Cata-vento, um instrumento que aparece desde cidades que precisam da
turbina de energia até crianças de colo que o fazem de brinquedinhos de
passatempo. Alguns são belos, outros são funcionais, mas o fato é que o
cata-vento é muito utilizado desde a antiguidade até hoje.
O vetor é o motor de mudanças de paradigmas, gira em sentidos diferentes,
se mexe ao compasso da força do ar, por isso que cata-vento parado é sinal de
vento que não brisa. O sopro é fraquinho, energia que não se vinga, o que faz
as articulações ficarem inertes por falta de oxigenação. Inanição de movimento,
o alento é somente ver que o grande catalisador de energia está inativo, virou
somente obelisco descuidado, largado e deixado à revelia, ao tempo, em uma
cidade qualquer, ou deixou de ser atraente como brinquedo da criança que não
gostou do aparelho.
O bom é ver cata-vento ativo, a ventania tomou conta do trabalho, que
produziu energia, força viva e determinante para continuidade de tarefas.
Enquanto a vida se destaca, o lindo floresce, cresce os olhos pela beleza de
uma turbina de prazeres, de conhecimento, de motricidade e sabedoria. Agora os deslocamentos desfossilizam a resignação da inércia, o remexer das hastes criam
movimentos uniformemente variados - explicações básicas da física -, ao aspecto físico
as delongas propagam que algo está em pleno funcionamento, está ativo.
Um simples sopro de resignação de um adulto pode girar o brinquedinho de
mão da criança de colo. É engraçado, mas até mesmo da frustração causada pela
insatisfação dos pulmões, ou por puro bafejo, pode proporcionar agitação a um brinquedo de fácil
manipulação. E, sendo assim, a criança
que já sabe andar corre para fazer girar, forçosamente, o cata-vento do
momento. Já a criança mais levada bate na pétala do brinquedo para produzir o
movimento, um giro desproporcional, mas existencial, funcional. Todavia, o ar da atmosfera é
bom porque não precisa de esforço para se criar energia, a própria natureza
toma conta disso, então ventar é o melhor para a brincadeira.
O importante é o vento, pois sem tal energia não há o que “catar”. Por
isso que poderia ser chamado (Por que não?) de pega-vento, molda-vento,
precisa-de-vento. A condução precisa do condutor, essa é uma regra natural
normal, sem exceções. Diante disso, há também os cata-ventos que são forçados a
se movimentar para gerar refresco. Deste modo, aparecem os cata-ventos
motorizados: o Ventilador, a ventoinha e o “cooler”. Nada mais são que instrumentos que perturbam o ar que está
alastrado pelo espaço, criando o sopro artificial que esfria os equipamentos, sejam do
carro, do computador ou da casa.
A falta de vento provoca o derretimento de ações. Um calor de 50 graus
faz as atividades serem travadas por aquecimento, até o computar começa a ficar
com problema de memória por esquentar demais. As pessoas também ficam mais
preguiçosas por causa do sol açoitar o coro do cidadão que trabalha ao relento.
Um ventinho ao meio a tudo que só esquenta articula motivação, dá animo por brisar
um novo pensamento. A maturação do conhecimento deflagra que o cata-vento é a
prisão da energia e a liberação da criação. Por isso que cata-vento imóvel é
liberação de energia sem criação, é energia jogada fora porque ninguém convergiu
a um ponto, para criar o giro da turbina, ou da pétala do brinquedo, para criar
felicidade, seja do resfriamento, seja da atividade alegre do instrumento lúdico, e/ou gerar energia elétrica.
Por isso, por conclusão de pensamento, trocaria, por exemplo, o poste de
luz por cata-vento colorido, sem dúvida, seria a junção da brincadeira com a
produção de energia. O mundo só vê cata-vento parado, por isso que há feiúra a
cada dia.
O trabalho O alento do cata-vento de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
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