Por: Júlio César Anjos
Fernando Ulrich, liberal clássico da
escola austríaca, fez recentemente análises sobre as produções de barris de
petróleo do Brasil e constatou que o país será uma potência energética nos
próximos anos. Infelizmente essa observação não é verdadeira. Porque nos
próximos anos o Brasil chegará ao pico de produção de petróleo. E a partir
disso, a produção que queimará será o de acabar com os seus estoques até o seu
esgotamento.
Quem diz isso é o próprio Ministro de
Minas e Energia do governo Petista, Alexandre Silveira:
Abram-se aspas.
Recentemente, o ministro de Minas e
Energia, Alexandre Silveira, afirmou em audiência na Câmara ver “claros sinais
de esgotamento exploratório” no pré-sal, e defendeu o avanço para novas
fronteiras exploratórias, na Margem Equatorial, uma ampla área que se estende
do Rio Grande do Norte até o Amapá, com grande potencial, mas enorme desafios
ambientais.
Fecham-se aspas.
A primeira situação que assusta nas
falas do ministro é que o Brasil a partir de 2029 terá alcançado o ponto de não
retorno, queimando as reservas já conhecidas até o seu fim. E a segunda, mais
preocupante ainda, é que o governo petista não quer mudar a matriz energética,
preferindo ficar com combustível fóssil mesmo sabendo da sua escassez.
Mesmo que o governo brasileiro tenha
encontrado a maior reserva de petróleo do mundo na margem equatorial, mesmo
assim essa reserva terá que, por obrigação, virar um estoque estratégico para
uma quantidade de petróleo existir para as futuras gerações. Ou seja, esse petróleo
da margem equatorial não poderia ser explorado não sua ampla capacidade como é
feito com o pré-sal produzido na região sudeste do Brasil.
Agora, se a reserva da margem
equatorial for baixa, isso obrigará o Brasil mudar a sua matriz energética porque
o país perderia o trade off que faz hoje: exporta o piche pesado que extrai das
bacias e em troca importa óleo leve e combustível já refinado para suprir a demanda
de consumo do país.
Nem precisa dizer que se a margem
equatorial não for satisfatória, a Petrobras acaba no mesmo instante.
Deste modo, então, ficar eufórico ao
ver que a Petrobras chegou ao patamar de ser a empresa mais valiosa do Brasil,
ou que o Brasil está para virar uma potência energética ao bater recorde de
produção de energia não renovável, tal situação não passa de uma questão
conjuntural que será perdida daqui pouco tempo.
Se for analisar o petróleo como ele
realmente é, uma energia estratégica, a prudência diz que o Brasil deveria estar
diminuindo essa produção para manter um estoque mínimo para as futuras
gerações. E, com esse tempo, mudar a matriz energética do Brasil de energia
suja [carro a combustão] para limpa [carro elétrico].
O tema combustível esteve ausente no debate
eleitoral de 2022. Porém, é obrigatório que haja debate em 2026. Porque manter
a matriz energética no petróleo, sendo que o Brasil está no seu ponto de
esgotamento, é no mínimo uma insensatez.
PT e Petrobras, sem debate público nenhum,
estão acabando com os estoques de petróleo do Brasil. Chamam isso de recorde ao
fazerem esgotamento do combustível fóssil de forma deliberada. Mas não há o que
comemorar.
Fonte:
https://www.infomoney.com.br/economia/sem-novas-grandes-descobertas-de-petroleo-brasil-ve-pico-de-producao-em-6-anos/
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