Pular para o conteúdo principal

Realpolitik: A Política Como Ela É

 

Por: Júlio César Anjos

 

Deu na CNN [19/02/23]:

Abram-se aspas.

Entenda como a Rússia está mais rica do que nunca apesar da guerra na Ucrânia.

Parte do financiamento da guerra vem de vendas de petróleo bruto à Índia que refina e exporta aos EUA como produtos petrolíferos, que não estão inclusos nas sanções russas.

Fecham-se aspas.

 

É por essas e outras que uma parte considerável do mundo não gosta dos EUA. Porque os EUA é o país que mais faz realpolitik no mundo.

Para critério de lógica, se os EUA comprometeram-se a ajudar a Ucrânia a se defender da Rússia, uma das defesas seria não comprar por meio de triangulação o petróleo russo.

Triangulação é quando ao invés de se fazer uma negociação direta entre dois países, coloca-se um terceiro para maquiar essa negociação.

Na verdade, o que os EUA estão fazendo é comprar petróleo russo por meio da Índia, ajudando a Rússia massacrar os ucranianos.

Note que os EUA fazem sanções contra os russos. Mas na parte que lhes interessam, eles não aplicam sanções – como no caso do petróleo.

Realpolitik é um termo à política ou diplomacia baseado principalmente em considerações práticas, em detrimento de noções ideológicas.

Quem acha que o mundo trabalha com lógica e que não há contradições, vai se decepcionar.

Quem acha que a política é baseada no tribalismo sem filtro, do dito: nós contra eles, e que aliados e inimigos não possuem aproximação e não negociam entre si, vai se decepcionar.

Quem acha que existe uma linha clara entre quem é bonzinho e quem é o mocinho, também vai se decepcionar.

Voltando ao caso estadunidense, note, leitor, que os EUA compram tranquilamente o petróleo russo, que o russo está a vender as commodities mais baratas por causa das sanções, mas quase sempre ofertam uma esmola para que a Ucrânia possa se defender para continuar a tentar existir.

 Ou seja, os EUA financiam a Rússia comprando o seu petróleo por meio de triangulação numa ponta e oferta esmola para a Ucrânia em outra. Está na guerra pelas duas pontas.

O detalhe é que a guerra da Ucrânia serviu para fazer a OTAN [países da Europa] começar a se mexer e colocar dinheiro para financiar as forças armadas deste bloco bélico. Os EUA não queriam mais financiar sozinhos a OTAN e magicamente surge a guerra da Ucrânia.

Isso é realpolitik.

Aliás, a realpolitik traz também um ensinamento que mostra que países não são amigos, apenas possuem interesses.

E aproveitando o gancho, nota-se que o Brasil ser bobo da corte do mundo, ao querer defender a palestina mais que os próprios árabes que possuem negócios com os EUA, defender a Rússia mais que a própria Rússia que vende petróleo para os EUA, defender a China mais que a própria China que ainda é o principal mercado comercial dos EUA é no mínimo ingenuidade – para não dizer o mínimo.

 A única realpolitik que o governo petista faz é xingar os países democráticos para satisfazer os ditatoriais, na esperança que esses países totalitários comprem as commodities brasileiras.

Aí quem é bom observador vê o Lula agredindo Israel dois dias após ter firmado acordos com o Egito. Mas isso não precisaria ser feito porque agressão diplomática não entra em negociação.

O Brasil quer ser inimigo dos EUA que ninguém, absolutamente ninguém, é inimigo dos EUA pela realpolitik.

O brasileiro é liderado por um imbecil. E ser liderado por um imbecil não é realpolitik.


A realpolitik serve também para a política doméstica.

 



 

 Fonte: 

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/entenda-como-a-russia-esta-mais-rica-do-que-nunca-apesar-da-guerra-na-ucrania/

 

 

 

Comentários