Por: Júlio César Anjos
Nos
anos 90, havia revistas especializadas em negócios. A Revista Exame, a Revista Negócios
S/A, entre outros, que tratavam exclusivamente na abordagem do mundo dos
investimentos privados. E sempre aparecia na capa os executivos que, renomados,
eram tratados como excelências devido à capacidade de fazer negócios e atrair
investimentos mundo afora. Esse capitalismo independe acabou. Hoje, o capital é
tutelado e com a defesa do caixeiro-viajante global.
Houve
um tempo em que o capital era parcialmente desprendido do Estado. Na década de
90, havia uma linha clara que dividia o capital do governo, cujos não se
juntavam nem misturam de jeito nenhum. Tanto é que o Fernando Henrique Cardoso
não viajava para o exterior para vender o Brasil, mas somente apresentar o país
para o mundo. A partir da década de 2000, devido o boom das commodities e com a
China crescendo no mercado global, os países decidiram trazer para si a questão
que também envolve negócios. Putin, Lula1, Hu Jintao entre outros, trazem de
volta a ideia do estado mercador, em que os líderes políticos também se arvoram
de executivos de investimentos dos países dos quais lideram.
Para
quem viveu a década de 90, causa estranheza ver o presidente de o Brasil viajar
para os EUA com o pires nas mãos esperando uma benevolência do império, como se
os negócios fossem tratados da mesma forma em que as monarquias faziam negócios
– diante a relação império e colônia. E fica ainda mais assustador ver “comitiva
de empresários” indo junto com o Lula para fazer essa excursão de negócios.
O
certo, realmente, é o capital ficar separado do governo/estado. Mas para isso
ocorrer, é preciso voltar à década de 90, cujos executivos das empresas
fechavam negócios com outros executivos de outros países, o que fazia ser um
acerto negocial que, teoricamente, desprendia o capital do Estado.
Hoje,
em relações internacionais, não se vê mais executivo de um país fechar negócios
com outro executivo. O que se vê é um líder de governo fechar negócio com outro
líder de governo.
E
se for analisar que China e EUA são países imperialistas, e que o Lula corre para
se encontrar com essas nações, a relação que faz parecer é do Brasil ser uma
colônia que vai atrás dos impérios do norte global para conseguir alguma
ninharia destas potências. Dá impressão de desespero e fraqueza.
Além
disso, é bom frisar, os empresários brasileiros são mamateiros. E por isso amam
uma teta para se encostar. Desta forma, com o Lula prometendo ser um caixeiro-viajante
que desembaraçará investimento para a elite financeira brasileira, basta ter um
bom acumulo de capital e estar estabelecido em algum tipo de produção ou
serviços para conseguir alguma ninharia do império, pois, o Lula conseguiu
fazer negócios por eles. Porque, verdade seja dita, o grande empresariado
brasileiro nunca quis fazer o básico: correr risco.
O
Lula como caixeiro-viajante traz de volta o mercantilismo monárquico. E os
empresários rejeitam ser o que sempre foram: burgueses. Burgueses que investiam
e tomavam riscos. Com isso geravam poder e, com acumulo de capital, derrubaram
as monarquias para ajudar a estabelecer as repúblicas com a ajuda dos maçons. O
que se gerou o desprendimento de Capital e Estado.
Isso
se perdeu. A “comitiva de empresários” quer um Putin para chamar de seu. E o
Lula quer ser um Putin. O Capital aceitou ser tutelado porque o Lula se impôs
como caixeiro-viajante global. E com isso, o Brasil é apenas uma colônia
dependente de impérios. Deste jeito, nunca será uma grande nação.
“Comitiva
de empresários”, com o Lula liderando a excursão. É irônico demais.
Deu
na CNN Brasil [18/09/23]:
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de uma reunião fechada com
investidores [brasileiros], em Nova York, nos Estados Unidos, promovido pelo
presidente da FIESP, Josué Gomes, que posteriormente, realizou um jantar para o
mandatário.
Essa
FIESP é uma piada.
Fonte:
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/lula-fala-a-investidores-em-reuniao-fechada-antes-de-jantar-da-fiesp/
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