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Sobre o TikTok Ser banido dos EUA: Considerações

 

Por: Júlio César Anjos

 

Deu na CNN [13.03.24]:

Abram-se aspas.

O projeto de lei proibiria o TikTok das lojas de aplicativos dos EUA, a menos que a plataforma de mídia social – usada por cerca de 170 milhões de americanos – seja desmembrada de sua empresa-mãe ligada à China, a ByteDance.

Os parlamentares que apoiam o projeto argumentaram que o TikTok representa uma ameaça à segurança nacional porque o governo chinês pode usar suas leis de inteligência contra o ByteDance, forçando-o a entregar os dados dos usuários de aplicativos dos EUA.

Fecham-se aspas.

Você que vive num mundo da fantasia em que acha que os EUA é o país da liberdade incondicional e plena não consegue argumentar sobre o banimento do TikTok no território estadunidense.

Os EUA estão indo além de regulamentação de big techs. Porque uma regulamentação trabalha com a lógica de que basta as empresas se adequarem aos conjuntos de regras para continuarem com as suas atividades normalmente. Que é o que o Brasil pretende dispor com O PL2630.

No caso do legislativo dos EUA, o que os congressistas estão fazendo é forçar o TikTok a se desmembrar para que a China não tenha controle da empresa. Isso vai além de uma simples regulamentação.

Ou seja, os EUA dão como saída que o TikTok venda a sua empresa para megaempresários do ocidente [dos EUA] para continuar a atuar no solo norte-americano.

Aliás, essa abordagem é muito mais inteligente, pelo ponto de vista de segurança nacional [soberania nacional] do que uma regulamentação para adequar as empresas num arcabouço de leis, fazendo com que empresas controladas por chineses [TikTok], russos [Telegram], Indianos [Koo] e canadenses [X, Elon Musk] possam operar no Brasil livremente.

Deste modo, o que os EUA estão fazendo, por defesa de segurança nacional, é algo totalmente contra a liberdade e a democracia.

Este que vos escreve é favorável ao banimento do TikTok também no Brasil porque esta empresa que é controlada por um país ditatorial trabalha para envenenar a sociedade do ocidente com as suas imposições econômicas, políticas e culturais. E isso nenhum país que queira o mínimo de autonomia e independência quer se indispor.

Deste modo, o próprio EUA confessa que as big techs trabalham como instrumentos para controlar fluxos de informações nos países em que estão inseridas, com o intuito de gerarem vantagem na guerra informacional internacional aos seus países de origem.

  Os EUA, ao perseguirem o TikTok, confessam como operam de fato contra os outros países que não possuem arcabouços legais para a defesa do próprio território informacional. Como no caso do Brasil.

OS EUA, ao perseguirem o TikTok para preservar a segurança nacional, faz aquela regra atribuída a Lênin: “chame do que você é, acuse-os do que você faz”.

 Já no Brasil, terra sem lei, as big techs dos países do hemisfério norte fazem acordos. Ao invés, por exemplo, do TikTok apoiar o Lula e o Instagram apoiar o Bolsonaro, fazendo uma guerra entre plataformas, eles são mais sutis. Tanto TikTok quanto Instagram operam para engrandecer Lula e Bolsonaro nas suas plataformas. O que eles fazem é banir outros grupos políticos que não façam parte desta polarização. É por isso que só no Brasil há uma polarização de dois líderes populistas neste mesmo momento.

Esse fenômeno de dois populistas ao mesmo tempo que ocorre no Brasil só foi possível porque o país, em questão informacional, é terra de ninguém.

E se não houver uma regulamentação no Brasil, para ser competitivo em eleição nacional, o candidato terá que ser aceito pelas big techs internacionais, ao fazer o país perder a soberania nacional, ao fazer o brasileiro não escolher mais nem mesmo o seu presidente. Porque o presidente competitivo será um político escolhido pelas big techs internacionais.

Ou seja, ao fazer o banimento do TikTok em seu país, os EUA querem controlar a sua economia, política e cultura sem interferência internacional. Porque não querem terminar como um Brasil que não consegue nem mais escolher o próprio presidente e vive em crise porque as informações anárquicas e sem controle fazem o povo todo enlouquecer.

 

***

 

Pode notar que em nenhum lugar do mundo há polarização de 2 líderes populistas como no Brasil. Fenômeno raro que só ocorre por maneira artificial. Lula, aliás, disse que a polarização é algo que acontece no mundo todo. Mas não com dois populistas ao mesmo tempo. Na Argentina, Sergio Massa é um político parecido com o Alckmin, enquanto que Milei é populista. Nos EUA, Biden é candidato pragmático, enquanto que Trump é populista. Na França, Macron é candidato do establishment, enquanto que Le Pen é populista.

 

Fonte:

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/camara-dos-eua-vota-nesta-quarta-feira-13-projeto-de-lei-que-proibe-tiktok/






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