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Postulados Políticos Polêmicos

 

Por: Júlio César Anjos

 

Estes são os postulados políticos – tipo de “consensos” na sociedade – que por serem debatidos tornam-se polêmicos.

Então que sejam debatidos os “consensos”.

 

Democracia Direta

 O consenso é: a voz do povo é a voz de Deus.

O fato é que a democracia direita é ferramenta para quem está no poder manipular a massa ao votar naquilo que o Sistema quer, fazendo com que o povo tenha uma falsa sensação de escolha.

Basta carregar pelo sentimento ideológico uma maioria simples de mais de 50% da população votante para, pela democracia direta, fingir dar poder de tomada de decisões para “o povo”, sendo que as mudanças estão satisfazendo um grupo político-ideológico no poder.

Exemplo empírico de que democracia direta não funciona é a Venezuela.

 

Imunidade Parlamentar

O consenso é: imunidade parlamentar é impunidade parlamentar.

Esse item é tão postulado que o MBL criou a expressão irônica de: “impunidade parlamentar” para interditar o debate de antemão.

A imunidade parlamentar é invocada para que o político tenha as suas defesas e liberdades para falar e se expressar pela sua forma e pelo seu conteúdo da maneira que quiser.

Exemplos: Pela forma: Falar gritando. Pelo conteúdo: Falar palavra Chula. A forma e o conteúdo é falar aos berros palavrões. A depender do contexto, isso pode ser considerado desde indignação até loucura.

O parlamentar tem direito a fazer isso enquanto exerce o seu cargo.

Agora, presta a atenção, quem deve condenar de antemão esse politico como louco – porque só louco para falar palavrão aos berros – é a sociedade ao rejeitar a loucura. E não um ministro do STF ou das instâncias inferiores [por causa do fim da imunidade parlamentar].

Deste modo, então, tomara que membros do MBL não precisem de imunidade parlamentar no futuro. Cairiam em contradição.

 

Prisão em 2ª Instância

O consenso é: O STF preserva políticos bandidos.

E quem defende a prisão em 2ª instância entende que o politico ir para foros inferiores reduz a corrupção [porque o STF protege corrupto].

Nada mais falso. Nas primeiras e segundas instâncias Brasil afora o que mais se vê é preservar político alinhado ao sistema judicial que entrega benesses à classe jurídica e perseguir desafeto [ou quem não dê benefício para a categoria].

Na verdade, quem defende prisão em segunda instância quer que o poder fique mais concentrado nas regionalizações para que fique mais fácil acossar ou preservar os políticos.

Além do mais, o sistema brasileiro é dividido entre os 3 poderes de Montesquieu. Os 3 poderes são concentrados em Brasília. E se for descentralizar o judiciário, deve-se também descentralizar o legislativo e o executivo. É fazer o tal do mais Brasil, menos Brasília.  E neste caso, o membro do judiciário que defende prisão em segundo instância não quer – porque este ente do judiciário quer privilégio e poder. 

 

Foro Privilegiado

O consenso é: Só político ladrão precisa de foro.

Lembra-se do: “sem foro, é Moro”? Então, na teoria, o político ao perder foro privilegiado iria para a primeira instância, o qual, diante agentes do judiciário concursados, iriam apenar o “político ladrão”.

A eleição de 2018 acabou, muita gente perdeu o foro privilegiado porque não se reelegeu e... Nada aconteceu. Os processos estão todos parados. Só que agora na primeira instância. Porque as instancias inferiores perseguem e preservam quem eles querem.

Além do mais, o foro privilegiado atende a imunidade parlamentar e a não prisão em segunda instância [prisão só em caso de trânsito em julgado - STF]. Isso é constituição.

 

Financiamento de Campanha

O consenso é: Empresas privadas são causadoras de corrupção.

O postulado diz que as eleições devem ter financiamento público porque o privado corrompe e que as eleições devem ser baratas porque eleições caras privilegiam os poderosos. 

Eleição barata expurga o dinheiro limpo de rodar em campanha de forma mais natural. Saindo o dinheiro limpo, abre margem para entrar o dinheiro sujo no lugar. Caixa-2, lavagem de dinheiro, doação de igreja [dizimo lavado para este proposito], outas doações em mídias sociais e por aí vai.

Este que vos escreve defende financiamento privado de campanha. Mas não só o financiamento privado, mas também o doping financeiro. O doping financeiro significa colocar tanto dinheiro limpo em campanha que se torna impossível o dinheiro sujo concorrer em eleição.

Dinheiro limpo de financiamento privado de campanha de empresas constituídas com doping financeiro, junto com lobby, para expurgar de vez o dinheiro sujo.

Isso é honestidade.

 

Caixa2

O consenso é: caixa2 é corrupção por si só.

O fato é que, dependendo da situação, o caixa2 pode ser até mesmo heroico.

Os EUA, nos anos 60, baldeou dinheiro secreto [caixa2] no IPES/IBAD para criar pensadores contra o comunismo no Brasil.

Ou seja, o Brasil foi salvo do comunismo por causa de caixa2.

Portanto, caixa2 não é corrupção por si só.

 

Presidencialismo

O consenso é: O presidencialismo é o melhor modelo para a democracia.

Talvez o presidencialismo seja o postulado que esteja se esfacelando de forma mais acelerada do que os demais.

Porque o presidencialismo, ao fazer a massa defender politico corrupto de estimação, está mostrando que o presidencialismo está esgotado.

Até porque está sendo comum impeachment de presidente. E se for para ser comum destituição de presidente, nada melhor do que implantar o semipresidencialismo, em que, caso não tenha apoio popular nem no congresso, esse primeiro-ministro cai na hora.

É o tal do: “não se apega muito porque vai cair”.

 

Voto Impresso

Não é postulado porque é um assunto dividido; mas é polêmico.

Este que vos escreve é a favor de uma urna híbrida com verificação de dois fatores: o voto eletrônico bater com o voto impresso. Isso possibilitaria auditar a campanha.

E como todo mundo sabe, quanto mais as eleições são transparentes, melhor para o povo em geral.

Voto híbrido com verificação de dois fatores já!

 



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