Por: Júlio César Anjos
Na opinião deste blogueiro que vos escreve, o Bitcoin não é uma criptomoeda; é um depósito de paraíso fiscal.
É um criptodepósito virtual de valor.
A palavra depósito significa colocar alguma coisa
em um LUGAR. E na linguagem
bancária, depósito é um armazém de valores – esse valor pode ser tangível ou
intangível. É por isso que quando você vai colocar dinheiro na tua conta ou na
da outra pessoa, você leitor diz que irá depositar.
Nos
primórdios, o banco só guardava bem tangível, cujo local era composto por 3
setores: o balcão para intercambiar o valor guardado por uma promissória. O armazém
que estocava os valores - sejam moedas ou ouros, diamantes e afins -, chamado
de depósito. E a parte administrativa. O que, para ser sincero, até hoje é
assim que funciona [mesmo virtualmente].
Com
a globalização, os negócios tornaram-se internacionais; assim como os bancos.
Se o negócio legalizado internacionalizou, o negócio ilegal também. E o negócio
ilegal internacional só foi possível com a ajuda de paraísos fiscais [offshore].
O
paraíso fiscal tem duas vantagens: 1) não cobrar impostos e taxas (o Bitcoin
faz isso); 2) manter sigilo ao não facilitar o rastreamento do usuário (o Bitcoin
também faz isso).
O
Bitcoin, ou qualquer outra “criptomoeda” que seja, surge para substituir o
depósito (a guarda de valores) do paraíso fiscal.
Com
a era da internet e a web avançando tecnologicamente a passos largos, um
paraíso fiscal, como, por exemplo, a Suíça, poderia ser “hackeado” por um
adolescente no quarto com o seu computador ligado. Justamente porque esse jovem
sabe lógica de programação [e por isso existe a criptografia].
Diante
disso, ficaria muito arriscado o paraíso fiscal, que é um país (Suíça, Ilhas Malvinas),
manter a guarda dos bens e valores da bandidagem do mundo todo porque esses
dados, além das informações, poderiam ser vazados com facilidade. Já pensou
saber facilmente quem é criminoso e quem não é com provas materiais válidas
vindas de um adolescente em seu quarto?
Para
evitar estrago maior, criou-se o Bitcoin como depósito de valores do submundo
do crime.
Para
dar ar de legalidade, o mundo do crime puxou os liberais libertários para
legalizar o Bitcoin como uma operação inofensiva de moeda virtual que se valorizaria/desvalorizaria
e se comportaria como uma moeda real qualquer ao passar do tempo.
E se no passado a Suíça era um paraíso fiscal
que possuía o balcão de troca e o depósito [o armazém] de guarda de valores
[tendo até mesmo cofres nos bancos suíços], hoje o país europeu é apenas o
balcão que faz a conversão da moeda virtual para a moeda real, pelo Franco Suíço.
O
que a Suíça, que já foi um paraíso fiscal e não é mais, ganha com isso? O Franco
Suíço vira uma moeda forte sem precisar de lastro algum – porque a procura pela
moeda é alta, o que torna valorizada pela lei da oferta e demanda.
Sabe
quando essa lógica foi decifrada?
Quando
a Suíça resolveu cooperar com a operação lava-jato mesmo fora dos protocolos e longe
da legalidade. Por que cargas d’agua um paraíso fiscal iria jogar fora a
reputação de um paraíso fiscal de proteção de sigilo só para cooperar com força
judiciária de país subdesenvolvido de terceiro mundo como o Brasil?
A
resposta é simples: A Suíça deixou de ser guarda de valores do submundo do
crime. Quem faz a guarda de valores do crime é o Bitcoin! (bingo!).
Hoje
a Suíça não é mais um paraíso fiscal porque não faz a guarda de valores do
mundo; ela só troca Bitcoin por Francos Suíços [que é quase a mesma coisa].
E
deste modo, fica a pergunta: o que o Bitcoin guarda? O Bitcoin guarda dinheiro
vindo de:
Tráfico
de drogas, tráfico humano, tráfico de órgãos, sequestros de valores, reembolso
para matadores de aluguel, desvio de recursos por meio de corrupções, investimento em pedofilia (QAnon), investimentos
para submundos de crimes, crimes cibernéticos de roubos virtuais, compra de
produtos ilegais intercambiados em deep web e por aí vai. Ah, mas também é usado
como meio de trocas para gente do mercado financeiro [que devem estar cevando o
mundo do crime].
Nunca
na história da humanidade uma tecnologia facilitou tanto o trabalho da
bandidagem como a construção de “criptomoedas” [que são na verdade
criptodepósitos de valores virtuais], de deep web e afins.
E
a situação só não está pior porque o mundo do crime precisa de aparelhos eletrônicos
para conectar ao Bitcoin e deep web. São nos aparelhos que se consegue pegar
tais grupos criminosos.
O
Bitcoin é maravilhoso para quem quer fazer lavagem de dinheiro. Mas os
libertários idiotas úteis acham que o Bitcoin é virtuoso porque não está no
controle do Estado. E nesse ponto não dá
pra saber se são inocentes ou coniventes. É possível que sejam os dois ao mesmo
tempo.
Quanto
o aumento de Bitcoins por mineração, esse fenômeno é igual ao da reserva
fracionária que os bancos fazem até hoje. Como todo mundo que depositou valores
não irá resgatar ao mesmo tempo, então dá para vender notas promissórias para
terceiros como crédito. A mineração é o crédito desse criptodepósito virtual de
valor.
Portanto, o Bitcoin não é uma moeda, é um depósito virtual de valores e quem mais gosta desse modelo de transação é o crime internacional. Bitcoin é criptodepósito virtual de valores do crime organizado mundial.
***
Quando o Bitcoin surgiu, eu achei que era só
um esquerma Ponzi que logo sumiria da praça. Hoje eu não tenho opinião formada
sobre o futuro deste criptodepósito virtual de valor. Não sei até onde vai a
loucura humana.

Bitcoin de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Comentários
Postar um comentário
Comente aqui: