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Política em: Gostar e Confiar

 

Por: Júlio César Anjos

 

Eu divido os políticos em quatro relações entre a afinidade e o caráter: 1) gosto e confio; 2) gosto, mas não confio; 3) confio, mas não gosto; 4) Não confio nem gosto. 

Gosto e Confio: João Amoedo. O ex-líder do partido Novo é um cara que qualquer um consegue conversar com ele numa boa sem entrar em constrangimento de qualquer natureza. E diante da sua conduta ilibada e da sua intransigência contra corrupção, fazendo-lhe sair do partido cujo fundou por causa dos seus princípios, isso mostra que eu compraria um carro dele por causa da sua defesa consistente das suas convicções em forma de ações.

Gosto, mas não confio: MBL. O Movimento Brasil Livre é o grupo político mais organizado do Brasil. Se houvesse um manual de instruções de militâncias, este grupo da direita teria gabaritado todos os itens contidos no documento. Porém, é um grupo que não possui um partido ainda e não liga para os seus aliados de ocasião. O MBL está deixando o Partido União Brasil minguar neste momento, mostrando que não serve como aliado em lutas políticas momentâneas. É um grupo egoísta que não anda junto com ninguém; não serve para o pragmatismo político [embora a conduta moral do MBL seja ilibada].

 Confio, mas não gosto: João Doria. Compraria um carro vendido por ele. Faria parte do governo dele por causa da sua capacidade técnica de tecnocrata da iniciativa privada. Acompanhá-lo-ia em corrida eleitoral ao seu lado por causa das suas atribuições técnicas. Porém, diante do seu perfil combativo, e até mesmo destrutivo, além de um baixo carisma para liderança política, é difícil gostar do Doria justamente por ser uma pessoa contundente e assertiva.

  Não confio nem gosto: José Aníbal. O ex-político em atividade do PSDB é simplesmente o causador das crises dentro do ninho tucano. Partiu dele a lógica do PSDB não concorrer a presidente, ficando de fora do pleito de 2022, porque não gostava do João Doria. Isso fez a legenda performar mal na eleição passada, o que faz o partido agonizar até hoje. Divisionista, quer dividir o PSDB mais uma vez. José Aníbal não tem caráter nem carisma. Sujeito preguiçoso, não mexe uma palha em favor do partido; presunçoso, acha que terá apoio por não existir politicamente. Como um bagre ensaboado, quer minar o PSDB mais uma vez ao forçar prévias num momento em que o partido não suporta tal condição. A vitória do José Aníbal significa o fim do PSDB. Não tem como confiar e gostar de um sujeito tão desagregador como este ser.

 Todos os grupos políticos devem equilibrar e/ou mesclar as condições entre afinidade e caráter. Na afinidade, surge o carisma, a afeição, a atração e a sedução política, a empatia e a compaixão. E o caráter é ligado à conduta ilibada, honra, lealdade, confiança, dignidade e honestidade.

E por incrível que pareça, a ampla maioria dos deputados estaduais e federais no Brasil, principalmente os que estão no centrão, não são carismáticos nem leais. Este grupo só consegue se eleger ao parasitar o poder e porque o povo não tem mínima educação cívica e política.

Entre a afinidade e caráter, o carisma é superior à honra. Um líder populista, mesmo ladrão, consegue manter-se no poder. Já um político ilibado sem carisma tem dificuldade em ganhar eleições. É por isso que Lula e Bolsonaro fazem a polarização, enquanto que João Doria é chutado da vida pública por ser honesto e competente demais.

 



 

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