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Distinção. Ou: O PSDB como Alternativa ao Lula e ao Bolsonaro

 

Por: Júlio César Anjos

 

As pesquisas mostram que 1/3 do eleitorado brasileiro está órfão para a corrida presidencial em 2022 porque é contra tanto a Lula quanto a Bolsonaro, o que perfaz o chamado NEM-NEM [nem um nem outro] no cenário eleitoral. E há vários candidatos que se habilitam a essa vaga de terceira via justamente por se proclamarem contra os candidatos ditos da direta e da esquerda que fazem esta polarização.  Mas não basta ser somente contra tais opositores políticos; é preciso ser diferente e ofertar alternativa.

A primeira coisa que se destaca é que, para ser contra esquerda e direita, este candidato de terceira via não pode ser nem de direita nem de esquerda. Até porque, como há polarização, então que a direita se junte com a direita e a esquerda com a esquerda. Parece óbvio, mas o fato é que há um rapto do eleitor centrista por agentes que fingem ser de centro para baldear essa força, no final, para os candidatos da esquerda ou direita.

Por essa linha de raciocínio, Ciro Gomes, pela esquerda, e Amoedo, pela direita, devem ser cartas fora do baralho no jogo político da terceira via. E Sergio Moro, também, caso abrace a lava-jato como solução ao também não servir como opção. Deste modo, nesta questão de ser o herdeiro natural do centrismo, o PSDB destaca-se como o comandante em chefe da terceira via. Essa já é uma vantagem dos tucanos perante os demais.

O PSDB, pela ordem natural, já possui o centrismo. Agora, é preciso determinar, de forma simples, o que a social democracia defende como pautas políticas para que o eleitor reconheça este político como solução.

Deste modo, é preciso diferenciar os tucanos perante os demais. E para diferenciar-se tanto a Lula quanto a Bolsonaro, agentes polarizadores, é preciso fazer a distinção.

 

Distinção:

 

Democracia Direta x Democracia Representativa

 

 Os entes polarizadores dizem para o povo que a solução é a democracia plebiscitária [colocar gente na rua] como resolução para os problemas políticos. Porém, o fato é que cidadão vota errado e depois tem que ir para a rua para defender o seu político medíocre ou para consertar o erro que fez na eleição anterior. Desgasta-se à toa. O PSDB dá como solução a democracia representativa.

Como o povo não vai saber o que é democracia representativa, basta dizer que: “se rua dá resposta, mendigo é oráculo”.  Ao arrematar sobre a questão de que o eleitor deve fazer filtros e boas escolhas para que os políticos eleitos parem de incomodar toda a nação com chamamentos de idas e vindas de pessoas nas ruas. E quem são os melhores políticos? Por óbvio, os tucanos do PSDB.

Você está indo pra rua desde 2013. De efetivo, o que mudou? Só piora. Talvez votar direito seja uma solução mais fácil e menos traumática do que ficar fazendo da rua micareta política.

 

Presidencialismo x Parlamentarismo

 

Os entes polarizadores defendem o presidencialismo e dão desculpas absurdas para manter esse sistema político apodrecido que faz os mais bem ranqueados nas pesquisas eleitorais dois candidatos com problemas de situação de corrupção. Lula, ladrão do petrolão; Bolsonaro, da propina na vacina. Portanto, para a terceira via, o presidencialismo está esgotado, acabou. Quem defende presidencialismo somente referenda bandido no poder. E quer fazer a polarização de ladrões. E, por isso, de antemão não tem a bandeira anticorrupção ao seu dispor. Parlamentarismo é a solução.

Para facilitar o entendimento para o povo, diga somente que o parlamentarismo é um sistema em que não adianta se apegar ao seu político corrupto de estimação porque ele vai cair. Porque o “impeachment” de primeiro-ministro é mais fácil e menos traumático [as pessoas até convivem com a queda do “presidente” sem se incomodar com isso]. O parlamentarismo, também, evita a polarização de ladrões.

 

Federalismo x Municipalismo

 

Os entes polarizadores defendem a concentração de poder no distrito federal porque isso facilita a corruptocracia dos bandidos que amam essa federação necrosada deste “Brasil faz de conta” que se chama Brasília. Quem defende a federação, diante da polarização de ladrões, defende a corrupção como modelo ideal para o país. A solução da terceira via é o municipalismo.

E para as pessoas entenderem o que é municipalismo, basta dizer que as pessoas moram em suas cidades e não em Brasília. A federação rouba a sua cidade; o municipalismo retém o recurso publico para a sua cidade. A sua cidade seria muito melhor se a federação não roubasse você todo dia e sem parar.

