EUA de Trump:
A Taxação é o Começo do Fim. Ou: Eles não aprenderam nada com a Festa do Chá de
Boston
Os
EUA querem aumentar a taxação de importados [além de criar outras barreiras não
tarifárias] para “fortalecer” a indústria nacional, exportar mais produtos de
todos os setores da economia para o mundo e ainda, pasmem!, exportar inflação ao
manter o Dólar como o mecanismo de troca global.
E
a pergunta que fica é: Quem não quer?
Agora,
basta saber se querer é poder.
Os
EUA são um império em declínio. E essa lógica não vem dos seus inimigos globais,
mas da percepção dos próprios vencedores da última eleição, em que o Trump
virou presidente. Os próprios Republicanos entendem que há essa perda de força
global e, para tentarem reverter o dano, aceleram ainda mais processo de
decadência ao impulsionar o seu fim.
Uma
das obrigações econômicas de uma economia imperial é que a balança comercial
tenha que ser negativa para a balança de pagamentos ser positiva.
Traduzindo:
se os EUA querem continuar a exportar inflação ao imprimir o Dólar para o
mundo, os ianques devem comprar mais produtos do que vender.
Agora,
o que os EUA querem fazer é a balança comercial positiva, se fechar em muros
para não haver migrações [isso aqui é outro assunto], e ainda por cima
continuarem a se satisfazer do globalismo ao serem os detentores da moeda global.
Por
isso que como reação aos abusos dos EUA, a reação é a criação até mesmo de uma
moeda dos BRICS, que por ser um bloco com o maior PIB do que até mesmo o Euro,
faria com que o Dólar diluísse em importância como meio de troca global.
Até
mesmo países periféricos do mundo iriam aderir a essa diluição monetária.
Uma
das regras básicas ao analisar economicamente a relação entre império e colônia
se dá na questão da diferença entre balança comercial e de pagamento. A colônia
de exploração envia recursos naturais e materiais para o império. Em troca,
esse império paga esses recursos com a moeda do próprio império [ou, em época
mais longevas, em ouro].
Deste
modo, se os EUA se fecham, o mundo também pode se fechar. Reduz a globalização.
Aumenta-se o multilateralismo. Aumentam-se pequenos impérios globais em suas zonas
de influência. Acaba os EUA serem a polícia do mundo porque o próprio país renuncia
a sua obrigação como império. Como não há vácuo no poder, esse enfraquecimento
se refletirá, no longo prazo, em tudo. Até mesmo na economia.
E o fechamento da economia que deveria ser a
salvação, acabaria por ser a condenação de fato de um império em declínio.
Na
verdade, ao analisar profundamente o que está por trás a defesa da economia
nacional proposta por Trump é o velho conhecido corporativismo.
Os
empresários dos EUA, assim como em qualquer país do mundo, querem tetas para
mamar. Querem, bem verdade, retirar suas produções da China para instalarem em
seu país, mas sem ter nenhuma perda nesta transição.
Mas
esta perda irá acontecer. Seja direta ou indiretamente.
O
mais certo seria os EUA trocarem de vez a produção de mão de obra barata da China
para a Índia. E manter tudo como está.
Deste modo, só quem iria sofrer as consequências
seriam os chineses.
Os EUA não seriam um exportador global, pois isso ficaria a cargo, agora, da Índia. Mas manteria o status quo dos EUA como império.
Os
ingleses perderam a colônia EUA justamente porque os EUA se revoltaram,
pasmem!, com o abuso do império cobrar taxas de importações abusivas da colônia
dos EUA no produto chá.
O
império não pode fazer a festa do chá de Boston com o mundo sem sofrer
retaliação.
Se
liga no óbvio: se o império deixa de fazer as suas obrigações de império, ele
deixa de ser império. Há bônus e ônus ao ser império. O trumpismo acha que só
há o bónus. Vai se quebrar.
Convido
toda a elite norte-americana a tomar um chá com os Tucanos do PSDB, no Brasil.
Mas, antes, tem que jogar na lata do lixo o bolsonarismo.
Fonte:
A festa do Chá de Boston:
A festa do chá de Boston - Brasil Escola
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