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Mostrando postagens de novembro, 2018

Análise Música: Disparada – Geraldo Vandré & Jair Rodrigues

Por: Júlio César Anjos Um verdadeiro artista nunca explica a sua própria obra. Seja pintor ou letrista, a comunicação tem que ser feita de tal forma que o assistente compreenda o que foi estipulado em criação. Isso deriva da compreensão de que se a obra tem que ser explicada, então teve problema de interlocução. Ou, como proferia o grande Mário Quintana: “Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro”.   Portanto, explicar a própria arte é broxante e perde todo o ar da graça e a sua concepção. Uma boa arte parece incompreensível a um primeiro momento. Mas ao diagnosticar e analisar tal criação, o analista consegue desvendar o mistério contido na informação artística. É como se a representação fosse intuitiva, como acontece com a sigilação - da magia do caos -, em que símbolos inseridos no conteúdo são pistas para elucidar a explicação da obra produzida, fazendo a soma das partes serem complemento para gerar um todo. Das grandes produ

Caixa2 Onyx Lorenzoni: Considerações

Por: Júlio César Anjos Caixa2 sem contrapartida (e sem propina): Dá cá o meu Que o meu garoto já cresceu Manda mais cem Que tu não negas pra ninguém Mais uma vez há de explicar para o povo que caixa2, por si só, não é crime. O caixa2 é dinheiro não contabilizado. Ele tem a premissa de algo imoral porque pode ser prenúncio de corrupção. Ele pode implicar em vários fatores, que vão desde problema com receita [sonegação de imposto] até questão eleitoral [não foi transparente]. Mas para a questão penal, o caixa2 deve ter contrapartida de propina. Portanto, que cada instituição faça a sua parte e tudo estará resolvido. O problema é quando misturam o caixa2 de alguma situação extraordinária com a prática de caixa2 como ferramenta de corrupção sistêmica [para perpetuação de poder]. O fato de o político fazer ato de caixa2 só para ocultar o investidor – para que aquele, por exemplo, não sofra represália do opositor, caso ganhe a eleição -, não pode ter o mesmo peso d

Resenha: 17 Contradições e o Fim do Capitalismo - David Harvey

Por: Júlio César Anjos Contradição 1 – Valor de uso e valor de troca É a questão do imóvel. Imóvel é feito para morar [valor de uso] e não para negociar [valor de troca].  Contradição 2 – O valor social do trabalho e sua representação pelo dinheiro Dinheiro é mecanismo de troca. É a régua de mensuração de todas as mercadorias. O que gera valor é a criação social que só o trabalho pode ofertar. Contradição 3 – Propriedade privada e Estado capitalista Apropriação é diferente de propriedade privada. Apropriação – relação exclusiva [de exclusão] entre o usuário e o que está sendo usado. Exemplo: Aluguel de um apartamento. Propriedade privada – direito de posse exclusivo de uma coisa ou um processo, que seja usado ativamente, ou não. Exemplo: Dono de um imóvel. Estado capitalista – o individuo tem direito à propriedade privada. Mas o Estado se arroga de direito, dependendo da situação extraordinária, até mesmo de tomar esse imóvel coercitivamen