Por: Júlio César Anjos
A
regra é clara tanto para liberal quanto para comunista: se a pessoa não é
comunista ou liberal antes dos 20, ela não tem infância; depois dos 30, não tem
juízo. As duas frentes são vertentes da mais pura utopia, pois, não se amparam
na realidade. Dilma, a comunista, já congelou preço de combustível; Bolsonaro,
o liberal, também.
Macri,
cujo é considerado da dita direita liberal, em maio de 2018 [mesma época da
greve dos caminhoneiros no Brasil] resolveu congelar o preço dos combustíveis
por dois meses. Resultado: passado um ano, Macri tem dificuldades para angariar
a reeleição [e como é causador de crise, caso ganhe eleição, só aprofundará a
bagunça], pois o descompasso das contas públicas é enorme, provocada pelo
liberal conservador. Ou seja, o liberal do Macri dilmou na questão de aumento
de preço do petróleo num passado não muito distante. E a consequência já chegou.
Bolsonaro
fez a mesma coisa: reduziu o preço do diesel na canetada [12/04/2019]. O motivo
é que, como fôra populista em 2018, ao apoiar o movimento revolucionário dos
caminhoneiros, na época em que a categoria pressionava Temer, hoje Jair tem que
marretar a bandeira liberal de políticas de preço, ao não deixar o preço
flutuar sem intervenção alguma, para ter que atender uma categoria profissional
que coloca até presidente de joelhos.
Mas
por que a Petrobrás tem que aumentar o preço do diesel, sendo que produz este
produto de forma eficiente [na teoria], tendo até monopólio do mercado? É
simples, por causa do dólar e do preço internacional do barril. O dólar está
beirando os R$ 4,00 [Quatro Reais] desde a crise da Dilma. O dólar, como todos
sabem, mexe com os preços no Brasil, pois tudo está atrelada à moeda norte-americana
– desde comida até manufaturados. Ou seja, com o dólar elevado, tudo sobe de
preço e causa inflação. E a Petrobras, por também fazer parte desta ciranda
econômica, sente o baque também. Resultado: A Petrobras tem que aumentar o
preço do diesel, seguir o fluxo, para não quebrar.
Mas,
se o Bolsonaro, no momento de transição, já tivesse amarrado a reforma da
previdência com o Guedes [ou até usado a reforma do Temer]; e Bolsonaro tivesse
peitado a reforma da previdência com afinco; o dólar estaria operando em uma
cotação menor que R$ 3,00 [Três Reais], os indicadores econômicos apontariam
para um aumento de PIB próximo a 2%, daria para tirar, no longo prazo, até
mesmo o tabelamento do frete, e os caminhoneiros não teriam com o que reclamar,
pois, tudo estaria bem. Circulo vicioso.
E,
também vale lembrar, o mercado, por incrível que pareça, está em lua de mel com
o Bolsonaro [mesmo o dólar neste patamar (era para estar mais elevado)] até
agora. Com a dilmada do Bolsonaro ao congelar o preço do diesel na canetada,
não se sabe o que esperar dos mercados.
Agora,
veja só o circulo vicioso que está em curso: o dólar elevado faz com que tudo
suba de preço. Ao subir tudo de preço, a Petrobras tem que reajustar o preço
dos seus produtos. Ao reajustar os preços dos produtos - seja gasolina, diesel,
gás ou afins -, esse aumento do combustível também pressiona a inflação [porque
tudo tem que ser transportado – desde comida até manufatura ]. Ou seja: aumento
de inflação pressionada pela cotação cambial e pelo combustível. E é por isso
que o congelamento de preço pode quebrar a Petrobras!
Foi
assim que a Dilma caiu. E será assim que o Bolsonaro, infelizmente, cairá
também.
Porque, como eu já tinha
alertado no texto “Caminhoneiros: Breve Comentário” [05/2018]:
O
problema dos caminhoneiros é simples [a solução, não]:
O
problema é que, diante o cenário econômico atual [maio de 2018], há
caminhoneiros de mais porque esta classe trabalhadora tem, em seu todo, a
capacidade para absorver até 4% da atividade do PIB do país.
Quando
o PIB fica em retração negativa em 2% (no fim do governo Dilma chegou a 4% de
PIB negativo), há muito mais caminhoneiros do que aquilo que o mercado
realmente precisa, gerando desequilíbrio entre oferta/demanda, fazendo
precarização do trabalho por causa de concorrência entre caminhoneiros. Sobra
caminhão, falta entrega. Resultado: caos.
Neste cenário, uma alta do
diesel faz os trabalhadores deste setor surtarem mesmo.
Ou seja, os 100 primeiros dias do governo
Bolsonaro foram péssimos. E o próprio governo criou esta crise, culminando em
congelamento de preço de diesel, ao plantar o circulo vicioso. Mas Bolsonaro
tem ainda uma última chance, a saída de emergência, aprovar a reforma da
previdência mais próxima possível do texto integral. Caso contrário, sendo
populista e demagogo, Bolsonaro será: “O Breve”.
E, por fim, Bolsonaro se elegeu em um partido
chamado de liberal. Fez congelamento de combustível, o que é totalmente oposto
aos preceitos liberais. Isso mostra que o nome de um partido não quer dizer
nada, o que importa são as ações dos políticos e seus agentes. Portanto, o
nazismo, embora tendo no nome a palavra socialista, foi uma corrente de ação de
extrema-direita, pois, era de natureza conservadora, nacionalista e religiosa.
O
nazismo não é de esquerda. E o PSL não é liberal.
Conviva
com isso.
Tem que privatizar a Petrobras.
Fonte:
Argentina acerta congelamento de preço por dois meses [05/2018]:
Fonte:
Caminhoneiros: Breve comentário [05/2018]:
Sobre o Congelamento do preço do Diesel Praticado pelo Bolsonaro de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://efeitoorloff.blogspot.com.
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