Por: Júlio César Anjos
Em
Agosto, Lula disse que: “agora em setembro vai entrar o grosso”, dando a
entender que a economia iria melhorar a partir daquele mês. O tempo passou e o
povo continua esperando a chuva de picanha e o rio de cerveja prometido em
campanha. A economia vai de mal a pior e o caos social, com desigualdade e
criminalidade, só aumenta. Porém, agora sim o grosso vai entrar em novembro.
Lula
sempre resolveu os problemas políticos com procrastinação. Ao deixar o tempo
passar, via as adversidades resolverem por si só. Se no passado postergar
decisões era visto como algo de sabedoria, hoje a demora em a tomada de
decisões é considerada uma espécie de improviso e embromação.
É
a primeira vez desde a criação do regramento de calendário do orçamento público
que a LDO [lei de diretrizes orçamentarias] será apreciada e votada pelo congresso
em novembro. A demora se dá porque Lula esperou para ver se a economia daria
sinais positivos para ver se poderia manter a regra orçamentária de aumento de
gastos públicos ao ter dinheiro em caixa com arrecadação. Se antes esperar era sabedoria,
agora, ao ver que não há dinheiro para o populismo, aprovar o orçamento em novembro
é um problemão.
O
governo corre sérios riscos de aprovar LDO em novembro de 2023 e ter que
começar a fazer cortes orçamentários em março de 2024 por falta de dinheiro. Ou
descumprir a meta fiscal, como o Lula já sinalizou. Nem precisa dizer que isso
é uma escolha de Sofia por si só. Um problema, aliás, criado pelo próprio governo
Lula que criou uma regra que não consegue cumprir.
É
normativo, também, escolher o PGR [procurador-geral da república] em setembro. E
parece que a escolha do PGR será feita junto com a acomodação com o centrão.
Note que sai o republicanismo para entrar no lugar o conchavo. Ao invés de
escolher o PGR por questões técnicas, o próximo procurador será um vassalo do
petismo e do centrão. Será, provavelmente, um engavetador como foram Brindeiro
e o Aras.
E
a escolha do STF era comumente célere. Davi Alcolumbre, ao travar a nomeação do
André Mendonça, criou uma nova concepção de tempo para escolha de ministro.
Agora, Lula também atrasa a nomeação. Não faz uma escolha republicana para o
novo membro do STF. O presidente temporário precisa de alguém no STF que seja leniente
com a corrupção vinda do próprio governo, que aja para os fins do PT e que seja
duro com os oposicionistas. Mas precisa do voto dos senadores oposicionistas
para aprovação. Então, essa demora também é mais conchavo do que
republicanismo.
Lula
demora em fazer escolhas esperando que o tempo ilumine as suas decisões. Mas na verdade o que acontece é que essa
demora não passa de improviso, de um governo sem rumo, que tenta empurrar tudo
com a barriga esperando que o acaso salve das suas tenebrosas articulações.
Agora
em novembro entra o grosso. E, como sempre, na classe média e no povo honesto de
bem.
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