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Dólar a R$ 4,196 é o maior valor desde a criação do Plano Real, Sim!


Por: Júlio César Anjos

Deu no UOL (13/09/18):
“O dólar comercial fechou em alta de 1,21% nesta quinta-feira (13), cotado a R$ 4,196 na venda. Com isso, o dólar atinge um valor recorde de fechamento desde a criação do Plano Real”.

Mas o UOL explica, de forma errada, que:
 Isso não significa necessariamente que o dólar quebrou o patamar de 2002, época da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Quando se atualizam os valores pela correção da inflação oficial tanto nos EUA como no Brasil, o dólar precisaria valer hoje acima de R$ 10,46 para quebrar esse patamar, de acordo com cálculos fornecidos pela consultoria Economatica.

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Escreverei de forma bem sucinta para que a explicação fique bem clara:

Os especialistas do UOL, que eu não sei quem são, pegaram a inflação oficial dos dois países [traduza isso como o índice de variação de preço na gôndola do supermercado de cada país] para fazer o comparativo e cravar que o Dólar hoje, por essas premissas, estaria custando R$ 10,46.

O problema é que a premissa está errada porque inflação sempre foi e sempre será impressão de moeda sem lastro à revelia.

Porque aumento de preço na gôndola do supermercado não é a causa, é a consequência de inflação.

Neste caso, de que inflação é impressão de papel-moeda, a quantidade de Dólar é monstruosamente superior que o Real no mundo, em que pelo parâmetro quantitativo de moeda, o Dólar era para desvalorizar perante o Real ao natural – se as condições fossem somente essas.

Mas o EUA consegue fazer o fenômeno de conseguir exportar inflação.

Porque o EUA consegue espalhar Dólar no mundo todo. A maior prova disso é que o Dólar é a moeda-padrão para negociação internacional.

Como o Dólar é a moeda internacional, quem tiver a própria moeda supervalorizada perante a moeda americana, sofre as consequências de o mercado doméstico perder espaço para importados, o que faz o país quebrar pela importação.

Então, os outros países do mundo, por causa do tsunami monetário praticado pelo banco central norte-americano [em que o país trocou crise por dívida], são obrigados a aumentar a banda de impressão de moeda sem lastro à revelia.

Só que países como o Brasil trabalham com tripé-macroeconômico, em que o banco central nacional controla o problema de descontrole de preço na gondola do supermercado.

Então, faz sentido até certo ponto mensurar inflação pelo preço na gôndola do supermercado no Brasil [por causa do tripé-macroeconômico – especialmente a “meta de inflação”]; mas não faz sentido nenhum fazer isso no EUA – porque o norte-americano exporta inflação – e não tem meta de inflação.

Porque se todos os dólares do mundo voltassem ao país de origem, o EUA teria uma hiperinflação pior do que da Venezuela, e o país, certamente, entraria em caos por causa de problema monetário. Ou seja, o norte-americano perderia o bem-estar.

Se não há como fazer econometria neste quesito de impressão de moeda à revelia, tanto no EUA quanto no Brasil, para gerar parâmetro verdadeiro de comparação da moeda Real x Dólar, então, só há a grande constatação:

Esse valor, pelo o que o mercado confessa em negociação no balcão dia-a-dia, é o valor exato de valorização do Dólar perante o Real, ou vice-versa. Portanto, o Dólar a R$ 4,196 é o maior valor desde a criação do Plano Real, Sim!

E que fique também o registro: O UOL tentou passar pano para Lula-Dilma por causa deste tal de R$ 10,46 que não faz sentido nenhum.

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Agora um pouco de teoria dos jogos:

O EUA para sair da crise de 2008 trocou crise por dívida, ao fazer tsunami monetário [dominância fiscal + investimento internacional] para manter-se como potência mundial. Mas inflação é coisa complexa e o EUA teme o inevitável: a inflação começar a atrapalhar o bem-estar do ianque.

Deste modo, faz sentido o EUA criar desestabilização econômica e social no planeta para gerar crise mundial, para que o EUA resolva esse problema de inflação, ao ser o credor mundial, antes que o Dólar deixe de ser a moeda negociável no mundo, ao acabar o padrão-dólar.

Neste caso, não importa esquerda ou direita, vermelho ou azul, amigo ou inimigo do EUA. Porque, para manter o bem-estar do EUA, o norte-americano irá desestabilizar países até mesmo amigos como o Brasil, mesmo o presidente eleito sendo Bolsonaro, que faz continência à bandeira americana.
  
Portanto, se eu estiver certo, a Argentina é o exemplo disto, o brasileiro corre o risco de achar que está votando em um herói e acabar elegendo um vilão.


 Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2018/09/13/dolar-bolsa-fechamento.htm
Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2018/09/13/dolar-recorde-historico-inflacao-patamar-2002.htm






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