Por: Júlio César Anjos
Ao
fazer da ONU palanque político, Lula faz propaganda político-partidária sobre o
seu próprio governo. E como uma espécie de autobajulação, diz que o Brasil com
ele voltou por causa da democracia, o que fez o país derrubar o atraso.
Ao
aproveitar-se da exposição, Lula avança contra as big techs, ao dizer que as
redes sociais alastram o racismo, o ódio, a desinformação e a xenofobia. Porém,
essas condições já faziam parte do dia a dia brasileiro antes mesmo da existência
até mesmo da internet. Lula quer regulamentar as big techs e joga a culpa dos
problemas sociais do Brasil nos aplicativos.
Os
desastres naturais são culpa das mudanças climáticas. Isso tira o peso de
políticos governistas de se responsabilizarem quando acontecem catástrofes ambientais.
As
desigualdades no mundo que fazem até mesmo milhões de crianças pobres irem
dormir com fome [até mesmo no Brasil] são culpa dos bilionários do mundo. Isso
tira o peso de políticos governistas de se responsabilizarem quanto a essas
questões sociais.
Sobre
a agenda 2030, que versa sobre erradicar a pobreza e a fome no mundo, tais condições
estão muito distantes de serem concretizadas. Porém, Lula esquece-se de dizer
que ele é um dos principais causadores de desigualdade do mundo. Porque ao
gerar déficit público sem conseguir pagar a dívida, quem ganha com os juros da
Selic é a elite do país. Ou seja, se o PIB cresceu, mas a sua vida não
melhorou, isso se chama desigualdade.
Lula
usa do palanque para promover os programas de governo, como o Brasil sem fome,
igualdade salarial de mulheres, direitos ao público LGBT e combate ao racismo.
Só que não faz esforço para segurar o congresso conservador que está querendo
revogar os direitos das minorias. Para essas pautas, não há recorde de
liberação de emendas para refrear o avanço do congresso contra esses grupos
desprotegidos.
Lula
também cobra os países ricos que paguem uma espécie de divida histórica para os
países pobres que estão no sul global. Ou seja, ao invés dos governantes
trabalharem para melhorar a condição dos seus governados, Lula faz o que mais
sabe fazer: terceiriza a culpa.
Lula,
ao mendigar dinheiro dos países ricos para o Brasil, rebaixa o país como uma
nação subdesenvolvida que não consegue tomar as rédeas dos próprios rumos. Lula
abandona a ideia do Brasil forte para discursar sobre o pobrismo.
Lula
fala sobre a transição de energia limpa e diz que o Brasil tem 87% de energia
limpa. Só esquece de dizer para os presentes que ele quer fazer exploração de petróleo
na Foz do Rio Amazonas.
Também
discursa sobre a Amazônia, cujo bioma teve redução de 48% de desmatamento. Isso
aconteceu graças à CPI das ONGs – presidida pelo tucano Plinio Valério -, que
forçou o governo a se mexer. Isso sim é ser oposição.
Lula
diz que o banco dos BRICS surge como um contraponto ao FMI para desenvolver as
regiões com empréstimos para investimentos. Nesse momento do discurso, ninguém
aplaudiu o Lula. O que mostra que os presentes podem até gostar do Brasil, mas
não gostam dos seus amigos ditadores – Rússia e China.
Lula
culpa o neoliberalismo por problemas de desigualdades. Neoliberalismo é um
neologismo das esquerdas e por isso não existe. O dito “neoliberalismo” é
conhecido como o Liberalismo do Hayek. Esse liberalismo versa sobre as
condições de separação do capital e do estado [economia liberal - privatizações],
com controle de gastos públicos [ajuste fiscal]. É basicamente o melhor modelo
de gestão para governar. Lula quer lutar contra o melhor modelo administrativo de
governo que existe atualmente.
Lula
diz defender a democracia, mas sempre que pode apoia amigos ditadores – como Putin
e Xi Jinping. E como essa contradição é difícil de manter, coloca em xeque a
efetividade da ONU.
Lula
também defende o criminoso do Julian Assange. Julian Assange é uma espécie de Walter Delgatti dos EUA. Assange cometeu crimes de espionagem, desinformação,
desestabilização de países com vazamento de dados sigilosos. É aquela coisa: o
petismo não pode ver um bandido que já corre defender.
Sobre
os conflitos armados no mundo, da qual a guerra Ucrânia versus Rússia está em
curso, Lula se propõe a falar que os países estão fazendo guerra sem passar
pelo conselho de segurança. E acha que resolverá conflitos com uma conversa na
mesa de bar, diante tais lutas que possuem cargas históricas, que essas
diferenças podem ser resolvidas só na base da conversa.
Lula
fala sobre gastos militares, mas esquece de mencionar que está investindo
pesadamente em equipamentos para o exército brasileiro. Muito provavelmente
Lula quer aparelhar as forças armadas, mas faz discurso de paz.
Lula
também critica o embargo dos EUA à Cuba.
E
por fim, Lula exige mudança no assento do conselho da ONU, cujo faz lobby para
entrar.
Portanto,
o discurso do Lula é basicamente sobre pobrismo, amenidades, demagogias,
defesas ideológicas e terceirização de culpa. Lula só fez o que sempre sabe
fazer: usar do púlpito da ONU como palanque político.
Foi
um discurso merda.
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