 

Voto Proporcional x Voto Distrital

Os entes polarizadores querem que a eleição seja organizada por voto proporcional, ou seja, que os políticos mais votados carreguem outros políticos com menos voto consigo. Já os tucanos centristas da terceira via querem o voto distrital para que o eleitor vote no seu candidato que estará disputando eleição na sua célula eleitoral, ou seja, próximo ao eleitor.

 

E para as pessoas entenderem o voto distrital, diga que a pessoa irá votar no político da sua região e não mais em aventureiros desconhecidos que o eleitor, depois da eleição, nem sabe mais quem são. Além disso, o distrital acaba com a proporcional que só serve para eleger candidato corrupto e sem voto, sendo puxado pelo mais votado do próprio partido. 

 



Desenvolvimentismo x Economia Liberal

 

Os polarizadores defendem o desenvolvimentismo como modelo econômico central.  Porém, foi justamente o desenvolvimentismo do Guido Mantega, dos campeões nacionais, que fez o Brasil perder o Superávit primário e, desde 2012, estar em caos econômico e fiscal. A solução da terceira via é uma economia liberal, pois, o capitalismo é mais eficiente e eficaz que o modelo desenvolvimentista brasileiro.

Para as pessoas entenderem sobre a economia liberal, diga que o desenvolvimentismo só desenvolve tetas para o empresário inútil mamar. O Estado é um péssimo empresário, é um eficaz traficante [porque o empresário fica viciado em erário público], além de ser um exímio agiota [empresta o dinheiro e depois persegue o empresário sem parar]. Ou seja, Desenvolvimentismo é boca de fumo.

 

Gastos Públicos x Ajuste Fiscal

 

O desenvolvimentista sempre irá querer fazer gastos públicos além do estabelecido na regra de ouro – não gastar mais do que arrecada. Afinal, é preciso gastar para desenvolver. Já quem defende ajuste fiscal entende que sem controle das contas públicas é impossível visualizar um horizonte de melhoria econômica e social. O desajuste fiscal provoca crise no longo prazo.

Para as pessoas entenderem o ajuste fiscal, basta mostrá-las como estão alguns grandes times do futebol brasileiro – como Cruzeiro, Botafogo, Vasco -, que caíram para a série B e estão com dificuldade para voltar à série A porque as dívidas gigantescas estão atrapalhando o desempenho do time dentro do campo.

Por causa de muito investimento acima do permitido no passado, hoje os clubes estão na berlinda, com possibilidade de falir e fechar.

E como diz Reinaldo Azevedo, países não fecham, pioram.

 

Arrecadação por criação de tributos (ou aumento por inflação)

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Arrecadação por aumento de consumo

 

Como o Estado precisa pagar as contas e investir em alguns setores, é preciso arrecadar. Os agentes polarizadores, vez ou outra, querem ressuscitar a CPMF, ao criar mais imposto para que o estado arrecade sem depender de melhoramento econômico, para pagar as empresas ineficientes estatais e o desenvolvimentismo deficitário estatal. E há também os inflacionistas que geram inflação para o Estado arrecadar artificialmente mais e com isso criar um problema a mais como a hiperinflação [como o que o Guedes está fazendo]. Já a terceira via entende que se fizer uma economia liberal e um ajuste fiscal decente, a economia aquece e a arrecadação aumenta ao natural, sem precisar criar imposto.

Para as pessoas entenderem que a arrecadação é boa, explique que as privatizações junto com medidas liberalizantes melhoram o ambiente econômico, aumentando o consumo das famílias, gerando emprego, renda e aumento de arrecadação para o estado fazer melhorias. Diga não à CPMF!

 

Programa Social de Governo

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Programa Social de Estado

Os entes polarizadores, populista como são, querem que os programas sociais sejam de caráter de governo, ou seja, que sejam considerados programas eleitoreiros que podem ser suspensos após um governo deixar o poder. Já a terceira via do PSDB entende que os programas sociais devem ser de caráter do Estado [colocar o pobre no orçamento de verdade], ao destinar recurso, como dinheiro carimbado, para que as pessoas carentes tenham uma mínima garantia social.

Aliás, mantendo a economia liberal, fazendo ajuste fiscal e com isso gerando arrecadação, tal medida faz sobrar dinheiro para pagar o programa social. Tudo controlado e equilibrado no orçamento.

Para as pessoas entenderem sobre o programa social de Estado, diga-lhes que o programa está garantido não importando quem vença a eleição ou quem perca porque é um direito garantido.

