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O Fim da Petrobras

 


Por: Júlio César Anjos

 

“Assim como a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras, não será por falta de óleo que a era do petróleo acabará”- Ahmed-Zaki Yamani

 

Em 30 de Agosto de 2021, os EUA se retiram do Afeganistão. O momento histórico traz a maior informação de todos os tempos: os estadunidenses começam a se retirar em áreas geoestratégias porque o império ocidental não possui mais uma total dependência de petróleo. É fato que o Afeganistão não possui petróleo no seu território; mas este país era estratégico como canal de transporte de dutos e oleodutos petrolíferos nas suas limitações. Como os EUA não precisam mais destas ramificações para controlar fluxo de combustíveis fósseis, a retirada marcou um ponto de inflexão histórico, o exato momento em que o mundo viu que a era do petróleo, soberano por ser matriz energética monopolista no mercado, acabou. E com isso, por meio de arrasto, fará a Petrobrás, pelo menos da maneira que é conhecida, ser extinta também.

Como todos sabem, novas matrizes energéticas são os novos entrantes nos mercados globais. Biocombustíveis [mamona, Álcool, girassol] e elétricos [hidráulica, eólica e solar] serão as novas fontes de energia para as novas configurações dos veículos produzidos no mundo daqui pra frente. Nos países desenvolvidos, a partir de 2025 a produção em escala das montadoras se dará em carros elétricos. O objetivo é atingir a meta daquilo que é chamado de: “descarbonização”, ao reduzir a dependência dos combustíveis fósseis para que se reduzam as poluições oriundas dos derivados de petróleo, além de baratear o processo de transporte global.

A partir de agora, o petróleo irá concorrer com outras fontes mais baratas e mais limpas de energia. Isso será um problemão para empresas de energia como a Petrobrás. A petrolífera brasileira encontra-se em pior condição do que as outras petrolíferas mundo afora. A estatal brasileira produz petróleo do pré-sal, um petróleo pesado, no qual é difícil e caro de refinar, além de ser difícil e caro de retirar do solo, por estar soterrado há mais de 7 mil metros do nível do mar. O petróleo do pré-sal serve para fazer piche para impermeabilização de solo e asfalto, mas não serve para derivar outras energias como gasolina e querosene. Ou seja, a falsa panaceia “pré-sal” sempre esteve longe de ser o “ouro negro” brasileiro. O que aconteceu foi que o Lula, pra fugir do mensalão, buscou um novo elixir que salvaria a nação, enganou o povo brasileiro – e mundial - ao sujar as patinhas com o petróleo do pré-sal e dizer que o ouro negro seria a solução.

O petróleo, embora perca a força que tem, ainda existirá nos mercados globais. Mas só sobreviverão a essas novas configurações no capital do ramo de energia quem tiver petróleo fácil e barato de retirar do solo, além de ser leve e fácil de refinar na refinaria – o que não é o caso da Petrobras. Esses players conseguirão manter-se no jogo ao fazer do petróleo mero commodity sem o valor de variação de mercado, pois o que tornava o petróleo valorizado era o seu monopólio no setor energético a sua escassez, atributos que deixam de possuir por causa das novas concorrências energéticas.  Em miúdos: Petróleo deixou de ser o “ouro negro” de fato.

A Petrobrás, ainda, possui outros gargalos gigantescos: 1) funcionários públicos com estabilidade – não pode demitir –, com altos salários, ineficientes e com regalias diversas. 2) A Petrobrás é uma empresa Estatal. E, como todos sabem, o Estado é um péssimo empresário.  Some-se a isso com o monopólio do setor, tendo que importar petróleo leve para fazer refino [ao ter que pagar o produto em dólar], além de volatilidade dos mercados internacionais, tais condições fazem o preço da gasolina no Brasil chegar à bomba com preços tão extorsivos que se parecem proibitivos .

Deste modo, é fácil a compreensão. A menos que a Petrobras ache petróleo leve [fácil de refinar] e fácil de retirar do solo, ou tornar barato e menos poluente o refino do petróleo pesado, o destino da Petrobrás será privatizá-la [se é que alguém irá querê-la] ou encolhê-la ao ponto de virar apenas uma importadora e refinadora de petróleo leve, compradora de petróleo Brent de outros países. Esta última situação já acontece neste exato momento.

Portanto, a Petrobrás, aquela estatal que o povo tinha orgulho e até bradava: “A Petrobras é nossa!”, esta empresa, da maneira que se conhecia, acabou.

***

Situação da Petrobras com o Pré-Sal:

A era do “ouro negro” acabou e isso faz o pré-sal ser inviável [até como petróleo pesado].

No solo: Caro e Difícil de Retirar [está há 7 mil metros do nível do mar].

Na refinaria: Caro e Difícil de Refinar [é um petróleo pesado que só serve pra piche].

Na Estrutura: Funcionários públicos caros, ineficientes e com estabilidade [não dá pra demitir].

Na Gerência: O empresário é o Estado. E, como todos sabem, o Estado é um péssimo empresário.

Com um cenário desses, é difícil até mesmo privatizar.

 

 

Obs1: A mídia até confessa que o petróleo do pré-sal é pesado, mas diz que as 11 refinarias que o Brasil possui são para petróleo leve. A mídia só esquece, diante um pequeno lapso de memória muito normal neste meio de informação, que refinar petróleo pesado custa muito caro e é muito poluente [ou seja, um negócio inviável].

 

Obs2: Ciro Gomes só está falando asneira. O pedetista acha que o Brasil não refina o próprio petróleo porque não quer. Ciro Gomes é um embuste. E um fanfarrão.

 

Obs3: Lula sujou a patinha num petróleo que só serve pra piche, para criar o novo elixir no imaginário do povo e, assim, poder se safar do mensalão. Deu certo.


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Última Observação:

O Reinaldo Azevedo, ao contestar o Bolsonaro, resolveu palpitar sobre a Petrobras e o e o monopólio do mercado petrolífero brasileiro [27/10/21]. 

O Reinaldo só esqueceu a questão do: DE Direito x De Fato.

De Direito x De Fato:

De Direito: Realmente, em 1997 caiu a LEI dos monopólios sobre a Petrobras.

De Fato: A Petrobras é monopolista no MERCADO petrolífero brasileiro.

Os concorrentes não entram no Brasil porque a burocracia é muito grande e não concorreriam contra a Petrobras, mas contra o próprio Estado brasileiro, pois, O Estado é acionista majoritário da Petrobras.

E a Petrobras está longe de ser eficiente.

Infelizmente, nesta o Bolsonaro tem razão. A Petrobras é monopolista.





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