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Extremismo: Questão de Manicômio

Por: Júlio César Anjos

 

Há ampla discussão no país se a questão do Daniel Silveira é de caráter político, com situações que envolvem liberdade de expressão, ou jurídico, com situações que envolvem crime por instigar violência. O eixo da discussão está totalmente errado. Porque o extremismo político, em país democrático, deve ser tratado como algo psíquico, como doença mental que condiciona a uma falta de requisitos mínimos que impede que este indivíduo conviva em sociedade.

O senhor Matarazzo foi ao MBL e este que vos escreve foi vê-lo. Na live que falava exatamente sobre o Silveira, lá pelas tantas, o ex-tucano lembrou que levou pedrada de sectários da esquerda porque este grupo extremista tinha perdido na esfera da argumentação sobre a privatização e, com isso, apelou para a agressão física. Isso demonstra que não é só o bolsonarismo ataca os adversários de maneira mais incisiva. A violação psíquica e a violência tanto física quanto verbal estão nos extremismos – seja de direita ou de esquerda.

Deste modo, se o juiz do STF Alexandre de Morais determina a detenção do Silveira a um sanatório, a discussão seria outra, bem diferente, em que o Silveira não poderia nem mesmo gerar agressão verbal ou alguma forma mais ríspida de comunicação corporal, porque psiquiatras estariam ao seu encalço ao reafirmar ser doido, fazendo esse player político congelar dentre de suas ações. Foi justamente a estética da prisão, como se uma ofensa gratuita na internet tivesse o mesmo parâmetro e peso de um latrocínio, que facilitou a vida do bolsonarista a jogar a querela para uma questão politica.

Casos de agressões vindas de extremistas não devem fazer esse agressor ser preso na penitenciaria, mas ser detido em um manicômio.  

É por isso que o louco político aproveita brecha jurídica e politica. Esse eixo de polarização que gera discussão e debate enviesado é que faz o extremista ficar confortável em fazer loucura sem parar. Ninguém o taxa de louco por ser louco. E todo mundo tenta acomodá-lo na sociedade por se tratar de uma pessoa que só se exaltou em um momento e que às vezes erra, pois, errar é humano. Nada mais falso. O extremista, que é um louco político, age de forma excêntrica e sempre desafiando tudo de forma sistemática. E só vai parar quando todo mundo chamá-lo de louco; e não de antidemocrático, no quesito político, ou criminoso, na esfera criminal.

Diante disso, com essa brecha aberta pela imperfeição de organização da sociedade, esse louco quer validação. Ele sabe que faz maldade e sabe que poderá ser pego. Mas ele aposta que tais atos tendam a ser populistas por mexerem com sentimentos latentes da massa amorfa. Ou seja, as pessoas estão indignadas com situações cotidianas e precisam descarregar seus desgostos em algo e/ou alguém. E nada melhor do que fazer das instituições as vilãs por ser considerados: “o Sistema”. Sabendo disso, o extremista – que é louco político - quer a validação da sociedade.  

Tanto na questão da violência dos petistas contra os tucanos como a do Silveira contra o STF precisam de validação para que tais atos sejam executados. Caso contrário, esses doentes mentais extremistas ficariam inibidos e depressivos sem poder cometer violações psíquicas porque isso seria antipopular, não validando os seus atos, tornando esse doente mental inútil ao praticar sandices.

Uma das ferramentas que mais valida loucos são as empreiteiras cibernéticas [Google, Facebook, Twitter]. Porque as reações de curtir, compartilhar e comentar retroalimentam como um feedback positivo de que aquilo que eles estão fazendo está certo. É mais ou menos como se o Coringa do filme Joker tivesse Twitter [“vou xingar muito no Twitter”]. Parece que a loucura não infringe os termos de uso das plataformas de mídias sociais, as big techs, capitalistas – que são empresas privadas que possuem regras próprias.  [detalhe: o extremista louco político adora o recurso de bot, fake News e afins]

O extremista louco político sempre será o líder, o condutor, que guiará até mesmo pessoas inocentes úteis a defendê-los e/ou praticarem as suas determinações.  Este líder tem capacidade e até vontade de até mesmo matar por suas crenças ideológicas. Não faz porque se inibe diante a falta de validação. Mas caso a massa valide tal situação, aí se tem ditadura e ascensão de tipos como Hitler, Stalin, Mussolini.

 E, aliás, se Hitler, Stalin e Mussolini, três extremistas loucos políticos, ressuscitassem no Brasil, teriam a Gazeta do Povo como a sua mídia de notícia defensora, por dizer que tais atores poderiam ter liberdade de expressão. Não é lindo?

 Portanto, extremista louco politico tem que ser calado por causa de uma razão só: é louco.

 

Parem de ficar batendo palma pra louco dançar.

 

Alexandre de Morais manda prender Daniel Silveira:

 Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/02/moraes-do-stf-manda-prender-deputado-daniel-silveira-apos-ataques-a-ministros-da-corte.shtml



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