Por: Júlio César Anjos
No
box Ditadura, do escritor Elio Gaspari, o terceiro livro traz à tona o período
histórico sobre o Geisel, alcunhado pelo autor como Sacerdote, e o seu
conselheiro Golbery, apelidado como Feiticeiro. Era considerado o Feiticeiro
diante a sua capacidade de influenciar as pessoas devido a sua inteligência. E foi nessa época em que Golbery fez a sua criatura que até hoje assombra a todos
os brasileiros.
Essa
criatura chama-se: Luís Inácio da Silva.
O
ano era 1975 e o Brasil não conseguiu chegar à final da copa de 74, cujo o
futebol era o ópio do povo na época, restando somente os escombros de uma
ditadura desgasta após ter sido implantada 10 anos atrás. A ditadura ao invés
de criar riqueza para gerar prosperidade a todo o povo brasileiro, esgotou-se
diante o fato de que as restrições também faziam o Brasil ficar isolado
mundialmente.
Deste
modo, Geisel assume a ditadura no Brasil. Porém, o general conhecido como
Alemão pelas pessoas próximas, queria que o Brasil voltasse a ser pujante. Mas para
isso, era preciso buscar independência. E Geisel resolve ser independente. Tenta
a bomba nuclear com a Alemanha, sendo proibido pelos EUA. E na independência da
Angola, os EUA ficaram furiosos com o Brasil por ter ajudado os angolanos a
serem independentes. Ou seja, o Brasil estava diante uma prisão porque o país
era apenas uma colônia dos ianques.
Golbery
sabia que a ditadura não podia continuar porque ela tinha se esgotado ao ponto
de ter criado um apagão nas criações artísticas e culturais, além de que as
restrições das liberdades individuais tinham tornado um país composto por pessoas
resignadas que não tinham ambição para mais nada. Como na música Modinha para a
Gabriela, da cantora Gal Costa, da novela Gabriela da Globo: Eu nasci assim, eu
cresci assim / E sou mesmo assim, vou ser sempre assim /Gabriela, sempre
Gabriela!.
Deste modo, no período da era Geisel, de um
lado a ditadura afrouxou as restrições, permitindo que houvesse alguns
protestos contra o próprio regime. E do outro, criou um líder de massas para
ampliar o poder popular para ajudar a derrubar a ditadura.
Lula
surge como um sindicalista pop star. No início, Lula era usado para que o
regime acabasse com as greves de maneira pacífica. Depois, a ditadura viu que
poderia criar uma força política para contrapor aos EUA.
Porém,
Lula precisava fingir ser contra a ditadura militar para alçar-se ao poder
pelas vias populares. Deste modo, como afirma Tuma Junior, Lula teve duas
falsas prisões para que o povo achasse que o sindicalista fosse um perseguido
da ditadura.
E
ao continuar a caminhar na esteira das mudanças, a ditadura tinha criado o Ato
Institucional 2 [AI2] que permitia a existência de somente 2 partidos [Arena e
MDB]. Golbery derruba o AI2 em 1979. E em 1980 surge o Partido dos
Trabalhadores.
Lula
estava pronto para disputar a eleição de 1985. Porém, os militares queriam
fazer uma transição com anistia e atrasaram a mudança do regime de ditadura
para democracia.
Deste
modo, por voto por colegiado – via parlamentar -, em 1985 Tancredo Neves seria
o primeiro presidente civil após o período ditatorial. Por situações estranhas,
morre antes de assumir. Assume Sarney que fica no poder para deixar Ulysses criar
a constituição antes de chamar eleições. O que foi correto a fazer.
Lula
concorre em 1989 e perde para o Collor por interferência da Globo. Collor sofre
impeachment e Lula volta a ser o líder da vez.
FHC,
ministro da fazenda do Itamar, cria o Plano real. Ganha duas eleições no
primeiro turno contra o Lula, fazendo o líder populista ter que esperar mais 8
anos para vencer a eleição.
Chega
2002 e Lula vence as eleições. E o que o petista faz de fato como uma das primeiras
medidas adotadas em seu governo: aumentou gastos orçamentários para as forças
armadas.
Se
estivesse vivo, Golbery ficaria triste em ver o que se tornou a sua criatura
Lula. O Brasil de Lula faz parte do BRICS, clube de ditadores, passa pano para
ditaduras da Venezuela, Honduras e Cuba. E só não deu um golpe militar virando
ditador porque as forças armadas não o querem como líder supremo do país.
Lula
assombra tanto o Brasil que os oposicionistas mais extremistas pedem intervenção
militar sem ter vergonha nenhuma porque possuem uma justificativa plausível: ditadura
por ditadura, que se implante a militar de direita.
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