Cotação: A Máxima Histórica é o Novo Normal
Antes
de tudo, é preciso entender que os EUA exportam inflação. Deste modo, eles não
são afetados por imprimirem dinheiro da mesma forma que outros países do mundo.
A
variação da cotação mundial entre duas moedas se dá em 3 aspectos basicamente:
1)
Aumento de impressão da moeda doméstica.
2)
Valorização ou Desvalorização do Dólar.
3)
Ataque especulativo.
Que
se comece a análise pelo terceiro fator: ataque especulativo.
A
moeda real encontra-se hoje no valor da máxima histórica, orbitando a R$ 5,70 reais.
É ataque especulativo? Não.
Porque
o governo Bolsonaro herdou uma paridade real versus dólar do Temer na casa dos R$
3,80 Reais, quase R$ 4 Reais. O
Bolsonaro não quis valorizar o Real. Paulo Guedes chegou a criar até mesmo a nota
de R$ 200 Reais, o que mostrava claramente que o governo bolsonarista fazia pouco
caso com o Real.
Aí
veio a pandemia que gerou licença para imprimir dinheiro, o que é chamado de
liquidez. Neste momento, o Real chegou ao patamar dos R$ 5,70 Reais. Ficou
pouco tempo nesta situação. Bolsonaro perde a eleição e entrega a cotação em R$
4,80 Reais.
Vem o
governo Lula e a primeira coisa que pede ao congresso é uma licença para
gastar. Ao invés do Real valorizar ao chegar próximo dos R$ 4,20 reais, a moeda
hoje se encontra no patamar de R$ 5,70 Reais, o valor da maior desvalorização
da série histórica.
Sendo
assim, pelo histórico, não é um valor que chegou neste patamar por mera
especulação. Porque tem método.
Como
a desvalorização do Real não se trata de mera especulação, então que se observe
pelo segundo caso, a valorização do Dólar.
Como
os EUA exportam inflação, este é o momento em que os EUA mais rodam dólares na
história. É um volume avassalador. Só para ter uma ideia, os EUA emitem dólar em
um ano o que era emitido em toda a década de 60.
Pela
lógica de oferta e demanda de moeda, o Dólar deveria se desvalorizar mais a
cada momento do que as outras moedas. O problema é que os outros países do
mundo também aumentam a quantidade de emissão de moeda para não sofrer tsunami
monetário vindo dos EUA.
O
único bloco econômico que mantém uma estabilidade entre a própria moeda e o Dólar
é o Euro que, ao ser rígido, consegue ser mais valorizada que a moeda americana
na cotação. Por isso que a Europa é rica.
Porém,
o Dólar muito valorizado também pode ser um problemão porque afeta a balança
comercial das outras nações por não conseguirem exportar seus produtos de um
lado e começar a adquirir produtos importados de outro.
Deste
modo, se o problema não está nem no aumento do Dólar nem no ataque especulativo
da cotação, então o problema está na emissão da moeda do país que possui o seu
dinheiro desvalorizado.
O
Banco Central, teoricamente independente, deve estar a serviço do governo para
que a desvalorização da moeda ajude a aumentar exportações.
O
problema é que moeda fraca significa povo enfraquecido. Povo empobrecido. Povo
com o seu poder de compra corroído pela inflação.
Aí
se vê que os governos, ao desvalorizarem a moeda de propósito, querem
beneficiar a elite econômica dirigente em detrimento do povo em geral.
Foi
justamente contra isso que o tucano Fernando Henrique Cardoso, criador do Plano
Real, lutou com firmeza e venceu.
***
Obs:
O Real chegou ao patamar dos R$ 4,00 Reais em 2002, final do governo FHC. Esse
valor era especulativo. Porque assim que o Lula se acalmou ao fingir ser o que não
é, a moeda Real voltou a se valorizar. Quem fez o Real se desvalorizar foi a
ameaça Lula em 2002.
Lula
em 2002, com a sua ameaça, fez o dólar disparar e a taxa de juros irem para
mais de 20%, com inflação de dois dígitos. Isso sim foi um ataque especulativo
porque não se sabia de fato o que seria o Lula presidente.
Por
fim, Lula surfou no boom das commodities e mascarou todos os problemas criados
pelo petismo.
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