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Tebet e Haddad: Orçamento Criativo

 

Por: Júlio César Anjos

 

Paulo Guedes, em 2018, para querer “inovar” porque a nova-política estava a emergir, colocou no programa de governo do Bolsonaro o chamado: “orçamento base-zero”. Quem é da lida sabia que era impossível implantar esse orçamento porque a forma que o Estado é gerido é diferente de uma empresa [não dá pra começar tudo do zero]. Deste modo, Guedes teve que recuar e executou o orçamento-programa, o mais adequado para gerir um país.

Em agosto de 2023, o governo Lula bate cabeça até agora porque não aprovou o orçamento de 2024, cujo deveria ter sido resolvido no primeiro semestre deste ano. E até agora o planejamento não mostrou para o público qual será o orçamento que irá utilizar. Como tudo está em aberto porque provavelmente o documento de Tebet-Haddad será uma obra de ficção, este que vos escreve irá batizá-lo de: “Orçamento Criativo”.

Para entender um orçamento, qualquer documento desta natureza terá 3 funções:

Função Alocativa: alocar [destinar] os recursos;

Função Distributiva: distribuição de renda;

Função Estabilizadora: estabilidade econômica.

Traduzindo: Distribuir, estabilizar e crescer.

O governo Lula está muito focado em alocar recursos para pastas como saúde e educação, também está interessado em fazer distribuição de renda [bolsa família] e não está nem aí para a função estabilizadora porque a única estabilidade que se tem é aumentar tributos para pagar a gastança que virá.

Diferentemente do petismo, um governo austero, economicamente, primeiro faz esforço para a economia crescer, depois estabilizar e só então distribuir. Porque se o país não cresce e não tem estabilidade, a única distribuição feita será a da miséria em toda a sociedade em geral.

O governo Lula está fazendo o curso inverso. Está querendo primeiro distribuir e tentar estabilizar. Se crescer, tudo bem. Caso contrário, o governo fez a sua função social. Ou seja, primeiro dinheiro grátis, depois tentar não criar um grande rombo nas contas públicas, para só aí então ver se o país irá crescer.

 Porque a alegação do governo é que só é possível crescer se fizer investimentos. Esses investimentos devem ser alocados e distribuídos em setores-chave. E tal condição, teoricamente, gera riqueza. Traduzindo, a gastança gera aumento de PIB. Puro método Keynesiano que o Mantega tentou implantar no governo Dilma e gerou a maior crise do país desde a redemocratização, superando até mesmo a pandemia no governo Bolsonaro.

O governo Lula irá voltar a distribuir recursos do PAC, empréstimos para países amigos, vai abrir o caixa do BNDES e voltar a fazer os mesmos erros cometidos para tentar fazer a economia girar.

Além disso, ao criar “sonegação é roubo”, o petismo irá confiscar o que puder e gerará taxas, multas e arrecadações que irão chegar até o patamar do insuportável. Tudo será taxado: desde offshore até blusinha da Shein. Pelo menos nisso o governo petista é democrático.

O orçamento criativo criado pelo governo Lula não irá pensar em ajuste fiscal nem em aumento de PIB no primeiro momento. Porque o foco é alocação e distribuição de recursos, de forma populista, para teoricamente fazer justiça social. Talvez a justiça social do petismo seja fazer todo mundo ficar igual, mas não melhorando a vida do pobre para virar classe média, mas da classe média empobrecer para que caia em programa social e dependa de assistencialismo do governo. Nesta regra do jogo, o petismo consegue mais eleitores.

Porque o orçamento do governo Lula está distribuindo sem gerar riqueza. O governo populista precisa do orçamento criativo para iniciar a gastança. O governo Lula3 será igual ao Dilma2.

Tebet e Haddad, ao entregarem para o congresso nacional um orçamento que não é realizável, sendo um documento de obra de ficção, os dois ministros são dois vilões do orçamento. Ao falsearem os números para satisfazer o governo Lula, estes dois são inimigos do Brasil, pois, estão a fazer Orçamento Criativo.

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Se você não ficar vigilante sobre o dinheiro público, o governo irá usá-lo do jeito que quiser. Depois não adianta chorar.

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Maria da Conceição Tavares, no programa Roda Viva, achando que existe dinheiro grátis.



 

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