Risco-País: A Metodologia do FMI Está Errada
Risco-País: A Metodologia do FMI Está Errada
Há
uma propaganda da década de 80, da Folha de São Paulo, criada pela W. Brasil,
agência de publicidade do Washington Olivetto, sobre Hitler, que dizia que: “é
possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade”. Essa situação acontece
exatamente sobre a questão do FMI e a metodologia do Risco-País sobre o Brasil.
Estão contando mentiras só dizendo a verdade. A Metodologia do FMI [Fundo Monetário Internacional] Está Errada.
Observe
o gráfico histórico do Risco-país:
Quem
vê o gráfico, do mesmo modo em que o Alexandre Schwartsman interpreta, entenderá
que o pior momento econômico da história do Brasil se deu no último ano do
governo Fernando Henrique Cardoso [FHC], em 2002, ao chegar a 2290 pontos.
Mises,
em seu livro: Ação Humana, disse que não basta somente ver os dados econômicos históricos
porque é preciso fazer uma interpretação mais aprofundada sobre as ações dos
agentes naquela época. Porque só ver o número frio, sem saber o cenário de
conjuntura da época, essa informação pode ser uma desinformação, assim como bem
mostrou a propaganda da Folha de São Paulo. Porque é possível contar um monte
de mentira dizendo só a verdade.
O
ano de 2002 chegou a 2290 pontos de Risco-País, pelo FMI, porque naquela época
havia estoque de dívida externa, endividamento público feito em Dólar, que vinha
desde o desenvolvimentismo da ditadura. Era ano de eleição. E quem despontava a
vencer a eleição era o Lula, cujo dizia que não iria pagar a divida externa.
O
Risco-país é apenas uma hipótese vinda de um fundo monetário. Este fundo
analisa a situação estrutural e conjuntural do país e determina o risco de
calote. Em 2002, havia o risco estrutural porque o Lula poderia acabar com o
plano real e o conjuntural sobre a possibilidade de não pagar a dívida externa.
Só
que o Risco-País, de forma errada, mede o risco de um país dar calote na dívida
externa. Deste modo, se um país apenas trocar a dívida externa por interna,
como o Lula fez nos seus dois primeiros governos, o Risco-País cai, como
observado no gráfico.
Só
que aí veio o governo Dilma. Não há um economista sério no mundo que ache que o
ano de 2015 [489 pontos] foi melhor do que o de 2002 [2290 pontos]. Nenhum. E para a surpresa do gráfico,
o Risco-país no ano da crise de Dilma, o pior desde a criação do Plano Real,
não chegou nem perto do número recorde do risco país de 2002.
Na
pandemia, o risco-país do Brasil foi somente de 200 pontos.
E agora, no governo Lula, todo mundo sabe que
já há uma crise contratada que irá estourar em 2027, e o risco-país está em 200
pontos.
O
governo Lula está dizendo com clareza que em 2027 não conseguirá pagar
precatórios porque está escondendo o endividamento em bola de neve até o fim da
eleição de 2026.
A
dívida pública brasileira é a maior da história, ao chegar a 90% em relação ao
PIB, como o próprio FMI demonstra em seus relatórios.
E
mesmo assim não há risco-país praticamente.
Notoriamente
há um problema sério de metodologia ao achar que risco-país é somente a possibilidade
de não pagar a dívida externa.
Deste
modo, só há duas soluções: ou se compara o risco-Brasil somente desde o momento
em que um certo montante da dívida externa foi parcialmente amortizado,
excluindo o FHC do comparativo, ou entende que a metodologia do FMI está errada
ao analisar o risco-país porque ela só mede o perigo de calote em Dólar e não a
dívida pública global que também é problemática.
O
que o FMI faz é como se falasse que um prédio ao ser dinamitado, ele só pode
explodir, de dentro pra fora [dívida externa] e nunca implodir por dentro [dívida
interna]. O problema do FMI é que tem que medir o perigo do prédio cair, não
importando se é externo ou interno.
E
o Brasil está implodindo a olhos vistos.
Os
adversários políticos utilizam o histórico do risco-país feito pelo FMI ao
Brasil para atacar o governo FHC.
Pegam
o problema de 2002 em que o FHC não tinha culpa, para usar como arma e cancelar
todo os outros 7 anos de mandato do tucano e, assim, invalidar todo o legado de
FHC para induzir o brasileiro ao erro.
Aliás,
ao jogar o risco-país num patamar inalcançável para o resto da história, o FMI
contribuiu para o Lula ganhar a eleição de 2002. Afinal, dava para induzir o
eleitor a dizer que tudo estava ruim no governo FHC, até mesmo o risco-país.
Até
hoje se apegam a isto. Tanto é que o Alexandre Schwartsman usou este mesmo
gráfico para criticar o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, sobre
congelar os salários para evitar a bomba fiscal previdenciária e de
hiperinflação nos próximos anos.
Lula
falou esses dias que a presidente do FMI é uma mulherzinha. Disseram que isso é
um escândalo. Escãndalo mesmo é o FMI continuar com a metodologia do risco-país
errada ao analisar os dados do Brasil.
Porque se num cenário de superendividamento,
hiperinflação, bomba previdenciária, previsão de calote em precatórios em 2027,
fuga de Dólar, fuga de capital, desvalorização do Real e previsão de queda de
arrecadação, se tudo isso não é um alerta para um risco-país elevado, então não
se sabe mais o que é.
Propaganda da Folha de São Paulo da Década de 80
Fonte:
https://www.poder360.com.br/economia/risco-brasil-atinge-300-pontos-a-6-meses-do-fim-do-governo/
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/04/governo-tera-r-86-bi-a-menos-para-custeio-e-investimentos-em-2027-com-precatorios-no-arcabouco.shtml
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