A Demissão da Daniela Lima
O
que pouca gente sabe, ou não se lembra, é que a Daniela Lima já sofreu agressão
em um evento do PT, em que ela foi chutada por militantes petistas. Hoje, 4 de
agosto de 2025, ela é demitida da GloboNews, um dia após um evento
bolsonarista. É preciso dizer que o jeito como a Globo chuta dói mais.
Daniela Lima, como âncora do CNN 360, chegou a
ficar na vice-liderança em seu horário de exibição, perdendo justamente para a
Globo. Saiu da CNN para virar reserva na GloboNews. Agora, parafraseando o
Gilmar Mendes, a Globo devolveu a Daniela Lima ao nada. E o ensinamento que fica
é: é melhor ser primeiro em um Vilarejo do que segundo em Roma.
O
problema da demissão da Daniela Lima não está na demissão em si, direito que a
emissora tem de desligar os seus colaboradores a hora que achar melhor, desde
que pague todos os direitos acordados de forma correta.
O
problema desta demissão está no timing.
Demiti-la
um dia após a manifestação do Bolsonaro é ser perverso demais.
Isso
faz todo mundo desconfiar, com razão, que tem algo muito sério por trás.
O
ódio que o bolsonarismo nutre pela Daniela Lima vem justamente da sua competência.
Ela, ao ser oposicionista ao Bolsonaro, foi uma voz ativa contra os arroubos
extremistas da direita na eleição de 2022. Ajudou, também, os petistas, aqueles
que chutaram ela em um evento, ganhar a eleição por expor a podridão do Jair.
Algumas
causas puderam levar a demissão da Dani.
O dono
do banco Bradesco, um dos anunciantes da Globo, foi o primeiro a ir à mídia se
entregar de forma covarde para os EUA ao dizer que tinha que acatar a Lei
Magnitsky do Trump. A Globo pode ter demitido por pressão dos patrocinadores.
Também
pode ter demitido porque está na hora de jogar fora a coalizão de terceira via,
que começou no Alckmin e terminou na Simone Tebet, por não precisar e não servir
mais para o petismo. Usou, descartou e jogou fora.
E
pode ser uma junção das duas coisas. Tanto Lula e Bolsonaro, para firmar de vez
a polarização, expurgando ameaças de uma terceira via, começa a retirar as
ameaças dos postos-chave da mídia.
Daniela
Lima é extremamente competente no que faz. Mas ser somente competente não basta
na política, nem na mídia, nem na vida.
É
preciso ter o mínimo de feeling para gerir a própria carreira. Porque deixar o
cargo de âncora da CNN para virar uma jornalista qualquer na Globo foi o fim.
Além disso, Daniela Lima cometeu outro erro que é imperdoável: queria ser mais petista que os petistas que chutaram-na.
E há um recado deixado no ar: se
você da mídia não for diretamente ligado à polarização, cuidado: o próximo pode ser
você.
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