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A Construção do Mundo Multipolar se dá pela Destruição das Democracias

 

Por: Júlio César Anjos

 

Ao analisar um mundo multipolar, alguns teóricos dizem que essas forças podem ser organizadas por blocos econômicas como, por exemplo, os BRICS, por organizações militares como OTAN ou por afinidades históricas. Essa abordagem está errada. O mundo multipolar já está sendo implantado por zonas de influências que terão alinhamentos ideológicos claros.

O pensamento de Slavoj Zizek, amplamente disseminado no Brasil pelo Olavo de Carvalho, teoriza sobre 3 grandes blocos de dominância global: 1) Ocidente; 2) Império Russo-Chinês; 3) Mundo Islâmico. De fato, o pensador está certo em ir por esse caminho porque as relações se dão mais por posicionamento geográfico do que por acordos econômicos.

Mas há o bloco africano que está em ascensão.

Desta forma, o mundo multipolar será dividido, infelizmente, em ditaduras.

No bloco Russo-Chinês, a Rússia irá virar socialista após a aposentadoria do Putin. Neste tabuleiro global, Putin, querendo ou não, é o ente que segura a Rússia a não voltar a ser comunista de fato. Mas provavelmente isso será inevitável. A China, líder do bloco, quer Taiwan, a Coreia do Norte [a mando dos chineses] ameaça a Coreia do Sul e o Japão está em decadência.

O Bloco Indiano pode conseguir atrair Japão e Coreia do Sul para a sua zona de influência, caso China fracasse em conquistar os asiáticos por apelo pela raça [amarela].

O ocidente [EUA e Europa] está em decadência. Elon Musk já revelou em vários campos de discussões de um ocidente como bloco ditatorial para fazer frente aos grupos que estão se organizando no tabuleiro global. Aquele sonho dos EUA disseminarem democracias no mundo morreu faz tempo. Até porque os EUA estão fazendo política de retração e não de expansão global.

O oriente médio, que hoje arde em chamas, será pacificado e algum califado irá liderar a região. Muito provavelmente o país Israel será castigado até o ponto de colapsar. Pode até continuar existindo naquele lugar, mas entrará em decadência por causa das novas ordens globais [EUA não defenderá mais Israel no futuro] O Paquistão, mesmo relutando contra o Irã, fará parte deste bloco.

Os países da África terão ditaduras nos quais não se alinharão a nenhum dos outros blocos. Porque ao se alinhar, será somente uma linha-auxiliar do poder global do qual foi alinhado.

A América do Sul, cujo Brasil deveria liderar, voltará a ser disperso e terá como futuro o conhecido: “países não alinhados”, em que esse bloco não irá para lugar nenhum e, com isso, ficarão atrasados aos avanços globais.  

   O mundo multipolar será ditatorial, com blocos bem estabelecidos.

Bloco Chinês com ditadura comunista.

Bloco do oriente Médio com ditadura religiosa [Islã].

Bloco africano com ditaduras nacionalistas.

Bloco Indiano com ditadura religiosa [Hindu].

Bloco ocidental com uma ditadura que será criada ainda. Muito provavelmente como impérios cristãos ou de caráter nacionalistas. Pouco provável que esse bloco seja comunista.

Os países não alinhados, como o Brasil, também se tornarão ditatoriais, mas com essa ditadura como linha-auxiliar de alguns dos blocos desta organização multipolar.

Alguns liberais tanto do ocidente quanto no Brasil criticam ferozmente o progressismo. Progressismo é termômetro para democracias. Fim do progressismo significa fim das democracias. Os liberais brasileiros, ao culpar a agenda Woke por todos os infortúnios do mundo, só está a acelerar o processo de implantação de ditaduras no mundo.

As ditaduras organizam de forma centralizada [de cima pra baixo] a força bélica, a cultura e as organizações sociais.

Países africanos virando ditatoriais, Israel atacado por ser diferente no oriente médio, China avisando que tomará Taiwan, Coreia do Norte ameaçando a Coreia do Sul, EUA deixando de ser a polícia do mundo para se retrair para o seu interior, tudo isso faz com que o mundo multipolar já seja uma realidade.

Desta forma, ao escutar “mundo multipolar”, isso pode ser traduzido como: “fim das democracias”.

 

 


 

 

 

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