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Bolsonaro na Paulista: Demonstração de Fraqueza

 

Bolsonaro na Paulista: Demonstração de Fraqueza

 


Bolsonaro, na manifestação de 07/04/25, esperava 1 milhão de pessoas na paulista, mas acabou levando apenas 50 mil pessoas às ruas. Se for analisar o tempo de divulgação, o dinheiro empenhado e as figuras públicas presentes, dá para dizer que o ato esvaziado foi um fracasso. E que mostra fraqueza do Bolsonaro como líder de massa.

Na manifestação estiveram presentes 7 governadores [Wilson Lima, Ronaldo Caiado, Mauro Mendes, Romeu Zema, Ratinho Junior, Jorginho Melo e Tarcísio de Freitas], além do Sergio Moro – representante da lava-jato -, Silas Malafaia – representante dos religiosos -, e Nikolas Ferreira – recordista em movimentação em redes sociais

O Rio de Janeiro é menor que São Paulo e Bolsonaro, com toda esse apoio, só conseguiu levar 30 mil pessoas a mais do que na manifestação anterior.

Nesta manifestação na paulista, Tarcísio de Freitas mente ao dizer que o Bolsonaro se preocupou com as pessoas na pandemia. O governador de São Paulo mente por 3 motivos: 1) defende o Bolsonaro de ter sido um genocida pela forma como abordou a pandemia ao fazer uma queda de braço com o Dória defensor das vacinas; 2) faz o público da direita ter que abandonar a ideia de ser negacionista da pandemia e contra as vacinas; 3) não afastar os eleitores do centrismo, ao passo que tenta atraí-los. Tarcísio já olha para 2026.

Bolsonaro, ao discursar, mostrava desconforto. Tentou até mesmo arriscar no inglês, em que causou vergonha alheia em todo mundo ao citar pop corn. Além disso, era nítido que estava frustrado com a falta de público para fazer pressão contra os seus adversários políticos. Até ficou avermelhado.

Pode não parecer, mas o público nota, taciturnamente, os vacilos em não agir quando deveria, sobre as contradições e a hipocrisia entre falar uma coisa e depois fazer outra. Todas essas discrepâncias geram enfraquecimento em qualquer político que seja, até mesmo os líderes de massa, porque as agressões ao próprio público não cessam. E por isso das ruas diminuindo o público a cada dia que passa.

Porém, esse esvaziamento das ruas não significa uma perda total de eleitores bolsonaristas. O que faz a direita finalmente entender que colocar gente na rua não significa necessariamente vitória eleitoral.

Deve-se analisar, também, o apelo da manifestação. O 7 de setembro de 2021, por exemplo, foi o conhecido: “Eu autorizo”, cujo o público autorizava Bolsonaro dar um golpe naquele instante. A 2ª manifestação, também com um apelo muito grande, foi o 7 de Setembro de 2022, em que visava a reeleição do líder da direita.

Agora, a organização da manifestação ao invés de buscar um apelo contra o Lula, em que o Bolsonaro mostraria a todos que bate de frente contra o petismo, impõe anistia - pauta que o próprio público não quer. Cheiro de acordão no ar.

Anistia é contradição porque confessa que os baderneiros cometeram crimes no 8 de Janeiro, sendo que o público da direita prega o: “bandido bom é bandido morto”, além de não ser uma abordagem ampla, em que até mesmo quem não seja bolsonarista queira aderi-la.

Este público diminuto de 06 de Abril de 2025 não faz pressão para demitir nem mesmo um estagiário do judiciário, quanto mais fazer qualquer cocega contra um ministro do STF. Porque o problema de um fracasso ao chamar o próprio público que não comparece, e isso serve desde artista renomado até o PAPA, é que o ato esvaziado é demonstração de fraqueza.

Porém, o Bolsonaro, embora seja um dos políticos mais rejeitados do Brasil, ainda tem seus 10% de eleitorado fiel. Mas a cada contradição, vacilo e hipocrisia, este público fiel cai conforme vai passando o tempo.

Mas, por causa dos fracassos das manifestações, a pauta da anistia, no congresso, será abandonada. Pelo menos isso a manifestação flopada resolveu.

 

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