Por: Júlio César Anjos
No
debate entre Arthur do Val [Mamãe Falei] e Álvaro Borba [Meteoro Brasil] no podcast
Inteligência LTDA. do Vilela, os dois debatedores perguntaram-se sobre o que seria
a esquerda.
Arthur
disse que a esquerda tem origem na revolução francesa entre os Jacobinos e os Girondinos.
Isso é a gênese e a primeira onda.
Álvaro
sentenciou que a esquerda existe para criticar o capital. Essa é a segunda
onda.
Hoje,
em democracias liberais, a esquerda é uma social-democracia que defende
sociedade aberta, direitos humanos e bem-estar social [Hippie].
Em
resumo sobre a esquerda: na primeira onda, revolucionária; na segunda onda,
marxista [também revolucionária]; na terceira onda, social-democrata
[evolucionista].
A
esquerda quer tentar ser revolucionária ou marxista em um tempo em que as
mudanças são construídas em consensos.
O
jacobinismo já fez o serviço ao derrubar as monarquias e criar as repúblicas. O
marxismo mantém-se estabelecido em ditaduras [porque essa ideologia só se
sustenta pela coerção], pois, em democracias não possuem “lugar de fala”. E a
social-democracia é a única possibilidade de a esquerda existir em países
considerados democráticos.
É
por isso que a esquerda vermelha, que defende os trabalhadores e o marxismo,
não consegue entender o porquê de o povo não estar com este grupo político nos
dias atuais.
Porque
uma sociedade não é só trabalho. Sociedade é defesa cívica, é acreditar em
algum tipo de religião, é querer que haja desenvolvimento para que as pessoas
tenham capacidade de conquistar seus objetivos. É progredir conforme passa o
tempo. É lazer e diversão. É uma comunhão para que se tenha uma coexistência
pacífica entre a diversidade. É diversidade. E sendo diversidade, o trabalhismo
[marxismo] é somente uma bandeira diante de tantos outras que existem na
política de um país.
Deste
modo, a esquerda marxista ao se adaptar à democracia por ter que convencer de
forma pacífica o cidadão, faz crítica ao capitalismo como sendo o mal de tudo.
Aí
se vê o capitalismo como sendo machista [porque homens alçam poder e recebem
mais que mulheres], racista [porque homens brancos recebem mais que homens
pretos] e homofóbico [porque homens brancos e heteros recebem mais que gays].
Só
há um problema estrutural nesta critica: o capitalismo é investimento privado
no meio de produção. E não é Sistema Político.
Deste
modo, é possível ver que o capitalismo, adaptativo hoje a qualquer Sistema Político
vigente no mundo, funciona na China comunista do ditador Xi Jinping, na Arábia
Saudita de califado [ditadura religiosa] do ditador Salman, na ditadura
nacionalista do ditador Putin, nos parlamentarismos dos países da Europa e nas
repúblicas presidencialistas de EUA e Brasil.
O
capitalismo não dita a vida das pessoas; o sistema político, sim.
Aí
o marxismo do Álvaro Borba, que já está mofado faz tempo, não consegue entender
que a esquerda vermelha em democracia liberal é considerada passado.
Quando
a esquerda marxista, presa a dogmas do passado, debate com uma direita
contracultural, a derrota é certa.
Deste
modo, alguns marxistas ainda tentam se adaptar à agenda woke, do progressismo social-democrata,
mas também o resultado é insatisfatório.
Porque
o progressismo alienado e burro criado nos dias atuais ainda é superior, para
fins democráticos, que o marxismo que sempre busca como objetivo-fim uma
instauração de ditadura do proletariado.
E
quando há essa fusão entre trabalhismo e woke, o progressismo não melhora o
marxismo, o marxismo piora o progressismo - que perde legitimidade humanitária
por estar envolto com grupos extremistas.
Deste
modo, a social-democracia, ao perder o posicionamento imaginário de esquerda,
começa a se mover ao centro. E aí se vê o centrismo defensor de direitos humanos
[ao condenar ataques de Rússia contra Ucrânia e condenar tanto Hamas quanto Israel
na Palestina], de sociedade aberta [ao entender que há uma diversidade
progressista que não esteja presa em marxismo] e bem-estar social [que defende
políticas de proteções econômicas e sociais para a população].
Isso
é tão verdadeiro que em dois anos de petismo, as pesquisas de espectro político
passaram disso:
Abril
de 2022:
Para isso [Abril de 2024]:
Com o petismo marxista, as esquerdas perderam adeptos até para a "massa amorfa" do centrismo.
Portanto, não foi o Álvaro Borba [Meteoro Brasil] quem perdeu para o Arthur do Val [Mamãe falei]. Foi a esquerda marxista que naufragou diante a direita contracultural.
Comentários
Postar um comentário
Comente aqui: