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Autoplágio: Dólar a R$ 4,21 é o Maior Valor desde a Criação do Plano Real, Sim!


Por: Júlio César Anjos

Deu no UOL (25/11/19): “Apesar da marca, de fato, ser o maior valor nominal (valor sem correção) para o dólar desde que o Real foi implantado, ele não leva em conta a inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.”


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Esse negócio de "valor nominal" da cotação Real x Dólar é balela. Não existe.

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Escreverei de forma bem sucinta para que a explicação fique bem clara:

Os especialistas do UOL, que eu não sei quem são, pegaram a inflação oficial dos dois países [traduza isso como o índice de variação de preço na gôndola do supermercado de cada país] para fazer o comparativo e cravar que o Real hoje estaria defasado perante o Dólar.

O problema é que a premissa está errada porque inflação sempre foi e sempre será impressão de moeda sem lastro à revelia.

Porque aumento de preço na gôndola do supermercado não é a causa, é a consequência de inflação.

Neste caso, de que inflação é impressão de papel-moeda, a quantidade de Dólar é monstruosamente superior que o Real no mundo, em que pelo parâmetro quantitativo de moeda, o Dólar era para desvalorizar perante o Real ao natural – se as condições fossem somente essas.

Mas o EUA consegue fazer o fenômeno de exportar inflação.

Porque o EUA consegue espalhar Dólar no mundo todo. A maior prova disso é que o Dólar é a moeda-padrão para negociação internacional.

Como o Dólar é a moeda internacional, quem tiver a própria moeda supervalorizada perante a moeda americana, sofre as consequências de o mercado doméstico perder espaço para importados, o que faz o mercado doméstico quebrar pela importação.

Então, os outros países do mundo, por causa do tsunami monetário praticado pelo banco central norte-americano pós-crise de 2008 [em que o país trocou crise por dívida], são obrigados a também aumentar a banda de impressão de moeda sem lastro à revelia [ou seja, os EUA obrigaram o mundo todo criar inflação ao mesmo tempo]. 

Só que países como o Brasil trabalham com tripé-macroeconômico, em que o banco central nacional controla o problema de descontrole de preço na gondola do supermercado.

Então, faz sentido até certo ponto mensurar inflação pelo preço na gôndola do supermercado no Brasil [por causa do tripé-macroeconômico – especialmente a “meta de inflação”]; mas não faz sentido nenhum fazer isso no EUA – porque o norte-americano exporta inflação – e não tem meta de inflação para bater.

Porque se todos os dólares do mundo voltassem ao país de origem, o EUA teria uma hiperinflação pior do que da Venezuela, e o país, certamente, entraria em caos por causa de problema monetário. Ou seja, o norte-americano perderia o bem-estar.

Se não há como fazer econometria neste quesito de impressão de moeda à revelia, tanto no EUA quanto no Brasil, para gerar parâmetro verdadeiro de comparação da moeda Real x Dólar, então, só há a grande constatação:

Esse valor, pelo o que o mercado confessa em negociação no balcão dia-a-dia, é o número exato de valorização do Dólar perante o Real, ou vice-versa. Portanto, o Dólar a R$ 4,21 hoje é o maior desde a criação do Plano Real, Sim!

Autoplágio do texto publicado neste blog em 13 de Setembro de 2018 com algumas modificações pontuais: 

 Fonte UOL: 




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