Recorde na Bolsa de Valores na Era dos Déficits Gêmeos

 


A Bolsa de Valores bate recorde justamente num cenário em que, na questão fiscal, o governo entrega déficit gêmeos e com um percentual de 90% de relação dívida/PIB.

A bolsa de valores não trabalha somente com os números frios dos gráficos e das demonstrações de resultados em prazos específicos. A bolsa também trabalha com feeling, expectativa, percepção.

Os investidores, hoje, observam a política brasileira e chegam a certas conclusões. E essas conclusões impactam diretamente na tomada de decisão sobre o investimento no país.

Um destes fatores é a analise conjuntural da política brasileira. Deste modo, há 3 políticas essenciais de uma país: Política Eleitoral, Política de Oposição, Política Ideológica. Que se analise para entender o que está acontecendo com o comportamento da bolsa de valores no Brasil.

 

Política Eleitoral

A principal delas é a política eleitoral. O Lula tem chance de ser reeleito. E, caso não seja, a oposição venceria a eleição sem ter apoio suficiente para fazer ajustes fiscais profundos. 

Portanto, o descontrole das contas públicas, até chegar à crise, é o novo normal.

Política de Oposição

A segunda questão se dá na política de oposição. O bolsonarismo perdeu muito tempo para fazer culto à personalidade ao Bolsonaro, além de perder tempo com disputas vãs como anistia.

Também há a questão do Eduardo Bolsonaro se mostrar como um apátrida que quer o mal do país com as taxações do Trump.

Tudo isso fez a oposição perder força na política nacional neste momento.

Ou seja, uma oposição que não quis ser oposição.

Política Ideológica

O terceiro fator se dá na política ideológica. Os liberais praticamente foram extintos depois da passagem desastrosa do Bolsonaro no poder, ao estourar as contas públicas para tentar a reeleição – o que dá legitimidade agora ao petismo. Ou seja, o Bolsonaro abandou o liberalismo.  

Trump também só usou e descartou os liberais nos EUA.

Agora, o principal motivo foi o PSDB “abandonar” o liberalismo ao aceitar o Ciro Gomes dentro do partido.

Essa movimentação foi um símbolo do fim do liberalismo clássico no Brasil.

Porque se até o PSDB está abandonando o barco, é porque acabou mesmo.

Se o liberal clássico, que é conservador na economia, morreu, então o expansionismo econômico, neste curto prazo, é o certo a fazer.

 

Conclusão

Parece até absurdo o Brasil ter nas suas contas públicas déficits gêmeos e uma relação dívida pelo PIB em 90%, com a bolsa de valores indo totalmente contra fundamento econômicos, batendo recorde no país. Tecnicamente não faz sentido nenhum.

Porém, pela política faz sentido desde que não se tenha oposição contra um grupo político expansionista, a ideologia fundamentalista da economia não exista e que não importa quem ganhe a próxima eleição, nenhum ajuste fiscal será profundo.

Ou seja, o que não tem remédio, remediado está.

Os investidores irão surfar neste boom expansionista fiscal e, quando chegar a crise, sairão com a mesma tranquilidade que entraram.

Pela questão política, neste curto período de tempo, a tese de que não se pode gastar mais do que arrecada para não gerar crise, embora seja uma alegação verdadeira, está temporariamente desativada pelos operadores financeiros que irão surfar no expansionismo fiscal.

Porque, após 2026, o centrão irá herdar Lula, sem ter força política para fazer ajuste; ou o Lula herdará Lula – e não se espera nada quanto a isso.

Isso que faz a bolsa de valores bater recorde histórico mesmo as contas públicas deterioradas com até mesmo problema de déficits gêmeos.

Quem vai pagar a conta? Não será o Menzinho.

 

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