Trump Dirigista: Fim de Vez do Neoliberalismo



 


De maneira bem reducionista, o neoliberalismo seria uma espécie de: “Estado mínimo”, em que o Estado seria pequeno ao ponto de não conseguir atrapalhar a economia de um país.

Essa definição é pueril porque nenhuma nação do mundo chegou neste nível de enfraquecimento do Estado para deixar o capital livre para fazer o que quiser.

A definição de neoliberalismo mais precisa é de uma economia liberal, em que as transações são feitas por executivos de multinacionais, enquanto que ao Estado fica o critério para desembaraçar a burocracia do negócio fechado.

O neoliberalismo, tão demonizado pelas esquerdas, só aconteceu em um curto período de tempo na metade da década de 90.

Na década de 90, em um breve período de tempo, muitas empresas possuíam executivos internacionais que negociavam entre si e, após fechado o acordo, as pendências eram enviadas para as agências regulatórias, anuentes e fiscalizatórias liberarem a transação. Também passava pela anuência do congresso, a depender da situação, em que o presidente só poderia sancionar ou vetar o que vinha dos legisladores. Deste modo, a força dos políticos em fazer ou melar os negócios era limitado. Já um executivo de multinacional tinha um poder, na questão econômica do seu segmento, maior que a do presidente.

Porque se o executivo fechasse um acordo e os políticos atrapalhassem o negócio, a critica da sociedade cairia nos políticos por não deixarem o país se desenvolver.

Por incrível que pareça, o neoliberalismo que surgiu no meio da década de 90 morreu na crise da bolha da internet.

Após o ano 2000, os países fazem acordos pelos presidentes que fecham as negociações e garante, naquele mesmo momento da transação entre os governantes o desembaraço de burocracia nos órgãos do Estado, no congresso e em qualquer outro aspecto legal. Ou seja, ficou mais seguro fazer o acordo.

Traduzindo: o presidente da república virou o executivo das empresas.

Isso é conhecido como patrimonialismo, cujos interesses dos negócios privados e do interesse político se misturam na hora da negociação.

Os EUA até antes deste segundo mandato do Trump tinha um neoliberalismo torto, em que os executivos das empresas ainda tinham um pouco de poder e faziam o conchavo e o lobby no congresso, fazendo com que o presidente apenas libere o que estava sendo acordado.

Agora é ao contrário, Trump monopolizou o lobby e o conchavo para si. Porque é ele quem determina, pelas taxações, qual negócio continuará em atividade e qual terá as atividades encerradas.

Agora, o vetor muda de sentido. É o Trump quem fecha o acordo e o congresso junto com os órgãos do Estado são somente os carimbadores para liberar a negociação.

 Isso, como todo mundo sabe, é dirigismo na veia.

Trump se inspira em duas situações para ser dirigista.

Trump tem em sua cabeça que o segredo do sucesso é o mesmo da sua obtenção de riqueza pessoal: ao invés de meritocracia ao vencer pela concorrência, um empresário, como ele, pode ficar bilionário se souber fazer conchavo e lobby político. Trump ficou bilionário com acordos feitos com o governo Putin, da Rússia.

Trump só projeta no seu mandato aquilo que aprendeu no Kremlin.

E também faz a mesma coisa que o Lula já cansou de fazer ao ser um caixeiro-viajante das empresas brasileiras no exterior.

Com as taxações, Trump quebra as pernas do mundo todo e oferece muletas como compensação. E quer ainda que todos os que foram machucados agradeçam pela sua compaixão.

  Dirigistas são assim.







 

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Texto complementar:

Nos primeiros governos do Lula, a partir de 2003, começou o dirigismo no Brasil.

 Como exemplo basta lembrar da Odebrecht que existia desde a ditadura militar. A empresa fazia negócios internacionais sem ajuda nem óbice dos militares.

Com o Lula, a empreiteira começou a receber mais financiamentos estatais generosos, além do próprio Lula fechar acordo entre países para mais aberturas de mercados.

A Odebrecht acabou virando uma das empresas mais corruptas do mundo.

 

 

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