Presidencialismo
de Ocasião
Rei
morto, rei posto. Esse ditado popular exprime a ideia de que a vida segue o seu
curso, caso o administrador público nacional venha a falecer. Que é o que
acontece agora no final de 2024, em que enquanto Lula está entre a vida e a
morte, o legislativo e o judiciário brigam por causa de feira de vaidades para
saber quem manterá o poder. Isso tudo porque o petista não passou a presidência
para o seu vice, Alckmin. Politicagem rasteira até mesmo em um possível leito
de morte.
Acredite
no que este que vos escreve diz, se o Brasil estivesse realmente bem, a briga
seria ainda mais intensa e escandalosa. Diga-se que os poderes brigam pelo poder
enquanto Lula agoniza no hospital, mas com o espólio de crise econômica, social
e até mesmo espiritual. Se o Brasil estivesse bem de verdade, Flavio Dino e
Arthur Lira ficariam mais machos ainda em rede nacional.
Tudo
isso porque o Brasil assiste duas situações no mesmo momento: o presidente
apodrecendo a olhos vistos no leito do hospital e o avanço no legislativo para
tomar o poder para fazer decisões, por meio de emendas parlamentares, para
tocar o país. Afinal, o país não pode padecer junto com um político ladrão que
está debilitado na UTI. Já o judiciário tenta manter o status quo para que Lula
volte a fingir trabalhar como presidente da república.
O
legislativo quer o poder pra si; o judiciário quer manter o status quo até o
Lula voltar.
Não
bastasse isso, no Brasil convencionou-se a votar em líder populista para
presidente da república. Na teoria, esse líder, com braço forte e mão amiga,
conduziria o Brasil para a prosperidade. Na prática, todo populista monopoliza
o bônus e socializa o ônus do que acontece em seu governo.
Tanto
Lula quanto Bolsonaro fazem propaganda sobre aquilo que eles consideraram que
acertaram e terceirizam a culpa sobre aquilo que deu errado em seu governo. E
também terceirizam a solução. Afinal, sempre se acaba recorrendo para
legislativo e/ou judiciário para resolver problemas do governo, que deveria ser
solucionado e cobrado resultado pelo presidente, o que acaba enfraquecendo o
presidencialismo.
Quando
convém, é presidencialismo; quando não convém, não. Ou seja, presidencialismo
de ocasião.
O problema é que quando eles fazem essa malandragem,
as pessoas começam a perceber que o presidente não possui tanta importância,
que a sua existência não é essencial e a substituição pode ser frequente porque
não tem carga de valor.
Porque
se toda vez que há um problema o presidente populista foge da responsabilidade,
ele pode até mesmo ganhar alguns pontos eleitorais para uma manutenção temporária
de poder. Mas não possui poder de fato porque não resolve absolutamente nada. É
só uma marionete do Sistema.
Os
exemplos de covardia já foram registrados no noticiário. Bolsonaro por ser acovardado
ao resolver o problema da pandemia e Lula ao não bater na mesa para resolver a
crise fiscal que o seu próprio governo criou.
Tanto
Lula quanto Bolsonaro, ditos como líderes populistas, ao adoecerem não passaram
o poder temporário para os seus vices, cuja a existência deste suplente é suprimir
a ausência do titular.
Bolsonaro
quando ficou internado não passou o poder presidencial para o Mourão; Lula não
passa para o Alckmin.
Deste modo, enquanto os presidentes, apegados
pelo poder como um rei é fissurado pela coroa, não passam o poder presidencial
para o vice, o que faz o Brasil ter que ficar paralisado neste curto período de
tempo, à espera deste presidente se recuperar, os outros poderes brigam por
este vácuo de poder e o vice fica como uma figura decorativa no cenário
político nacional.
Portanto:
a falta de hombridade em assumir a responsabilidade quando surgem os problemas,
mesmo que isso cause dano de popularidade; a incapacidade em transferir o poder
presidencial para o seu vice, ao recorrerem sempre aos outros poderes quando há
um problema em curso; e deixando o país no vácuo em alguns períodos de tempo
por causa do apego ao poder; tudo isso faz com que o presidencialismo fique
enfraquecido, porque todo mundo sabe que se trata de um presidencialismo de
ocasião.
Quem
defende o presidencialismo passa o poder para o seu vice. Porque se não passar,
ou o Brasil fica inerte ou os outros poderes reivindicam o controle da
situação.
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