Por: Júlio César Anjos
Antes
de tudo, é impossível falar sobre essa pesquisa e o episódio do PL ter
convidado o Richa para a legenda e ser vaiado por extremistas que apoiam o Partido
do ex-mensaleiro Valdemar Costa Neto.
O
Beto Richa ser vaiado por meia-dúzia de pessoas que não tem o que fazer na
frente da sede do Partido Liberal não muda em nada sobre a corrida eleitoral em
Curitiba.
Para
critério de exemplo, antes da eleição do primeiro turno em 2022, Jair Bolsonaro
convidou o Ratinho Junior para discursar em cima de um caminhão de som. O
governador paranaense candidato à reeleição foi amplamente vaiado no ato. Após
a apuração da eleição, Ratinho Junior teve 72% dos votos válidos e Bolsonaro,
55%. Tudo bem que Requião não é o Lula; mas, também, os extremistas do Bolsonaro
que vaiaram o governador não mudaram em nada o desempenho do Ratinho na
eleição.
Ser
vaiado, até mesmo pelos supostos pares, não significa rejeição ou derrota
eleitoral.
[no
meu mundo, ser vaiado por bolsonarista doente é elogio]
Agora,
a análise da pesquisa de fato.
Deu
no Poder 366 [17.03.24]:
Abram-se aspas.
Com
15,8% das intenções de voto, o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD),
apoiado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador Ratinho Jr. (PSD),
puxa a lista no cenário ampliado. Em seguida, aparecem: o deputado federal e
ex-governador Beto Richa (PSDB), com 13,1%. Richa tentou migrar para o PL do
ex-presidente Jair Bolsonaro, mas voltou atrás (leia mais abaixo); o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), com 12,3%.
Ducci tem a bênção da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR); o ex-procurador da República e ex-deputado
Deltan Dallagnol (Novo), com 11,5%; e o deputado estadual Ney Leprevost (União
Brasil), com 10,9%. Os outros
pré-candidatos têm menos de 5%.
Fecham-se aspas.
Primeiro,
que após o Bolsonaro indicar o seu candidato para a eleição em Curitiba, este
representante terá os votos dos extremistas do bolsonarismo. Esses extremistas são disputados pelo Deltan Dallagnol e pelo Paulo Martins [que
atualmente só tem 5%].
Se o Bolsonaro apoiar Martins, o bolsonarista
subirá um pouco, mas Deltan perderá os votos que dispõe até murchar.
O
Richa tem 13% consolidado. Ele já foi mascado, salivado e cuspido pelo Sistema.
É atacado diuturnamente por bolsonaristas, petistas e lava-jatistas. E mesmo
assim mantém resiliência de dois dígitos em todas as pesquisas divulgadas.
Embora tenha uma rejeição alta, é possível que haja indícios de que o Richa possa
se tornar mártir [e aí o jogo vira].
Se
o bolsonarismo tivesse aceitado o Beto Richa ao dar-lhe apoio incondicional, o
PL já estaria no segundo turno da eleição. Mas como o Bolsonaro não consegue
controlar os seus animais, haverá essa divisão de voto agora.
Eduardo
Pimentel ainda é desconhecido pela população. Mas já pontua em dois dígitos e
tem baixa rejeição. Quando Ratinho e Greca o apoiarem de fato, ele subirá mais
nas pesquisas.
Quanto
às esquerdas, elas terão que tomar decisão.
Apoiar
o Ducci e correr o risco de nem fazer vereadores; ou ir para a eleição e
dividir o eleitorado, o que dá chance de qualquer um ir para o segundo turno
contra o Eduardo Pimentel.
Quanto
aos animais da extrema-direita, é certo que irão ser rejeitados pela população.
Essa praga só tem popularidade em cidade decadente.
Deste
modo, já é fácil entender o eleitorado curitibano. Prefere Richa ao lava-jatismo,
bolsonarismo e lulismo. Todas as pesquisas estão dizendo isso. E quem fizer
campanha focado nos problemas da cidade irá levar.
***
Fonte:
Ratinho
Junior com 72% de votos válidos.
https://especiaisg1.globo/pr/parana/eleicoes/2022/mapas/apuracao-zona-eleitoral-governador/curitiba/1-turno/
Bolsonaro
com 54% dos votos válidos.
https://especiaisg1.globo/pr/parana/eleicoes/2022/mapas/apuracao-zona-eleitoral-presidente/curitiba/1-turno/
Pesquisa
eleitoral Curitiba
https://www.poder360.com.br/eleicoes/pesquisa-para-a-prefeitura-de-curitiba-tem-empate-quintuplo
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