Lula 3: Dívida Pública 90% do PIB


 Deu na Folha de São Paulo [31/07/25]:

Abram-se aspas.

Pela metodologia do FMI [Fundo Monetário Internacional] a dívida bruta do Brasil atingiu 89,9% do PIB em Junho, ante 88,4 no mês anterior. Neste conceito, toda a dívida mobiliária do Tesouro Nacional na carteira do Banco Central é considerada no cálculo. A autoridade monetária, por sua vez, desconsidera isso em sua metodologia e inclui as operações compromissadas.

Fecham-se aspas.

Qualquer pessoa que faça pesquisa sobre endividamento no Brasil receberá de prontidão a informação do cálculo do Banco Central, que desconsidera a operação não compromissada, o depósito voluntário remunerado, como dívida. Que, usando somente a operação compromissada, hoje, se encontra no patamar de 76,6% da dívida em relação ao PIB.

Mas isso é um dado no mínimo incompleto.

O que o Banco Central está fazendo, desde pelo menos 2021, é esconder o montante real da dívida pública, para que a realidade não cause mais danos econômicos ao país.

E o depósito voluntário remunerado, da operação não compromissada, faz bem este serviço.

Os bancos possuem dinheiro em posse. Ao invés de comprarem títulos do governo, eles estocam no Banco Central esse dinheiro em troca de mais dinheiro.

Isso evita a inflação. Como não precisam comprar títulos do governo, dá a sensação de não haver aumento da dívida. Porém, o Banco Central tem que imprimir mais dinheiro ou buscar recursos no mercado via títulos públicos, para honrar o depósito voluntário remunerado.

Porém, há dois problemas nesta questão.

Primeiro, que ao esconder o problema, o governo populista não irá arrumar o problema fiscal na surdida a fim de desarmar a bomba relógio do superendividamento sem que ninguém perceba. Fará ao contrário. Utilizará essa brecha para que seja um facilitador para gastar mais, já que, teoricamente, ao esconder o problema, não exista problema para se preocupar.

Por isso que o governo Lula, no início de mandato, ao invés de fazer ajuste fiscal, aumentou o problema de endividamento ao pedir ainda mais licença para gastar.

O outro problema é a obviedade: uma hora a conta chega.

Mas, ao ver o Banco Central fingir que está tudo bem, o que faz o problema ficar ainda maior porque a exigência em resolver este endividamento parte justamente do Bacen, isso só mostra que a autoridade monetária vai esconder o problema até o fim da eleição, e só confessará o problema em 2027.

Só que é possível que o problema em 2027 seja tão grandioso que seja quase impossível de resolver. Porque se permitiu deixar a bola de neve do endividamento tão grande que irá atropelar tudo.

Note que o Brasil não aumenta o endividamento público para grandes investimentos em infraestrutura e/ou ciência e tecnologia. Mas somente para evitar inflação descontrolada, rolar o rentismo e pagar serviço público ruim de uma burocracia grande e inútil.

Enfraquecido, só resta ao Lula fingir que odeia o Trump, mas entregando todas as riquezas para os EUA. Parafraseando o Brizola: uma cacarejada para uma terra rara.

E com os recursos das riquezas naturais ganhar um pouco de tempo para fingir que tudo está bem, sendo que não está.

Até 2027, o Brasil passará de 100% de dívida pública em relação ao PIB.

O país ficou endividado sem nem ao menos ter ficado rico. Aliás, a elite está cada dia mais rica, enquanto o pobre mais pobre. É só a manutenção da pobreza e da desigualdade social.

Por fim, uma provocação.

Se o depósito voluntário não é dívida pública, então deletar esses valores no computador do Banco Central não é calote.

Fica a ideia no ar.

 

Fonte:

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/07/divida-publica-bruta-do-brasil-cresce-e-atinge-766-do-pib-em-junho-mostra-bc.shtml



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