Por: Júlio César Anjos
Há
um conto [em que deu o nome ao livro] de Rubem Braga chamado “A traição das
Elegantes”, em que o escritor critica o ensaio fotográfico da revista Manchete,
em 1967, cujo continha o seguinte título: “As mais elegantes”. Certamente Braga
enxergava a subversão na indumentária e da moda decadente nascente daquela época.
A idiossincrasia do cronista nascido em Cachoeiro de Itapemirim não é diferente
do infortúnio acometido aos dias atuais, como se Rubem Braga tivesse uma cosmovisão
de uma destruição do vestuário - e também do aspecto cultural - nacional.
Talvez, hoje em dia, o único lugar onde a categoria “profissional” se vista
bem, seja o congresso nacional, com os pinguins de bom refino que, de “O
Picolino”, estão a “trair” a atual presidente pelo impeachment. É,
definitivamente, a “Traição” dos elegantes.
O
Brasil nunca foi e talvez nunca será plenamente desenvolvido, em que somente a
dúvida embasa que o feitiço é de ser sempre o país do futuro. Porque, de tempo-em-tempo,
o brasileiro mimetiza tudo o que há de ruim no mundo; ao passo que não consegue
copiar o que se faz de bom pelo globo. E isso se reflete na moda, na arte, na
arquitetura, na mudança de cultura, até se cristalizar nos representantes do
povo, os políticos em geral. Por isso que por uma década o PT triunfou de forma
sem igual. Com essa carga de degradação, é fato dizer que realmente o PT não
inventou a corrupção; embora a corrupção tenha criado o PT. E não somente no sentido
de valor monetário, mas o pior: a corrupção de valores morais.
Por
isso que as mulheres da ORCRIM, citam-se: Dilma, Graça Foster, Erenice Guerra, et
caterva, são feministas leais ao projeto nocivo/corrupto de poder; ao passo que
se vestem muito mal. Portanto, é a Lealdade das bregas que desgraça o país.
Antes fosse só uma traição das elegantes, daquelas criticadas por Rubem Braga que
se vestiram certa vez como materialização do desnível social. Hoje, são bregas
que pautam o reger vivencial, mulheres leais a um projeto criminoso político,
fubangas que só se mantêm no poder justamente porque destroem a alta cultura
daquilo que se cristaliza na conclusão: “se é belo é bom”. Por isso que são feias e más.
Diante
disso, a degradação no vestuário das mulheres como Graça Foster, Erenice Guerra,
Dilma são defendidas pelo mesmo rufião: Lula. E, em aspecto de ilação, a manchete dizia: “Extra!
Peão de firma acaba com a ‘ditadura’ da fidalguia!”, expressão que seria
maravilhosa para as classes abastadas do poder mundial, se, e somente se, a
premissa de Rousseau fosse verdadeira. Infelizmente, não existe bom selvagem.
Tanto é que o empirismo determinou a conclusão. O peão tornou-se um mau
selvagem. Roubo de grandes obras de arte escondidas em mocós, subtraídos em
cofres, além de adegas da corrupção sendo armazenadas em um quartinho com o
teto de PVC, tudo isso escancara o realismo a reboque: o Brasil virou boteco do
‘carismático’ PT.
Todavia,
a escatologia de um grupo que está a sair do poder demonstra, de forma analógica,
uma melhora da morte, como, por um exemplo histórico, Probo [Imperador de Roma
Incorruptível] que reinou próximo ao fim do império romano – que era
extremamente corrupto. Então, já no fim do
governo PT, aparece uma mulher-fruta primeira dama de um ministro de turismo –
que ninguém sabe quem é -, o qual o neologismo conclama como: “A Peladina”, a paladina
pelada do PT, com muita beleza física e pouca beleza cultural (E certamente com
ínfima inteligência, já que está a navegar junto ao governo atual). A Peladina
fez até ensaio de fotos sensuais dentro do ministério do turismo, coisa que
Graça Foster e derivadas não podiam fazer, o que é realmente a melhora da morte
deste governo, com a decadência através de desconstrução total feita pela mulher
do ministro petista da Bahia. Pelo padrão do PT, essa moça pode ser
considerada, ao menos, uma espécie de “lealdade elegante” da ORCRIM.
Por
fim, o Brasil está em escombros e só resta fazer uma bricolagem com os pedaços
que podem ser colados, um mosaico temporário para levantar o país. Resta ao
Temer, o Picolino, reger os pinguins refinados do congresso, para fazer algumas
mudanças pontuais, após destituírem a Dilma do poder. E pela ótica positiva,
neste contexto político, a “traição dos elegantes” do congresso é a saída real
e possível deste pardieiro que virou a nação. Que, ao menos, mantenham o decoro
e não façam como os políticos da atual gestão, que suas/seus companheiros (as)
mantenham-se a integridade ao se trajarem de forma racional. Sem Bregas nem
Peladinas.
Portanto,
desde os tempos que Rubem Braga se indignou com a forma como as modelos da
época se vestiram, de forma decadente, fazendo, deste modo, a “traição das
elegantes”, inspirando o escritor a criar um conto sobre esse assunto, as
modulações mexeram-se sem igual. Após a traição das elegantes, existiram: “A
Lealdade das Bregas” (Dilma, Graça Foster, Erenice Guerra); “A Lealdade da
Elegante” (Peladina que fez ensaio sensual no ministério do turismo); Para, no
fim, chegar à “Traição dos elegantes” (homens que se vestem de maneira refinada
no congresso, que pedem, por boa razão, impeachment da Dilma). Rubem Braga, certamente,
está se revirando no caixão. Enfim, já se tem a resposta a Rubem Braga, A
Traição das elegantes foi “o começo de uma nova era mais desolada e difícil de
suportar”. Pior que tá, fica sim.
A
Traição dos Elegantes é uma resposta de Júlio César Anjos a Rubem Braga.
A “Traição” dos Elegantes de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível emhttp://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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