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Extrema-Direita e Criptomoedas: Golpe do Pastor

 

Extrema-Direita e Criptomoedas: Golpe do Pastor  

O Golpe do Pastor todo mundo conhece. É aquele em que um pastor de igreja evangélica aplica estelionato aos seus próprios fiéis. O pastor, gradativamente, experimenta os próprios devotos. Primeiro, pede doação de valores irrisórios. Depois, começa a pedir valores mais altos e faz vendas de terrenos no céu. E, por fim, pede doação de terrenos, casas e automóveis porque, ao fazê-lo, o crente terá o que deu para Deus em dobro do que foi doado [o Deus no caso é o enriquecimento do pastor]. Esse golpe só acontece porque o teísta acredita cegamente no suposto homem de Deus. A mesma coisa acontece com o estelionato envolvendo a extrema-direita e as criptomoedas.

Trump, Bolsonaro e Milei. Os três maiores líderes da extrema-direita mundial apoiaram criptomoedas memecoins fraudulentas, ajudaram estelionatários fazerem rug pull [puxar o tapete], e depois pararam de falar no assunto como se nada tivesse acontecido. Parece que o golpe do pastor entrou com força na política mundial.

Assim que foi declarado presidente, Trump lançou o seu próprio memecoin chamado de: $Trump. Nos primeiros dias o ativo aumentou em escala geométrica. Mas logo caiu e nunca mais voltou ao patamar de pico de crescimento. Ou seja, ao olhar o gráfico evolutivo do comportamento da cripto do Trump, trata-se de um clássico Pump and Dump [inflar e largar].

Jair Bolsonaro, no Brasil, com o lema de que tudo o que acontece nos EUA acontece no Brasil, resolveu copiar Trump e apoiar uma criptomoeda chamada Patriota Coin. O resultado foi o mesmo: Rug Pull e Pump and Dump. E logo após a desvalorização da moeda, apagou a publicação em que apoiava a cripto e deu um jeito de dizer que também foi uma vítima da situação porque não sabia ser um estelionato.

E Milei, recentemente, apoiou uma criptomoeda argentina chamada $Libra que também aconteceu o rug pull. Mile usou o mesmo argumento do Bolsonaro ao dizer que também tinha sido vítima da situação e saiu fora como se nada tivesse acontecido.

Após acontecer esses estelionatos, estes líderes da extrema-direita não perderam o poder político-eleitoral após os escândalos de estelionato de crime financeiro. Não perderam porque os líderes da extrema-direita são parecidos com um pastor de igreja evangélica.

A extrema-direita, ao ter sectários, tem o mesmo poder de um pastor com os seus fiéis.

Note que se um pastor de uma igreja conseguir uma doação de uma casa própria, o fiel que fez a doação se arrepender, e mesmo assim o pastor não devolver o bem, o que se trata claramente de uma apropriação indébita, a igreja deste congressista não se esvazia mesmo com o escândalo envolvendo a congregação.

Porque quem cai no golpe do pastor não é um fiel moderado que frequenta a igreja, mas o fiel que realmente acredita em tudo o que o pastor fala. Este fiel moderado e mais cético passa pano para o pastor porque acha o devoto mais radical uma pessoa errada no final das contas.

Em uma congregação que tem milhares de devotos, caso aconteça de um fiel entregar a casa para a igreja, essa quantidade é irrisória para toda a comunidade, fazendo esse fiel que foi prejudicado, por sofrer estelionato, acabe sozinho sem apoio dos pares.

A mesma coisa acontece com o trumpismo, bolsonarismo e mileísmo.

Os apoiadores da extrema-direita, que hoje são milhões de eleitores, não vão deixar de aderir aos seus líderes só porque alguns sectários caíram no golpe incentivado pelos líderes da direita.

Tanto o fiel na igreja quanto o investidor são duas vítimas que não possuem nem mesmo apoio entre os seus pares. Estes apoiadores defendem os líderes que cometem atrocidades. Porque, no sectarismo, o efeito manada é regra e não exceção.

   Os líderes da extrema-direita são muito parecidos com os pastores das igrejas evangélicas. Até na questão de usar Deus para aumentar o próprio patrimônio, aplicar o golpe contra os fieis e iludir as pessoas pelo aspecto emocional. Tudo pela justificativa de algo maior.

O golpe das criptomoedas não é muito diferente do golpe do pastor.

 

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