecia uma final de copa do mundo, o que na verdade não a é. Diante de algumas situações

Os Ausentes Nunca Terão Razão!

Por: Júlio César Anjos Em elucidação aos “indecisos” que querem faltar a votação do impeachment de Dilma Rousseff. Eis que é fato a afirmação: Os ausentes nunca terão razão! Dessa vez, não farei textão. Apenas trarei um pedaço do Maquiavel para abrir os olhos dos possíveis faltantes da maior votação da história brasileira. Pois, quem se ausenta nesse momento, deve se ausentar para sempre, pois não se faz como representante indireto do eleitor que o delegou tal condição. Será aposentado pela urna eleitoral. Assim escreveu Maquiavel: “ Sempre acontecerá que aquele que não é amigo procurará tua neutralidade e aquele que é amigo pedirá para que te definas com as armas. [...] O Vencedor não quer amigos suspeitos ou que não o ajudem nas adversidades; quem perde não te recebe por não teres querido correr a sua sorte de armas em punho.” Ou seja, quem vence, depois do ocorrido, não tem obrigação nenhuma de ofertar qualquer benefício do pós luta, e quem perdeu fica com ojeri

Suprematismo Cunha

Por: Júlio César Anjos O movimento suprematista, criado por Kasimir Malevich, foi uma onda artística que ganhou força no período revolucionário russo, ao ser uma alternativa de contracultura da arte vigente naquele período. Malevich definiu a sua criação como: “a supremacia do sentimento ou da percepção puros na arte criativa”. Ou seja, é uma produção abstrata. Essa técnica utiliza de figuras geométricas para fazer a composição, como os das criações conhecidas como “o avião voando” (1915) e “o quadrado negro: fórmula nula” (1915). Golpeie os Brancos com a cunha vermelha (1919) - El Lissitzky Mas há uma litografia que fora utilizada para propaganda, um cartaz sobre a guerra civil russa, feito por El Lissitzky (ilustração ao lado), chamado: “Golpeie os brancos com a cunha vermelha (1919)”, que combinava formas suprematistas com o dadaísmo, para transmitir mensagem politica. O desenho é basicamente figuras geométricas, como: uma cunha vermelha, representando o exército vermel