Trump
e a Guerra na Ucrânia: Considerações
Trump
irá até o fim com a sua estratégia dialética de negociação envolvendo a guerra na
Ucrânia.
E
não importa em qual caminho terminará o desfecho deste combate, Trump ganhará politicamente
em qualquer decisão que seja tomada.
De
um lado, o Trump pressiona a OTAN, ao dizer que vai abandonar o conflito, para
que a Europa aumente orçamento de forças armadas na região.
Por
outro lado, faz negociação draconiana a favor dos russos, caso os europeus não
se mexam para defender um país do continente.
Nos
dois casos da dialética, o Trump sai vencedor.
O
problema é que o Trump irá um dia morrer, mas os EUA ficarão com os espólios
das ações do atual presidente.
E
o Trump está fazendo o que vários outros presidentes já fizeram ao longo da
história, que é, num primeiro momento, invadir e/ou defender um país menor,
gerar conflitos sangrentos e cisões históricas, para depois sair ao abandonar os
seus aliados como se nada tivesse acontecido.
OS
EUA entraram no oriente médio, e com apoio de aliados nas regiões, invadiram
Afeganistão, Iraque, Síria e etc. E depois abandonaram os conflitos negociando
algumas situações em que os aliados sempre saíram desfavorecidos.
Como
exemplos, os EUA negociaram com os Talibãs a retirada no Afeganistão, em que os
afegãos prometeram manter um regime democrático no país. Resultado: voltou a
burca nas mulheres. E na Síria, os EUA negociaram para que os Curdos, seus
aliados, não fossem mais agredidos. A Turquia todo santo dia agride os Curdos.
Como
os EUA tem histórico de abandonar conflitos, chegou a hora de abandonar a Ucrânia.
Porém,
note a contradição, o cálculo do Trump é afastar a Rússia da China e atraí-la
para o ocidente. Com os russos vendo o histórico dos EUA abandonarem os seus
aliados no futuro.
Para
atrair os russos, o Trump aceita que a Ucrânia perca mais de 30% do seu território
por ter sido invadido, terá que repassar as Terras Raras para os EUA, não
poderá entrar na OTAN e ainda não terá de volta as suas armas nucleares tomadas
ao negociaram este armamento em troca de apoio dos EUA e da OTAN.
E
se a Ucrânia não entra na OTAN, não tem como a Europa ajudá-la. Então fica este
jogo de empurra, em que o Trump vira o negociador do tratado de paz.
Para
anunciar rendição, a Ucrânia não precisa dos EUA. Isso pode ser costurado pela
ONU, ao fazer os EUA não ganharem nada com isto. Trump negocia rendição para
obter algum ganho ao fugir do conflito. Na ONU, caso a China sinalize para o
fim do conflito dando a vitória para os Russos, entregando todo o acordo que o Trump
colocou à mesa, ao menos os ucranianos não se sentiriam extorquidos por um falso
aliado.
Pelo
menos o que restará da Ucrânia deveria fazer parte da OTAN. É o mínimo que se
espera.
Por
fim, só a título de curiosidade, o manifesto do PSDB diz assim: “assegurar a
presença ativa do Brasil no plano internacional, em especial na defesa dos
princípios da autodeterminação dos povos, da integração latino-americana e
da preservação da paz mundial”.
A
Rússia invadiu a Ucrânia após ter aceitado que os ucranianos se livrassem das
suas armas nucleares. E agora estão fazendo massacre. Para os Tucanos, por
causa desta ação, a Rússia tem que devolver os territórios invadidos, pagar os
espólios da guerra e toda a sua reconstrução, aceitar que os ucranianos entrem
na OTAN e pedir desculpas na ONU por ter sido uma escória desumana.
E
a todos que estão batendo palma para a Rússia invadir a Ucrânia, quando
potências do norte fizerem da Amazônia 20 Guianas, só então vão entender que
não se pode apoiar, em hipótese nenhuma, quaisquer tipos de invasores.
E
já passou da hora, também, do Brasil ter assento permanente no Conselho de
Segurança da ONU. Quem tem assento permanente não para de fazer guerra.
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