Por: Júlio César Anjos
Havia
um tempo que a classe média tinha rumo e sabia o seu lugar. Ou seja, tinha uma
bussola de orientação. Hoje, não. Está presa no Suplício de Tântalo do
populismo político padrão. A classe média está sem rumo porque perdeu a
bussola. E com isso poderá ser extinta. Isso é um horror.
Antigamente,
a classe média entendia de economia. Seja por empirismo ao sofrer com
hiperinflação, e questão desde câmbio até bem-estar, sabia alguns fundamentos
para não se aventurar em barca furada e conseguir assim sobreviver como um
grupo acima da pobreza, não se importando estar abaixo da elite e da riqueza. E isso era tão mágico que o pobre queria subir
para virar classe média e a elite gostava do modo de vida do brasileiro médio.
A
classe média sabia fundamentos de pilares cristãos, que moldavam a moralidade com
a percepção de certo e errado. Que dinheiro não compra lote no céu, que Jesus
não rima com Taurus nem fuzil, que a fé é momento de reflexão. E que Tieta
tinha mais ética que a Perpétua.
A
classe média sabia o que era política. Tinha aversão em votar em populista
mandrião. E pesava sempre prós e contras, não se guiando por paixões, ao saber
escolher por fazer voto de opinião. Sabatinas, entrevistas, debates, entre
outros, na mídia eram profundamente analisados para que o eleitor médio pudesse
escolher certo. Isso gerava uma lógica de que a classe média nunca votava
errado [como aconteceu ao votar em Lula e Bolsonaro], sempre era induzida ao
erro – o que agora todo mundo sabe que não é verdade. Isso era tão verdadeiro
que obrigou Lula ter que usar terno chique, loção de boa essência e saber se
portar de maneira civilizada no meio social.
A
classe média, como fundamental na engrenagem consumista do capitalismo, sabia de
cultura, cinema, moda, arte, estilo e etc. A Editora Abril com as seus revistas
específicas [Exame, Você S/A, Claudia, Caras], focavam em um público cativo que
gerava cadeia de valores em várias frentes de negócios e com isso gerava ativos
para a sociedade também. Consumia um modo e estilo de vida. Sabia que fazia
parte de uma classe social e não de um sectarismo político.
Como
sendo a principal classe que fazia parte fundamental da cadeia trabalhista
nacional, a classe média, de maneira rasa, sabia a importância da fotografia,
sociologia, literatura, e importância de profissionais liberais como o
psicólogo, jornalista, médico, professor, escritor, e etc. Até porque até hoje
é esta classe que ocupa esses espaços profissionais específicos.
A
classe média sabia exatamente o seu lugar, não era abundância tampouco miséria,
e por isso tinha de certo modo uma boa antipatia pelos ricos e simpatia pelos
pobres.
A
classe média está perdida porque perdeu todas estas orientações citadas até
aqui. Mas talvez a pior delas é ter caído no canto da sereia e ter perdido a
bussola moral. O principal instrumento de orientação que fez a classe media
perder-se das demais direções, seja economia, religião, cultura, lazer e
profissão.
A
classe média brasileira em seu auge rejeitaria, com certeza, tanto Gleisi Hoffmann
quanto Carla Zambelli. O motivo é que essas moças, ao serem servas de populistas
hipócritas, não possuem atributos necessários para serem consideradas as
porta-vozes da classe média em geral. E também a classe média seria mais Shéridan
Esterfany do que Joice Hasselmann. Mas como a classe média encontra-se em
decadência de extinção, então qualquer populista de ocasião serve para satisfazer
essa massa amorfa que está a desaparecer a cada dia sem exceção.
Ao
votar em Lula e Bolsonaro, a própria classe média modificou-se ao ponto de não
distinguir-se ao miserável que, pela justificativa da sua própria situação, ao
menos possui o que a classe média não tem: senso de sobrevivência. Aqui jaz
classe média, que a passos largos tende daqui pra frente a desaparecer.
Deste
modo, pela lógica da extinção, existe uma teoria sobre esse desaparecimento da
classe média que vem da esquerda.
A
classe média é na verdade uma classe de consumo da dinâmica capitalista
burguesa. Ela era desenvolvida porque as elites financeiras precisavam de
mão-de-obra, tanto qualificada quanto a não qualificada, para gerar riqueza.
Com a redução cada vez maior da necessidade de uso de mão-de-obra para executar
tarefas porque a tecnologia está substituindo o humano pela Inteligência
artificial, também não há necessidade de haver até mesmo superpopulação na Terra
degradando o planeta. Para os ricos, já não há mais necessidade de tantas
pessoas no mundo. Portanto, a classe média, assim como o pobre, podem sumir do
mapa que isso será até bom para as elites no futuro.
Abrem-se
parênteses: Desde as civilizações antigas até este momento, somente o ser
humano é capaz de gerar riqueza. O Imperador Cesar disse a frase: “Roma precisa
de filhos”, porque superpopulação aumenta a quantidade de exército, de
capacidade de interação coletiva para criações e organização, e de geração de
riqueza para o rei. Só que hoje com a revolução 4.0, máquinas agrícolas plantam
e colhem com Inteligência Artificial, Indústrias estão pesquisando para trocar
o trabalhador pela robótica e etc. Esse futuro distópico de aniquilação
populacional vinda pelas elites pode ser crível. Fecham-se parênteses.
Hoje
mesmo a classe média, sem senso de pertencimento de classe e perdendo a sua “média”
[o equilíbrio, o meio termo], ao empobrecer-se a passos largos, luta contra a
própria classe média, contra os pobres e só preserva a elite porque cai na
conversinha de populistas como Lula – que enriqueceu banqueiro - e Bolsonaro –
deus da faria Lima.
A
única função da classe média hoje, infelizmente, é ficar o dia inteiro em
engajamento em grupos e no Whatsapp defendendo o político populista de
estimação.
Deste
modo, a Chauí certa feita, disse, com ódio, ter horror da classe média. Aqui,
neste texto, a classe média é um horror e poderá ser extinta; com embasamento e
nem perto de ser guiado por paixões.
***
E
como eu conheço a classe, muito provavelmente o leitor poderá distorcer tudo o
que foi escrito para que essa distorção sirva para o político de estimação
padrão. O que mostraria, pela própria reflexão, que este que vos escreve está
certo de antemão.
A Faria Lima é o bichinho de matar com pedra, do Hermes e Renato.
A
única coisa que a classe média brasileira se preocupa é em aprender inglês para
sair do Brasil – mesmo o mundo não querendo brasileiro
Mas
ainda resta esperança. A Classe Média deve rejeitar todo e qualquer político
populista padrão.
Lista
de político populista que irá se aventurar na eleição de 2022:
Haddad (Lula);
Bolsonaro;
Sergio Moro;
Ciro
Gomes.
Eles
enganam você.
A Classe Média é um Horror e Será Extinta de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
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