Trump Volta ao Poder: A Luta é Cultural

 

Trump volta ao poder: a Luta é Cultural


 

Trump assumiu à presidência dos EUA. E o discurso não saiu fora do que ele já havia defendido em campanha. Resumo do discurso: Drill baby drill [volta da exploração de petróleo]; make america great again, Woke é ruim, liberdade de expressão [tendo o controle das big techs]; anistia para os presos políticos da invasão do Capitólio; criação de Muro na fronteira com o México; taxas contra países que taxam empresas americanas; fim de LGBT nas forças armadas; força máxima contra os crimes no país; e uma pequena vingança àqueles que fizeram ativismo judicial com o intuito de persegui-lo.

O que mais chamou atenção no discurso do Trump foi a questão da corrida espacial. Com a regra de que: “quem controla o espaço, conquista o mundo”, haverá agora uma Corrida para a colonização de Marte. Ou seja, está voltando aos anos 60, período máximo da guerra fria, em que os EUA venceram a corrida espacial ao aterrissarem na Lua, enquanto que os soviéticos só tinham descoberto que a Terra é azul. E caberá ao Elon Musk liderar esta disputa espacial.

Então, como lutar contra isso?

A resposta não está em torcer pela vitória dos chineses nesta corrida espacial, mas dentro do debate que haverá sobre estas questões ao trazer o movimento hippie de volta.

Enquanto os reacionários falavam sobre o controle espacial pela guerra, pelo conflito, pela produção de foguetes ao juntar metal e explodi-lo em fogo para soltar ao espaço, os hippies romantizavam o espaço e os planetas ou faziam chacota sobre este tema.

Com tom de liberdade social, fizeram produção cultural sobre tais questões. O exemplo vem da música, mas ela se alarga a outras artes como pintura, fotografia, moda e etc.

Por exemplo, no auge da corrida espacial, o mundo ficava vendo os metais sendo lançados no espaço. Enquanto aqui, no Brasil, Caetano Veloso lançava uma das suas músicas mais singelas da sua coletânea. A música: “não identificado”, do Caetano, explora os objetos não identificados, os discos voadores, os computadores como algo dispensável dentro da questão sentimental ao fazer uma música de amor para a sua amada.

 


Ou seja, usava o tema para desviar o foco e ganhar o debate público pela arte, ao condicionar a questão pelo amor.

Outra música que sintetiza bem isto é a canção Aquarius, do grupo Hair. Ao fazer uma espécie de congratulação aos astros, o que mostram a outra parte do debate sobre a corrida espacial. Essa outra parte consiste na influência nos astros, ao se alinharem, ao mudarem o comportamento do homem. E também buscando uma salvação futura quando ocorrer fenômenos espaciais.


E por fim, como o trumpismo vai fazer uma caça às minorias, juntar o progressismo diante da lógica: “aqui é mais legal”, ao fazer ampla inclusão aos excluídos. É, por exemplo, fazer o Jimmi Hendrix tocar com Janis Joplin ao fazer o Woodstock.

 

A guerra sempre foi cultural. E o trumpismo está vencendo porque não tem mais vergonha de defender o que acredita, mesmo sendo errado. Cabe aos hippies pará-lo por meio da paz, do amor, da inclusão.

O DEI [diversidade, equidade e inclusão] estava sendo abordado de uma maneira errada, com pessoas erradas. Agora, a nova abordagem é questão de sobrevivência e lutar esta guerra não é uma opção.

Trata-se de qual modo de vida irá prosperar.

Mas não dá para fazer este ativismo ao cometer os mesmos vícios. Não dá para lutar contra este trumpismo com o Woke da Kamala ou movimento negro do Obama. Tem que abordar com a abertura progressista do Bill Clinton nos anos 90. E aqui não é diferente. Lutar contra o bolsonarismo com petismo ou psolismo é implorar para perder. Tem que restaurar o progressismo dos tucanos e do FHC.

A vida não é só guerra e destruição. Viva a vida.

Daqui pra frente, para combater o Trump, eu vou fazer um iê-iê-iê. [soa ridículo? Mas é pra ser.]

 


 

Comentários