Trump Dirigista: Empresas sob Controle Estatal
Deu
no Estadão [24/08/25]:
Abram-se aspas.
Sob
Trump, EUA se afastam do livre mercado e se aproximam do capitalismo de Estado
chinês e europeu.
Presidente
americano anuncia a compra de participações em empresas privadas sob pretexto
de ameaça à ‘segurança nacional’.
Fecham-se aspas.
Trump
deu um bug ideológico internacional. E hoje vê comunistas fazendo uma defesa
envergonhada ao imperador estadunidense, enquanto que os neoliberais o criticam
por ser intervencionista demais.
No
discurso, Trump ganhou a eleição com os liberais, sob o pretexto de liberdade
econômica. Na prática, após ter sido eleito, faz o velho e batido dirigismo econômico.
O
modelo dirigista é diferente do Capitalismo de Laços, Desenvolvimentismo e Capitalismo
de Estado. É o pior modelo econômico porque não faz separação entre capital e Estado.
Note
que o Trump está comprando ações da Intel e não dando apenas algum tipo de benefício
fiscal [Capitalismo de Estado], alguma mudança de lei que favoreça a empresa [Capitalismo
de Laços] ou uma ajuda via financiamento estatal [Desenvolvimentismo], para que
a empresa de processadores se recupere na economia sem controle de fato do
Estado sobre a empresa internacional.
Trump
aproveita o momento de fragilidade da empresa para inserir o Estado na empresa
privada. Embora tenha o controle acionário minoritário, de somente 10%, o fato
é que por ser Estado, tem um poder de controle decisório gigantesco no final
das contas.
Na
hora de sentar-se à mesa de discussão, há um ponto negativo e positivo sobre
esta questão.
O
ponto positivo é que o Estado tem o poder de fazer aberturas de mercado [via
poder presidencial] porque o lobista do negócio é o presidente da República
vigente.
O
ponto negativo é que a empresa perde o poder de liberdade para fazer as suas
ações. Porque se o sócio minoritário Estado não concordar com as decisões
impostas na questão decisória, o Estado pode aplicar sanções, multas, barreiras
tarifárias e não tarifárias contra o próprio corpo associativo do qual faz
parte.
Isso
acontece, por exemplo, com a Vale do Rio Doce.
Este
que vos escreve pede desculpas previamente sobre a chatice da contabilidade, mas
é preciso trazer a informação para que se entenda o tamanho do grau de problema
em que o Estado traz a uma empresa por ser sócio mesmo minoritário.
Esta
condição está presente em forma contábil, explicativa pelo CPC [Comitê de Pronunciamentos
Contábeis], no comentário sobre Empresas Coligadas, em que um acionista
minoritário pode ter mais poder que um acionista majoritário por causa de
questões que extrapolem a relação societária em si.
Se
todos os países aderirem ao dirigismo, a livre circulação de mercadorias
deixará de ser livre. E além das pessoas serem consideras inimigas e por isso
tenham que ser vigiadas por causa de um suposto perigo em potencial, qualquer
produto que entra e sai em um país de economia dirigista também tem vigilância
aumentada sobre entrada e saída de produtos e serviços.
Além
de que toda vez que se exporta um produto, exporta-se também um pedaço do
Estado de outro país.
Com
esta configuração, o mundo voltaria para a idade média em que cada reinado tem as
suas fortificações para controlar negócios e pessoas para atender a vontade do
rei.
Trump
está mudando o paradigma das relações internacionais.
A
partir de agora, Trump quer aniquilar o livre mercado, a cooperação
internacional, a livre iniciativa [porque o dirigismo é oferecer tetas para o
empresário mamar], e a globalização em geral, o que automaticamente cassa a
ideia de vantagens comparativas.
Trump
quer voltar a um modelo tribal em que os EUA são o imperador global.
https://www.estadao.com.br/economia/trump-eua-livre-mercado-capitalismo-de-estado/
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