Por: Júlio César Anjos
Os
“professores” de rede pública – sejam eles das esferas municipal, estadual ou
federal - ficaram quase dois anos parados sem dar aula por causa da pandemia do
Covid-19. Receberam os ordenados absolutamente em dia. Neste período, não houve
aumento no mercado editorial nem na parte de publicação de livros técnicos nem
de literatura. O motivo? Os funcionários públicos do ensino utilizaram esse
período para gozar uma mini aposentadoria. É de fundamental importância para o
Brasil ter um desenvolvimento sustentável acabar com o feitiço de “vaca
sagrada” desta categoria. É preciso mudar.
É
impressionante como o termo “professor” é elástico. Serve tanto para a tia do bê-á-bá
do jardim de infância até o mestre de stricto sensu. Isto é feito de propósito
justamente para engrossar o caldo da corporação. Quanto mais gente na
corporação, mas massifica a categoria e assim os sindicatos conseguem ampliar
os leques de “direitos” – que até agora se constam como privilégios. A loucura
está tão grande que até jogador de futebol chama o treinador de: “professô”. A
palavra professor perdeu a substância simplesmente porque banalizou.
Deste
modo, é preciso modernizar o ensino pela base estrutural. Neste quesito, o
Paulo Freire é, por incrível que pareça, o menor dos problemas. Haja vista que
o patriarca da educação brasileira ao menos arregaçou as mangas e foi trabalhar
no sertão nordestino, mesmo ganhando pouco, ensinar os analfabetos do Brasil
profundo. Já o estatutário concursado funcionário público do ensino dos dias atuais
está mais para um pelego dirigista de um sistema altamente burocrático e
corporativista, sendo pouco assemelhado ao verdadeiro professor como um Paulo
Freire da vida. Porque Paulo Freire não pararia de lecionar mesmo havendo a
dificuldade da pandemia.
Não
adianta querer fazer mudança em estrutura física nem em método de ensino se não
houver uma radical modificação na estrutura corporativista regimental da
categoria. É preciso fazer com que a palavra professor, que já perdeu a
essência por se desgastar, seja suprimida do léxico popular E, no lugar,
instaurar o impositivo categórico de Kant, ao impor tais categorias no lugar:
Pedagogo; Orientador; Educador; Mentor; Mestre; e Prático.
Como
a educação no Brasil é obviamente dividida em partes do ciclo de crescimento do
individuo, criança, pré-adolescente, adolescente, jovem e adulto, isto se
configura como: Infantil, Fundamental1, Fundamental2, Ensino Médio, Técnico e
Superior. Cada categoria desta divisão do sistema educacional brasileiro deverá
ter um nome específico da sua dada condição.
Os
professores, em cada parte educacional, serão tratados assim:
Infantil
= Pedagogo.
Fundamental
1 = Orientador
Fundamental
2 = Educador
Ensino
Médio = Mentor
Ensino
Técnico = Prático
Ensino
Superior = Mestre
Configuram-se
estas classificações diante as dadas etimologias:
Pedagogo
vem do escravo que cuidava das crianças dos senhorios.
Orientador
vem de nascer do sol, ou seja, elevar-se.
Educador
vem de criar e nutrir.
Mentor
vem de força da mente (pensar, conhecer...)
Prático
vem do sentido de ser laborioso.
Mestre
vem de estar acima dos demais em conhecimento.
Repare
que a etimologia da palavra professor significa: “defender uma ideia em
público”; e não “transferir conhecimento ao público”. Deste modo, então, pela
etimologia, a palavra professor está mais para o técnico de futebol do que para
o docente da rede de ensino. Que a palavra professor fique então só no futebol
a partir de agora.
É
preciso enfraquecer a lógica corporativista de o sindicato contratar pessoas
para se fingirem “professores”, ao irem ao paço estadual ou municipal fazer
confusão, quebrar patrimônio público até a polícia ter que agir ao descer a
borracha, fazendo a categoria dos “professores”, junto com a mídia, vitimizarem-se
ao defenderem-se pelo apelo emocional popular. Porque até hoje, pelo que se
saiba, o dito “professor” nunca apanhou da polícia ao estar na frente da lousa,
dentro da sala de aula, ensinando os seus alunos como deve ser.
Para
evitar a degradação do ensino vindo por parte dos lecionadores, que se façam as
mudanças pelo início, ao fazer essa segmentação de escala de docentes, para que
o corporativismo não ganhe terreno e envenene todo o sistema educacional brasileiro.
Não adianta querer fazer uma grande construção se não começar a assentar o
primeiro tijolo. E o primeiro tijolo da mudança educacional se dá nessa divisão
etimológica das seções educacionais: Pedagogo; Orientador; Educador; Mentor;
Mestre; e Prático. É preciso obliterar a palavra professor – conjunto de
profissionais que fizeram uma mini aposentadoria na pandemia. É preciso mudar.
“Feliz
aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” – Cora Coralina.
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Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
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