Favela do Moinho: Gentrificação
Favela
do Moinho: Gentrificação
Antes isso do que nem isso
Tarcísio
quer retirar os moradores da favela do Moinho. O governador de São Paulo faz
gentrificação.
Gentrificação
é expulsar pobres visando especulação imobiliária. Não é papo de marxista,
apenas a pura realidade. A Gentrificação sempre será uma ação do Estado para
atender o Capital. Esta ação pode ser direta ou indireta. Na forma direta, com
indenizações e ordens judiciais. Na forma indireta, por meio de aumento da
criminalidade e eventos catastróficos [como enchentes e queimadas,
desmoronamento de morros].
A
direita sempre irá fazer gentrificação direta, por meio de ordens judiciais,
com a polícia deitando o cacete e a retroescavadeira derrubando o que vier pela
frente. Um exemplo é a desocupação da ocupação do Pinheirinho, que caiu mediante
ordem judicial.
Já
por indenizações, é só ver as tratativas em que o Tarcísio de Freitas faz para
a favela do Moinho. Retira-se com base em garantias para quem está abandonando
o lar, como a promessa de uma propriedade, em uma região mais periférica, além
de algumas indenizações monetárias.
A
esquerda, como ela é escrava da pauta da defesa do pobre, ela não pode fazer
gentrificação de maneira direta; então faz indiretamente.
Quando
um governo de esquerda sobe ao poder, periferias que serão gentrificadas aumentam
a criminalidade para baixar o preço dos imóveis que já são baixos e os
moradores pobres abandonam os seus lares ao venderem suas casas para o capital.
Um
exemplo é a Cracolândia servir para baixar preços dos imóveis em lugares em que
se quer aumentar a riqueza daquela região.
E
quando há uma facilidade para que eventos possam ocorrer para expulsar pobres,
como enchentes e/ou incêndios, é mais fácil ainda.
É
só ver os grandes incêndios nas décadas de 70 no Bronx, Nova York, em que milhares
de pobres abandonaram os seus lares ao venderem suas residências a preço de
banana.
Voltando
ao assunto, Tarcísio quer retirar os pobres da favela do Moinho. Mas qual o
motivo para ele escolher justamente esta favela em específico? Simples, é a única
favela que fica no centro de São Paulo.
Há
uma corrente de pensamento que é fatalista quanto a desigualdade social. Esta
vertente entende que é impossível acabar com a desigualdade, então é preciso
pelo menos controla-la.
Deste
modo, estes fatalistas da desigualdade social irão dizer que as regiões centrais
das grandes cidades devem ser ricas, enquanto que a pobreza deve ficar onde é o
seu lugar: a periferia.
Periferia,
para quem não sabe, é aquilo que fica à margem de uma cidade, longe do centro.
Alguns
analistas entendem que cidades como Curitiba e Camboriú não são boas porque toda
a população é rica, pois, há muitas desigualdades sociais. Mas justamente
porque existe essa divisão entre bolsões de riqueza e bolsões de pobreza.
No
caso de Curitiba, a região centrão quase não tem favela, sendo que as favelas
mais densas ficam literalmente na periferia da cidade [Diadema e Sabará].
E
Camboriú há uma limitação feita pela BR101, estilo série Outer Banks, em que na
parte de dentro da orla há a riqueza e do outro lado da BR moram os pobres que
servem de mão de obra barata para o turismo.
Retirar
a favela do Moinho da região central aumenta a desigualdade. Porque a região central,
bem verdade, irá ficar mais rica ao não ter favelização nas proximidades. A
especulação imobiliária irá valorizar toda a região.
Já
os pobres expulsos vão ter as suas vidas ainda mais precarizadas, pois, se
antes eram miseráveis que viviam na região central; agora, continuam miseráveis,
mas pegando 2 horas de ônibus para ir até o centro da cidade em que viviam.
Só
que o pobre irá topar a indenização porque a situação em que se encontra hoje,
sitiado por aumento de violência e falta de apoio social, tal situação
fragiliza o pobre que irá aceitar uma casa própria e/ou indenizações em troca
da expulsão da sua morada na favela.
Deste modo, nota-se com um profundo pesar que
o mesmo Estado que tanto negligenciou estas pessoas, com a falta de investimentos
de serviços públicos, que também é uma instrumentalização para a gentrificação,
agora acha recursos para expulsá-las com indenizações.
Gentrificação
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