Gestão: O Ajuste e o Bloqueio

 

 Certa vez, em uma firma democrática, os funcionários podiam escolher os seus superiores por meio de voto.

E no departamento de serviços gerais, o líder do setor controlava a quantidade de papel higiênico que cada funcionário poderia usar ao mês.

Para que todo mundo fosse atendido, os funcionários homens poderiam ter 2 papéis higiênicos por mês; as mulheres; 4. O material, possível a disponibilizar a todos, era de folha simples, sem nenhum desenho nem perfume. O Básico.

Só houve um pico de consumo, no mês de julho, por causa de gripe. Mas isso foi resolvido tranquilamente.

Passou o ano de vigência de mandato e não houve problemas maiores e todo mundo teve à disposição a sua quantidade de papel.

 Chegou a eleição. E para a surpresa dos funcionários, outro colaborador da oposição se candidatou com uma proposta tentadora.

A proposta era que cada funcionário teria 3 papéis higiênicos, as mulheres 5, por mês, com o material sendo branco como a neve, folha dupla, com desenhos e perfume.

  Enquanto isso, o gestor que defendia a reeleição manteve-se com a mesma proposta da sua gestão anterior – papel básico.

Não deu outra, o funcionário da oposição ganhou a eleição quase que por unanimidade.

E assim iniciou a nova gestão que prometia o melhor papel higiênico possível, com uma quantidade em que ninguém precisaria economizar o uso.

E assim o fez. O novo gestor cumpriu o que prometeu. E no primeiro mês entregou o papel higiênico premium com a quantidade prometida para todos os funcionários.

No segundo mês, a mesma coisa. No terceiro e quarto, idem.    

Chegou o quinto mês e o financeiro cortou os recursos de compra de papel higiênico dos funcionários. O motivo? Estourou o orçamento não só do papel higiênico, como de todo o custeio de material de higiene [sabonete, toalha de papel e aromatizador de banheiro]. Descobriu-se que o papel higiênico com folhas duplas, desenho e perfume é muito mais caro que o papel normal.

A solução? Os funcionários tiveram que se virar com o que não tinham, até chegar o próximo ano para o novo repasse do orçamento.

Os funcionários trouxeram os seus próprios papéis higiênicos de casa. Como eram recursos próprios dos próprios trabalhadores, o papel era simples, sem ser  folha dupla, nem desenho, nem perfume. Produto parecido com o fornecido pelo gestor anterior que administrava de forma austera.

Está chegando mais uma eleição. E parece que o gestor populista que deixou faltar papel higiênico por 7 meses tem condições para se reeleger. Porque ele é legal, carismático, e promete, de novo, os melhores materiais para os funcionários.

Enquanto o outro candidato, agora da oposição, austero, com a possível derrota terá que se contentar em limpar a bunda com o próprio papel higiênico que terá que trazer para o serviço. Ou ficar sem se limpar.

 

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Esta estória é uma forma lúdica para mostrar como funciona a gestão pública.

O melhor para a gestão pública é fazer as despesas caberem no orçamento, porém, sem deixar faltar nada. Isso é ajuste fiscal, palavra que a esquerda tem pavor e finge não conhecer.

Quando um governo promete o mundo porque, pelo achismo, diz a todos que é possível gastar sem parar, que o gasto é vida, o que esse gestor faz é somente criar crises. E um dos problemas destas crises chama-se: Bloqueio de recursos do orçamento.

Não adianta, por exemplo, aumentar as despesas na pasta de educação sem ter uma garantia de receita para fazer frente a esses desembolsos. Vai acontecer exatamente o que acontece hoje, no governo Lula 3, em que, pela aprovação do orçamento, liberou vultosos aumentos de despesas para a pasta; porém, 5 meses após fazer estes aumentos, o próprio governo faz bloqueio de recursos na ordem de 31 bilhões de reais, o que impacta e compromete todo o funcionamento da máquina pública da educação.

É preciso conscientizar o povo brasileiro sobre a questão de que fazer ajuste fiscal, ser austero, respeitar o dinheiro público é algo benéfico, legal, que faz toda a sociedade prosperar.

 Mas para isso acontecer, é preciso primeiro expulsar o petismo do poder.

O Brasil está chegando a 90% da dívida em relação ao PIB. Insustentável para um país que é um fazendão.

  

 Fonte:

https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/05/27/apos-congelar-r-313-bilhoes-governo-anuncia-recomposicao-orcamentaria-para-universidades-e-institutos-federais.ghtml

 

 

 

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