Por: Júlio César Anjos
Suponha
que haja um campeonato de matemática em que os próprios matemáticos criem a
fórmula e executem o cálculo.
Como
é uma competição pensada em exibição de notório saber, os calculistas tendem a
fazer fórmulas mais complexas. E essas fórmulas difíceis e complexas fazem o
próprio matemático errar a efetuação da qual criou.
Na
primeira rodada, para exibicionismo, quase todos os concorrentes fizeram
cálculos complexos conhecidos de cabeça porque decoraram as fórmulas. Apenas um
candidato fez um cálculo simplório de ensino fundamental.
Todos
os candidatos passaram para a próxima rodada.
Sempre
lembrando que a competição é sobre criar uma fórmula e efetuá-la. O objetivo
final é não errar.
Ao
ver que um candidato fez uma operação simplória de ensino fundamental, os
outros candidatos debocharam e menosprezaram da sua simplicidade, embora
estivesse fazendo o que se propõe a competição: elaborar uma formula e
executá-la.
Os
demais candidatos, cujos participavam deste evento, não estavam no local
somente para resolver as suas próprias operações matemáticas, queriam se exibir
para os demais.
E
conforme o tempo foi passando, muitos candidatos foram sendo eliminados ao não
conseguirem fazer as próprias operações matemáticas das quais criaram.
E
o calculista medíocre, fazendo só o básico, foi passando de fase por executar o
simples.
Deste
modo, pisando somente em terra firme, o candidato medíocre conseguiu chegar às
fases finais.
Chegou
a semiifinal, com 4 competidores somente, com 3 matemáticos de ponta que entraram
em dilema: Fazer cálculo complexo ao ponto de errar e ser eliminado, perdendo a
competição por causa de exibicionismo?; ou se rebaixar para a mediocridade, que
seria a desqualificação de fazer operações básicas para tentar vencer no longo
prazo?
Todos
os demais candidatos rebaixaram as suas qualidades por medo de errarem e serem
punidos. Tiveram que baixar a régua da qualidade porque a estratégia da
mediocridade conseguiu o seu intente ao obter resultado positivo.
Sendo
assim, o campeonato acabou por desistência e não por eliminação por notório
saber. E o desqualificado, ao estar todo tempo descansado, venceu. Nunca fugiu
da sua estratégia preguiçosa e simples de efetuar: 2+2=4.
Moral
da história:
Na
era da mediocridade, deve-se dar apenas o básico. Porque se tentar fazer algo
que rompa qualquer barreira, está sujeito a errar. E ao errar, vai sofrer
punição. Portanto, a teoria do desqualificado determina que os erros sejam punitivos
e, com isso, fazer só o simplório é a melhor estratégia para não ser criticado,
rejeitado ou sofrer qualquer tipo de eliminação e/ou retaliação, seja no trabalho,
na comunidade e ate mesmo em uma competição.
Levando
esse ensinamento para a política:
Na
própria política é assim. Quem vai pra pancadaria ideológica tem desempenho
menor que um político do centrão, que se esconde em debates ideológicos e por
isso não erra. Acaba sendo premiado ao se reeleger entregando menos que o
básico, só porque pegou um orçamento secreto, bateu uma foto no local em que destinou
recursos, sem fazer embates com ninguém. É mediocridade e desqualificação pura.
E por isso é um político vencedor.
No
Futebol:
O
jogador de futebol que tenta um drible e erra, tenta um chute de média
distância e erra, tenta um passe aprimorado e erra, é mais criticado que o
jogador que se esconde o jogo todo sem nem tocar na bola.
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