O Desespero da Radical Chic
O Desespero da Radical Chic
Rodrigo
Constantino, em seu livro: Esquerda Caviar, publicado em 2013, retratou uma elite
culpada existente nas democracias ocidentais e também no Brasil. Porém, isso
não é novo. Em 1970, Tom Wolfe cunhou a expressão: “Radical Chic” para explicar
o fenômeno de pessoas da elite que se preocupam com questões mundanas. Esta
expressão desembarcou no Brasil em quadrinhos e ficou popularizado ao ser
publicado sempre nas últimas páginas da revista Playboy. Nada mais apropriado; porque
essa forma de pensar não passa de putaria.
A
Radical Chic criada no Brasil era estereotipada. Ela sempre estava impecável,
com a sua casa limpa, seu cabelo bem alinhado, seu apartamento como um templo
de paz. Mas sempre próxima à sua janela, nas madrugadas, ao consumir o seu Gim
com azeitona, ela filosofava sobre a vida mundana. Por vezes irônica, em alguns
momentos fatalista, o fato é que trazia algumas reflexões nas últimas páginas
de uma revista de mulher pelada.
A
Radical Chic falava sobre encontros volúveis, relacionamentos incertos, paixões
duvidosas e amores platônicos. Tudo isso como uma abstração intelectual dentro
da abstração visual da revista Playboy.
Hoje
a putaria intelectual se encontra na mídia formal, desembocando nos canais de
notícias. A futilidade, a desconexão da realidade, a falta de compreensão da brasilidade
faz com que especialistas que comunicam à sociedade não entendam as suas
transformações, tornando a situação caricata diante algumas figuras públicas no
Brasil.
Para materializar a questão, nada melhor do
que dar como exemplo o Estúdio I da Globo News, o chá da tarde da futilidade
brasileira. Ou a Natuza Nery indignada ao saber que o brasileiro discorda
totalmente do seu modo de vida. Ou então a Daniela Lima, a Loira cujo este que
vos escreve tem certa admiração, ao fazer algumas reações que extrapolam a
normalidade. Tudo isso acontece sob o guarda-chuva do apartamento da Radical
Chic, que é o grupo Globo de Televisão.
E assim como a Radical Chic jamais deixava o
Gim acabar na sua taça com azeitona, essa elite midiática jamais deixa encerrar
a futilidade ao noticiar estripulias do governo. Na alternância entre defender
Lula e agredir Bolsonaro, a ânsia destas radicais cliques é fazer com que o
poder mantenha estabelecido pelo status quo.
Da
mesma forma que a Radical Chic prende o consumidor da Playboy sobre sexo ao
parear ao amor, as radicais chiques do noticiário brasileiro tentam prender a
atenção do telespectador de notícia ao parear uma defesa ao governo vigente.
Como se a notícia fosse o próprio governo, as radicais chiques fazem da
emissora uma assessoria de imprensa do poder estabelecido. Mas acham que estão
fazendo revolução.
E
assim como o consumidor da Playboy não dava nem bola para a tirinha Radical
Chic, o povo que consome notícia, hoje, ignora completamente estas dondocas da
mídia brasileira.
Mas
o povo não ignora completamente.
Porque
com a ascensão das redes sociais, em que são uma terra de ninguém controlada
pelos impérios do norte, as radicais chiques são ironizadas por causa das suas extravagancias
que acabam virando memes.
A
saga da vez das radicais chiques da elite midiática brasileira, para proteger
os brasileiros, é fazer controle da mídia por meio de regulação, porque elas
estão muito preocupadas, dentro dos estúdios com ares condicionados ligados,
com o povo num modo geral.
Então
elas irão radicalizar. Mas de uma forma Chic.
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