Por: Júlio César Anjos
Oposição
Nacional: Coligação e Ministério. Ou: O PP Centrão.
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Deu no Correio Brasiliense [24/09/23]: “Considero o PP um partido de oposição, diz senador Ciro Nogueira”.
Ciro
Nogueira, do PP, negociou um ministério no governo do PT. Mas diz ser oposição.
Deste modo, onde tem governo, tem PP; e onde tem PP, tem corrupção. Se o
partido diz ser oposição ao governo do qual faz parte, até mesmo o discurso já
é corrupção. Porque está mentindo para os oposicionistas ou para o PT. Porque é
impossível ser oposição e governo ao mesmo tempo. Além de tudo isso, o PP é do
centrão; e centrão não é nada além de ser vendilhão.
Mas
essa contradição vinda do Ciro Nogueira serve para que se faça um embasamento
sobre o que é ser oposição no Brasil. Nas eleições municipais não há divisão
clara sobre oposições ideológicas porque as disputas políticas se dão entre o
poder estabelecido e os adversários que querem derrubar esse poder. Deste modo,
para eleições municipais, diante os mais de 5000 municípios que existem no Brasil,
é possível haver coligação entre PT e PL para derrubar um governo de outra
legenda estabelecida em uma cidade nos grotões do Brasil. Portanto, não há
divisões ideológica e pragmática clara entre partidos nas eleições municipais.
Já
na eleição nacional é possível fazer distinções tanto pragmáticas quanto ideológicas.
Deste
modo, na questão pragmática é possível fazer uma divisão clara de quem é
governo e quem é oposição pela lógica da coligação e da composição ministerial
ao governo. Por exemplo, antes da eleição de 2022, quem queria fazer parte do
governo petista já estava no arco de aliança do Lula. E depois da vitória
eleitoral, outros grupos que perderam a eleição integraram o governo ao
buscarem ministérios.
Antes
da eleição, partidos que já estavam com o PT na coligação como: PSB e PSOL
automaticamente já ganharam os seus ministérios na governabilidade petista.
Simone Tebet opositora da polarização Lula-Bolsonaro, derrotada na eleição de
2022, aderiu ao governo petista após as eleições, ao aceitar cargo ministerial.
E o centrão, agora, está começando a entrar no governo Lula por causa do
acordão.
O
PSDB, por exemplo, foi contra a polarização Lula-Bolsonaro na eleição de 2022, fazendo
coligação com a Simone Tebet. E após as eleições, não aceitou ministério do PT.
Ou seja, na coligação, antes da eleição, não correu eleitoralmente junto ao
petismo e, após a eleição, não aceitou fazer parte do governo ao recusar cargo
ministerial. Isso é ser oposição.
Há
uma fake News vinda da CNN que diz que no 2º turno os tucanos apoiaram o PT. Isso
é falso. E aqui vai um desafio: achar uma menção que o Presidente do PSDB na época,
Bruno Araújo, fez ao declarar apoio ao PT. Não tem. O que tem é tucano de
patente inferior costeando o alambrado para o petismo. Como todos sabem, isso é
incontrolável. E só.
Além da oposição pragmática, há também a oposição
ideológica. E nesse campo, os tucanos são água e óleo diante dos petistas
porque o PSDB defende economia liberal e responsabilidade fiscal, situações que
o petismo não prega.
Já
o centrão, a única ideologia deste grupo político é fazer parte do governo com
venda de apoio por cargos e emendas. E é por isso que o PP virou base do
governo, mas fingindo ser oposição. Porque o PP é isso aí: centrão.
O
PSDB nunca coligou com lulistas e bolsonaristas e também nunca aceitou
ministérios destes dois grupos vencedores das eleições nacionais. Isso é ser
oposição. Já o PP do Ciro Nogueira, em todo governo tem um ministério. Já foi
base de governo do FHC, da Dilma, do Temer, do Bolsonaro e do Lula de novo. O
PP nunca foi e nunca será oposição. Porque sempre será centrão.
Fonte:
https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2023/09/5127999-lula-esta-sem-tesao-para-governar-o-pais-diz-ciro-nogueira.html
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