Por:
Júlio César Anjos
A
história mostra, de forma contundente, que o desempenho da seleção na copa do
Mundo, ou em qualquer campeonato que seja, não tem nenhuma relação com eleição.
Quem diz o contrário não conhece a própria história do Brasil, que, apesar de
curta, já ensina muita coisa.
Muita
gente reverbera o mantra que se o Brasil ganhasse a Copa América, como no caso da ingenua Milly Lacombe, Bolsonaro
poderia obter força para vencer a eleição e, pela lógica oposta, se o Brasil
fracassar, a oposição vence. Deste modo, então, justifica-se torcer contra a
seleção.
Balela. O grito de gol não está relacionado
com o preço da salsicha. Ficar feliz em
ser campeão não faz o país ser mais rico e não acaba com a carestia. E o Brasil
perdendo também não faz destituir presidente só porque o torcedor está de ovo
virado com o resultado em campo. O resultado no retângulo gramíneo é totalmente
antagônico ao resultado da urna.
Ao
vaguear pela história recente do Brasil democrático (de 1990 pra cima), os
fatos mostram que seleção é uma coisa e política é outra. Não orbita no mesmo
sistema. Veja só:
1986:
Brasil é eliminado de forma vexatória. Collor Venceu a eleição.
Nenhuma relação em si.
1990: Brasil é eliminado pela Argentina com o Collor com popularidade em alta [ainda não tinham vindo os escândalos do governo para turbinar o seu impeachment]. Nenhuma relação em si.
1994:
Brasil vence a copa do Mundo e FHC torna-se o presidente. FHC subiu ao planalto
mais por ser ministro da fazenda e ter criado a URV (que virou o Real), do que
o Brasil ter vencido a Copa. Nenhuma relação em si.
1998:
O Brasil perde a final para a França, em uma situação estranha, com o
Ronaldo fenômeno passando mal na final. FHC é reeleito no primeiro turno presidente.
Nenhuma relação em si.
2002:
Brasil vence a Copa passeando perante os rivais. FHC não faz sucessor e a
oposição, comandada pelo Lula, vence o pleito. Nenhuma relação em si.
2006:
Brasil é eliminado pela França, com um time muito bom em campo. Lula se
reelege, vencendo no segundo turno a eleição. Nenhuma relação em si.
2010:
Brasil é eliminado pela Holanda. Lula faz sucessor e Dilma vence eleição.
Nenhuma relação em si.
2014:
Brasil toma 7x1 da Alemanha e Dilma mesmo assim se reelege. Nenhuma relação em
si.
2018:
Brasil eliminado pela Bélgica com um futebol medíocre. Temer, que assumiu após
o impeachment da Dilma, não faz Meirelles o sucessor. Quem vence a eleição é o
oportunista do Bolsonaro. Nenhuma relação em si.
Ou
seja Seleção e eleição não têm nenhuma relação em si.
E aí
a oposição petista vermelha boicota a seleção, pois acha que se o Brasil vencer
a copa América, o político que está no poder pode se reeleger. Não deixe de
torcer pelo Brasil por causa de um pensamento ignóbil desses, uma coisa não tem
nada a ver com a outra.
Nota-se,
como exemplo de 2014, que a oposição, liderada pelo Aécio Neves, torceu mais
pelo Brasil do que o próprio governo petista, que pagava movimento social para
fazer bagunça na rua e dizer que: “não vai ter copa”.
Aliás,
em 2014 a Nike não deixava o consumidor brasileiro colocar o número 45 na
camisa, mostrando que a empresa norte-americana estava boicotando a candidatura
tucana na cara dura.
Agora,
em 2021, a esquerda torceu contra a seleção brasileira porque acha, de forma egoísta
e canalha, que se a seleção vencer a copa América [um campeonato fraco desses],
Bolsonaro poderia ganhar força política para se reeleger.
Note
que a esquerda sempre se conduz pelos sentimentos mais viscerais do ser humano
como egoísmo, ódio e ressentimento. A esquerda não possui a capacidade de ao
menos parar por um instante para apreciar a vida enquanto não está no poder.
Tudo é ruim, nada presta. E só vai prestar quando a esquerdalha voltar ao
poder. É por causa desta mesquinharia que não merecem voltar ao poder.
A
esquerda, infelizmente, não respeita o Brasil. Não são brasileiros. A camisa
deles é vermelha.
Em
2022 tem copa do mundo. Este que vos escreve torcerá pela seleção. E votará
contra o Bolsonaro e contra Lula, independente do resultado no gramado.
E caso
a seleção vença a copa do mundo, tal acontecimento histórico será realizado apesar
do governo [seja ele de direita ou de esquerda] e não por causa dele.
Porque
seleção e eleição são coisas distintas. Simples assim.
***
E deste
modo fica a constatação:
Em
2006, eu torci pela seleção e não era a favor do analfabeto, bêbado e ladrão do
Lula.
Em
2014, eu torci pela seleção e não era a favor da terrorista Dilma.
Em
2018, eu torci pela seleção e não era a favor do golpista Temer.
Agora,
em 2021, eu torci pela seleção na Copa América e não sou a favor do genocida
Bolsonaro.
Em
2022 torcerei pela seleção e votarei num candidato do PSDB. Porque eu amo a
minha seleção e amo o meu país. Não me deixo dominar por situações de causa e
efeito que não existem.
Torça
pela sua seleção e seja feliz. E venha para o PSDB.
Para finalizar: Parabéns Brasil!
Seleção x Eleição de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
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