Por: Júlio César Anjos
Todos
aqueles que estão incomodados com a polarização em 2022 entre Lula x Bolsonaro
estão em busca de uma terceira via. Essa terceira via, como se sabe, deve ser
totalmente antagônica aos entes extremistas ao criar uma estética de
diferenciação contra tais algozes. Muitos players estão dispostos a capturar
esse eleitorado de centro que repudiam, de antemão, políticos corruptos de
estimação. Mas no espectro centrista há 3 tipos de grupos políticos que
manobram dentro deste ambiente: 1) os que fazem dobradinha; 2) os que marcam
posição; 3) os que trabalham pelo sequestro eleitoral. Este último é um
problema porque é corrupção politica de antemão.
Os
candidatos, na eleição presidencial, que fazem dobradinha são aqueles que fazem
aquele ping-pong no debate eleitoral com uma espécie de pacto de não agressão. Já
os políticos que marcam posição, usam a política para dizer que existem e
reforçam as causas e bandeiras políticas não se importado com o resultado da
eleição [geralmente são esses que agridem os adversários]. E, por fim, há
aqueles que fazem o sequestro eleitoral. Fingem ser antagônicos aos dois entes
polarizadores, mas no fim todo mundo sabe que este ente político irá apoiá-los no segundo turno.
O
sequestrador eleitoral é aquele político ou grupo político que não é de
espectro de centro, mas finge ser, só para cooptar uma parcela eleitoral e
baldear esse eleitorado para o seu grupo ideológico da esquerda ou direita. O sequestrador eleitoral faz de reféns as
vitimas eleitorais que inocentemente acreditam que aquele grupo político seja
de centro. Até porque tudo o que o eleitor de centro não quer é ser direita ou
esquerda. Mas como são sequestrados, os eleitores de centro acabam caindo na
polarização na qual, por escolha própria, não gostariam de estar. O
sequestrador eleitoral é parente próximo do estelionatário eleitoral. Só que o
estelionato, neste sentido, é enganá-lo para que o eleitor de centro seja, no
fim, um pleiteador de esquerda ou direita. O estelionatário eleitoral é, no
fim, um golpista político.
A
polarização política, para funcionar, ela precisa desestabilizar o centro
político seja por desmembramento, quando há vários candidatos ao pulverizar os
votos que seriam unificados em um candidato de terceira via de fato, ou esse
candidato de terceira via ser um sequestrador eleitoral em que finge ser
moderado de centro, mas na verdade só está no jogo para, no segundo turno,
baldear esse eleitorado para o seu candidato predileto, seja ele de esquerda ou
direita.
Um
exemplo de sequestrador eleitoral “moderado de centro” nas eleições nacionais
no passado era a Marina Silva. Marina Silva, a cada quatro anos, saia da sua
tumba para brincar de “doce ou travessura” na eleição presidencial. Ela servia
como um estanque dos petistas para que os tucanos não avançassem ainda mais ao
centro, buscando maior quantidade de eleitores para vencer a eleição
presidencial. E note que mesmo em 2014, quando a Marina apoiou o Aécio, os seus
eleitores foram para a Dilma, mostrando que ao ter criado por muito tempo a
Marina esquerdista, esse eleitor migou para o PT de novo, “traindo” a eterna sonhática
da terceira via.
Como
a Marina Silva aposentou-se como sequestradora eleitoral da esquerda, agora há
novos pretendentes a sequestradores eleitorais apresentando-se para a eleição
presidencial de 2022. Agora, todo mundo quer o posto da Marina Silva, e todo
mundo quer, também, fazer esse sequestro eleitoral para baldear essa massa
eleitoral para algum polo polarizador – seja da esquerda ou direita.
Pode
ver que agora todo mundo é centro. Ciro Gomes, Amoedo, Danilo Gentili [MBL
virou centro, não é irônico?], Luciano Huck, Sergio Moro e até mesmo o Boulos
[o moderado da mídia]. E para ser franco, nenhum desses são considerados perfis
de centro. Só estão no centro para sequestrar o eleitor nem-nem [nem Lula nem
Bolsonaro] para criar uma moeda política para baldear esse eleitorado para o
ente polarizador. No final das contas, Ciro Gomes, Luciano Huck e Boulos apoiariam
o Lula; e Amoedo, Danilo Gentili e moro apoiariam o Bolsonaro. É óbvio que
esses grupos, linhas-auxiliares que são, estão enganando o eleitor porque fazem
cálculos políticos para um possível segundo turno extremado. Deste modo, é
preciso denunciá-los, desde já, pelo o que eles são: sequestradores eleitorais.
O Danilo Gentili, aliás, criação do MBL, está entrando na política para ocupar o lugar do Levy Fidelix – haja vista que a sua caricatura na próxima eleição poderia fazer o Lula vencer com folga a polarização. E um Gentili como terceira via, em 2022, no final das contas baldearia apoio ao Bolsonaro, mostrando que nunca foi centrista coisa nenhuma. E o Ciro Gome a mesma coisa. Paga de moderado, mas no fim apoiaria um Lula contra um Bolsonaro. Deste modo, o verdadeiro centrista vota nulo em um segundo turno polarizado.
O
único grupo centrista de fato na eleição brasileira hoje é o PSDB. Os tucanos,
bem verdade, já ocuparam o lugar da direita no passado, mas o PSDB foi
expurgado desta posição pelo Bolsonaro. E esquerda os tucanos não são.
Portanto, o PSDB é centrista.
O
eleitor nem-nem que não queira virar refém de sequestro eleitoral criado por
falsos candidatos de centro devem verificar que o único porto-seguro, deste
eleitor passivo que vota secretamente sem fazer algazarra, são os tucanos. O
PSDB do Alckmin, por exemplo, que criou o vídeo chamado: “o salto no escuro e a
escuridão”, sendo profético diante essa polarização nociva para a democracia
brasileira, ao posicionar-se em 2018 tanto contra Haddad – da extrema-esquerda
– quanto a Bolsonaro – da extrema-direita.
Portanto,
deve-se evitar o sequestro eleitoral que será praticado por estes agentes
políticos que estão desde já enganando os eleitores nem-nem – nem Lula nem
Bolsonaro. Porque, no fim, o que os sequestradores eleitorais querem mesmo é
que o nem-nem vote em Lula e em Bolsonaro no final das contas.
Evite
virar refém de uma polarização extremista em que você não quer estar. Vote no
verdadeiro grupo de centro (vocês já sabem qual é).
Salto no escuro e a Escuridão (Alckmin, 2018):
Em 2022, o eleitor não irá errar de novo porque as instituições, a partir de agora, irão funcionar. O será que não?
Sequestro Eleitoral de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
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