Júlio César Anjos
As minhas decisões são como uma moeda jogada ao ar. Só quero manter-me
vivo enquanto o metal não sofre queda ao chão e define-me entre cara ou coroa.
O girar da redondinha, a apreensão em esperar, especulações sobre
acontecimentos, muita coisa acontece até o baquear do níquel, até mesmo
pensamentos longínquos em um curto espaço de tempo. A solução fica por conta
somente em aguardar, mentaliza a conclusão a chegar e termina com o resultado
esperado: um lado ficou para cima e o outro para baixo.
A face para cima é vencedora, cara ou coroa, não importa, se der para ver
o desenho do gravame cunhado a probabilidade se concretiza, apareceu o ganhador. Enquanto a moeda
perfaz a balística, um filminho aparece nos pensamentos, são outras
probabilidades além da moedinha, sobre amor, sexo, trabalho, religião,
cotidiano em geral. A
teoria da relatividade paralisa o tempo, o documentário da vida, como biografia
própria, anuncia visualizações de tudo o que consta nos anais de publicação do
momento, registro de provas de tudo que sucede desde os bastidores até o palco
principal da vida.
Sou indefinido por natureza, é da duvida que se gera promoção, ainda não
estou pronto em conclusão, possuo muitas tarefas não realizadas, que estão no
meio do caminho. O desconhecido é dádiva e o tempo é inimigo, saborear pluralidade
enobrece a alma, e o ponteiro do relógio minimiza a condição de se
provar. Se não aproveitar no período certo é perda de oportunidade, foi-se embora
o sincronismo do tempo junto ao sabor certo; Pois, assim como é madura uma fruta, a pessoa
precisa ter o paladar maduro. E a pergunta que fica é: quando é o período certo e qual é o melhor gosto? Pergunta difícil, pois cada um possui o próprio tempo e sabor.
Tomar decisão é um caos, a moeda caiu e concluiu, não haverá mais revogação,
um lado saiu vencedor e teve como caminho um rumo a trilhar. O problema são os ruídos,
os conselhos são desencontrados, vastas quantidades de informações regozijadas
e poucos filtros para chegar a um determinado fim. Escolher a melhor opção
fornecida, em tal contexto, é um sacrifício. O erro de ação às vezes não é
culpa do tomador de decisão, mas dos erros de tabulações, conceitos vagos e
contaminação de pesquisa. Duvida cruel: em cima ou em baixo, esquerda ou
direita? Sei lá, a moeda não caiu ainda.
O trabalho Dúvida de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
Comentários
Postar um comentário
Comente aqui: