Por:
Júlio César Anjos
Deu
n’O Globo [28/07/23]:
Abram-se aspas.
Ao
estilo do 'orçamento secreto', parlamentares distribuem oito vezes mais verbas
via 'emendas pix' em 2023. Repasses com a modalidade se multiplicaram em quatro
anos, chegando a R$ 6,3 bilhões até julho
Fecham-se aspas.
A pergunta que fica é: Orçamento Secreto de Emenda PIX, agora, é corrupção ou não?
É engraçado que o orçamento secreto só é considerado corrupção quando o maior grupo corrupto do Brasil, o PT, não está no poder. Quando o PT é oposição, a mídia em geral escandaliza o orçamento parlamentar como algo monstruoso, perverso, corrupção enraizada na política brasileira, com colunistas, analistas e figuras públicas que emitem opinião falando deste mal que acarreta o Brasil.
Mas é preciso falar a verdade: orçamento parlamentar não é corrupção por si só. O orçamento parlamentar, liberado pelo governo por meio de um relator é legal por meio da constituição, e, moral, pelo ponto de vista do municipalismo.
O que acarreta também corrupção é a questão do parlamentar deixar de defender as próprias convicções dele e/ou do partido para votar a favor às convicções de um governo em exercício. Mas tem que falar a verdade, quem vota em grupo do centrão [MDB, PSD, Republicanos, União Brasil e Progressistas] não está nem aí para defender qualquer valor que seja. Por isso que o problema do “toma lá, dá cá” para os partidos do centrão nem se considera corrupção.
Há uma regra no congresso que diz que existem dois tipos de parlamentares: o que vai pela verba e o que vai pelo verbo. Os políticos do centrão nunca vão pelo verbo [argumentação e defesa de bandeira ideológica], só vão pela verba [emenda para destinar ao seu curral e eternamente se eleger].
Aliás,
o povo deve parar de votar em centrão porque não defende nada além dessa
promiscuidade de trocar voto por emenda.
A
corrupção pode existir quando um parlamentar, por exemplo, direcionar esse
recurso para algum grupo que embolse esse dinheiro e não entregue o serviço,
fazendo com que esse recurso seja abastecido para o enriquecimento próprio do
parlamentar ou para caixa-2.
Deste
modo, para evitar problemas maiores, a sociedade deve sim fiscalizar esses
recursos que devem atender somente a população na ponta.
E
por isso que quanto mais um político, ou grupo partidário, receba esses
valores, mais os olhos são voltados para estes deputados que estão gerindo
grandes montantes de recursos.
Com isso, o Jornal O Globo trouxe uma matéria completa sobre a liberação de emenda do orçamento secreto via PIX no governo Lula.
E esses são os dados:
Escalada de crescimento de emendas PIX do governo Bolsonaro até o Lula:
Celina
Leão PP-DF: 16 milhões
Soraya
Manato União-ES: 24 milhões
Caroline
de Toni PL-SC: 31 milhões
Marco
Bertaiolli PSD-SP: 31 milhões
Fabio
Schiochet União–SC: 31 milhões
Idivan
Alencar PDT-CE: 30 milhões
Silas
Câmara Republicanos-AM: 31 milhões
Carlos
veras PT-PE: 27 milhões
David
Soares União-SP: 26 milhões
Os
10 Senadores que mais receberam empenho de emendas PIX no 1º semestre de 2023:
Jayme
Campos União-MT: 59 milhões
David
Alcolumbre União-AP: 59 milhões
Otto
Alencar PSD-BA: 57 milhões
Simone
Tebet MDB-MS: 34 milhões
Eliane
Nogueira PP-PI: 59 milhões
Marcio
Bittar União-AC: 44 milhões
Guaracy
Silveira PP-TO: 30 milhões
Veneziano
Rego MDB-BA: 52 milhões
Angelo
Coronel PSD-BA: 54 milhões
Telmario
Mota PROS-RR: 35 milhões
E
as cidades que mais receberam PIX:
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