 


Autocracia x Democracia

 

Os agentes polarizadores sempre estão em briga com a mídia, pois, o veículo de comunicação faz a sua função de existir que é divulgar algo relevante que aconteceu no país. Principalmente escândalo de corrupção. Bolsonaro com a sua sanha de querer voto impresso [no estilo: voto impresso ou não vai ter eleição] e o Lula querendo regular a mídia, os dois são autoritários à espera de uma chance para implantar o autoritarismo. Já a terceira via quer democracia acima de tudo, com a mídia livre e as eleições transparentes – nem que isso faça com que este grupo não consiga chegar ao poder.

Para as pessoas entenderem sobre a importância da democracia, faça a seguinte pergunta: você quer perder o direito de ir votar e de saber o que está acontecendo com o Brasil? Se não, então defenda a democracia junto com os tucanos centristas!

 

Constituição Interpretativa x Constituição Letra Morta

 

Para os polarizadores, a constituição é um documento que mais atrapalha do que ajuda o avanço do poder do seu grupo político em ação e por isso pode ser interpretada do jeito que quiser porque o documento não vale nada. Para a terceira via, a constituição é letra morta, ou seja, não cabe ser interpretada ao seu bel prazer. A constituição letra morta garante a segurança jurídica.

Para as pessoas entenderem sobre a questão de a constituição ser letra morta, basta fazer essa constatação:

A constituição não é o novo testamento, o Barroso não é pastor e o PT não é Deus para o ministro do STF abrir o documento e interpretar do jeito que lhe convém.

 

Instituições Cooptadas x Instituições Independentes

 

Os agentes polarizadores estão sempre tentando aparelhar as instituições para avançar os seus autoritarismos e perpetuação de poder. Já a terceira via democrática, centrista e tucana, entende que as instituições devem ser independentes e não afeitas a paixões ideológicas ou emoções políticas porque devem trabalhar para o interesse do povo por meio do mecanismo do estado – que é um ente abstrato.

Para as pessoas entenderem a importância das instituições independentes, explique a elas que tais instituições podem se voltar contra o cidadão comum, após instaurar um autoritarismo ou uma ditadura.

Até porque assim como um árbitro de futebol deve ser imparcial, as instituições também devem ser imparciais porque a parcialidade poderá se voltar contra você.

 

Portanto, esta é a listagem que o PSDB tem a oferecer de diferente ao eleitor brasileiro:

Democracia Representativa [o povo está toda hora indo pra rua e não está adiantando nada – estão fazendo você de trouxa].

Parlamentarismo [o presidencialismo, esgotado, chegou ao fundo do poço ao fazer a polarização de ladrões].

Municipalismo [o federalismo fez Brasília virar um “faz de contas” em que uma elite política rouba todo o Brasil. E as pessoas moram nas cidades e não nesse conto de fada do distrito federal].

Voto Distrital [o eleitor vota no político da sua região. O voto distrital elimina o voto proporcional que faz um político campeão de voto consiga puxar político corrupto e com pouco voto do próprio partido]

Economia Liberal [o desenvolvimentismo serve somente para o Estado desenvolver tetas para o empresário inútil mamar. E o Guedes não é liberal coisa nenhuma].

Ajuste Fiscal [Gastar mais do que arrecada gera crise. Lembre-se dos grandes times de futebol que estão agonizando porque gastaram demais no passado e agora isso virou uma assombração no presente e um problema para o futuro].

Arrecadação por aumento de Consumo [arrecadação por aumento de imposto, como volta de CPMF ou aumento de inflação, é um absurdo porque faz o Estado arrecadar independente de melhora econômica ou não].

Programa Social de Estado [muitos políticos usam o programa social como arma política, algo de governo, para fazer uma “compra legalizada” do voto do mais necessitado. O programa social sendo algo do estado tira esse voto de cabresto].

Democracia [você quer votar e saber o que está acontecendo com o Brasil e o mundo? Então, é democracia acima de tudo].

Constituição Letra Morta [Constituição interpretativa causa insegurança jurídica. E a constituição não é o novo testamento, Barroso não é pastor e o PT não é Deus para o ministro do STF interpretar o documento do jeito que quiser].

Instituições Independentes [para que, diante um autoritarismo ou aparelhamento, as instituições  não se voltem contra você].

 

Obs: as propostas constam no manifesto do PSDB de 1988.

  

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Distinção. Ou: O PSDB como alternativa ao Lula e ao Bolsonaro de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.


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